Já está começando a virar uma tradição da plataforma da Netflix em, todo ano, nos últimos meses, lançar para os seus assinantes produções natalinas para serem vistas e revistas por todos ao longo das férias de fim de ano. No ano passado, por exemplo, a proposta foi de um lançamento original por semana até a grande data, culminando com sua aposta em animação para ser assistido em família ao redor da televisão na noite do dia 24, ‘Aquele Natal’ (‘That Christmas‘), e que estreou na plataforma no último dia 19 de dezembro, um dia antes do recesso de fim de ano.
Danny Williams (na voz original de Jack Wisniewski e dublado por Luiz Henrique Amorim) é um menino solitário que se mudara há pouco tempo para uma cidadezinha junto com sua mãe, que está sempre ocupada fazendo vários turnos como enfermeira. Danny tem um crush secreto por Sam (Zazie Hayhurst/Nina Medeiros), sua colega na escola, mas a menina vive em estado de nervos por causa da sua irmã gêmea, Charlie (Sienna Sayer/Valenthina Rodarte), que está sempre aprontando mil travessuras e Sam tem medo de que, com tanta tramoia, o Papai Noel acabe esquecendo delas na noite de Natal. Quando os pais de outros coleguinhas da escola acabam ficando presos numa nevasca e Evie (Bronthe Smith/Kimie Takeda) desaparece na cidade, as crianças irão se unir para reencontrar a todos e reestabelecer o espírito natalino.
Embora muito simpático e esteticamente fofinho, o roteiro de Richard Curtis, Peter Souter e Andrew Dawson acaba levando ‘Aquele Natal’ por muitos caminhos, de modo que, ao final, chegamos a ficar confusos sobre do que se trata efetivamente o filme. O filme começa com o protagonismo no menino Danny, mas após alguns minutos o eixo gira (e fica um bom tempo) em Sam e seus sentimentos dicotômicos com relação às travessuras da irmã. Em seguida, ficamos um tempão no universo das crianças que ficam sozinhas enquanto os pais estão presos na nevasca, e daí o foco vai para a diretora da escola com seu passado desconhecido, em paralelo ao drama de Danny com sua mãe, para, no fim, todos os personagens se juntarem em um mesmo objetivo. Com tanta história acontecendo uma do lado da outra, parece que o tempo todo somos interrompidos para dar um pouquinho de atenção a outro núcleo e, no fim, a história é sobre todo mundo, sobre aquele povoado, e o Natal é só pano de fundo para o enredo.
Apesar de confuso, ‘Aquele Natal’ é fofinho, os personagens foram bem dublados e ganham carisma na hora de interagir uns com os outros. A cidadezinha em que se passa a história tem aquele quê de magia natalina encantadora e, no geral, o filme do diretor Simon Otto traz mensagens bonitas para serem refletidas pelos espectadores mirins.
Simpático, ‘Aquele Natal’ chegou como uma opção segura de programão natalino para ser visto em família – na noite de Natal ou em qualquer outro momento de reunião familiar ao longo do ano.