domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Arnold: minissérie documental da Netflix é inspiradora, mas não espere nada de novo

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Poucos podem se dar ao luxo de viver tantas vidas fascinantes em apenas uma. Arnold Schwarzenegger é uma delas. Uma figura camaleônica, mas ao mesmo tempo imutável, ele transitou pelos cenários mais diversos de maneira singular. Do fisiculturismo ao governo do estado da Califórnia, ele trilhou uma admirável trajetória cheia de hibridismos. Incorporando a si mesmo um leque de profissões, ele é o tipo de figura que ainda hoje – no auge dos seus 75 anos -, é amado por pessoas dos mais diversos gostos. Com sua digital em três das mais importantes áreas de influência do mundo, é inegável se apaixonar por sua história. E a nova minissérie documental da Netflix, Arnold, nos lembra exatamente porque ele ainda permanece como uma das pessoas mais fascinantes que existe.



Com três episódios de cerca de uma hora de duração, a produção é uma intensa e detalhada viagem no tempo, que cataloga a vida do ator, ex-governador e ex-fisiculturista da maneira mais metódica possível – seguindo o próprio modus operandi de Schwarzenegger. Dividindo sua jornada em blocos, Lesley Chilcott nos leva às profundezas da criação e formação do veterano, mas sempre se mantendo dentro de uma zona segura e confortável. Realista o suficiente a ponto de mostrar os pontos mais baixos de sua história, o doc também tenta pisar em ovos, fazendo uma espécie de mea-culpa no formato morde e assopra. Ao mesmo tempo que temos Arnold admitindo suas falhas, seus louros são sempre gloriosos o bastante para suavizar o peso de suas péssimas escolhas.

Deixando de lado qualquer entrevista com seus filhos ou até mesmo sua ex-esposa, Maria Shriver, Arnold acaba – inevitavelmente – trazendo um olhar mais frio e distante sobre o excepcional ator. Com um leque de depoimentos que englobam Sylvester Stallone, James Cameron, chefes de gabinete, jornalistas e diversos políticos aposentados, a minissérie opta por priorizar os relatos em primeira pessoa. Sem o envolvimento direto de sua família, Chilcott tenta conduzir o documentário a partir de uma excelente montagem, que traz pequenos fragmentos de simulação. Buscando tornar a narrativa mais intimista mesmo sem a presença de sua prole, o diretor se apega à disposição de Schwarzenegger em estar vulnerável diante da câmera. E funciona.

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E ao longo de pouco mais de três horas, aprendemos muito mais com Arnold do que de fato sobre o Arnold. Com a produção concentrando-se em eventos amplamente públicos, o doc não é a promessa cumprida de que conheceríamos um novo lado do veterano, a partir de relatos e conteúdos inéditos. Mas embora essa falha seja um incômodo para a audiência, as lições de vida de Schwarzenegger nos arrebatam, nos fazendo sonhar com as montanhas e vales que tanto almejamos vencer. Um exemplo de determinação, foco e diligência, a minissérie te trará mais soluções do que qualquer coach barato e apelativo que encontramos no Instagram. Genuínos, encorajadores e realmente eficazes, os ensinamentos aqui apresentados são como um bálsamo para mentes ávidas e inquietas.

E com o carisma do ator irradiando a todo momento, Arnold rapidamente se torna um deleite para os fãs. Com a simplicidade do astro sendo seu maior trunfo, aqui descobrimos o quão humilde e resiliente ele é – o que mais do que nunca o torna tocável, identificável. Desmistificando a visão magistral e altiva que muitos de nós até então nutríamos sobre ele, justamente por acompanharmos suas nobres façanhas, a minissérie original da Netflix consegue quebrar essa barreira que a cultura de celebridade eventualmente criou entre a audiência e figuras tão emblemáticas como ele. Com essa sendo a maior joia a ser revelada em tela, o novo documentário não se trata tanto sobre quem foi Schwarzenegger, mas sobre o que ele de fato significa em um mundo cheio de famosos falsos e nada autênticos.

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Poucos podem se dar ao luxo de viver tantas vidas fascinantes em apenas uma. Arnold Schwarzenegger é uma delas. Uma figura camaleônica, mas ao mesmo tempo imutável, ele transitou pelos cenários mais diversos de maneira singular. Do fisiculturismo ao governo do estado da Califórnia, ele trilhou uma admirável trajetória cheia de hibridismos. Incorporando a si mesmo um leque de profissões, ele é o tipo de figura que ainda hoje – no auge dos seus 75 anos -, é amado por pessoas dos mais diversos gostos. Com sua digital em três das mais importantes áreas de influência do mundo, é inegável se apaixonar por sua história. E a nova minissérie documental da Netflix, Arnold, nos lembra exatamente porque ele ainda permanece como uma das pessoas mais fascinantes que existe.

Com três episódios de cerca de uma hora de duração, a produção é uma intensa e detalhada viagem no tempo, que cataloga a vida do ator, ex-governador e ex-fisiculturista da maneira mais metódica possível – seguindo o próprio modus operandi de Schwarzenegger. Dividindo sua jornada em blocos, Lesley Chilcott nos leva às profundezas da criação e formação do veterano, mas sempre se mantendo dentro de uma zona segura e confortável. Realista o suficiente a ponto de mostrar os pontos mais baixos de sua história, o doc também tenta pisar em ovos, fazendo uma espécie de mea-culpa no formato morde e assopra. Ao mesmo tempo que temos Arnold admitindo suas falhas, seus louros são sempre gloriosos o bastante para suavizar o peso de suas péssimas escolhas.

Deixando de lado qualquer entrevista com seus filhos ou até mesmo sua ex-esposa, Maria Shriver, Arnold acaba – inevitavelmente – trazendo um olhar mais frio e distante sobre o excepcional ator. Com um leque de depoimentos que englobam Sylvester Stallone, James Cameron, chefes de gabinete, jornalistas e diversos políticos aposentados, a minissérie opta por priorizar os relatos em primeira pessoa. Sem o envolvimento direto de sua família, Chilcott tenta conduzir o documentário a partir de uma excelente montagem, que traz pequenos fragmentos de simulação. Buscando tornar a narrativa mais intimista mesmo sem a presença de sua prole, o diretor se apega à disposição de Schwarzenegger em estar vulnerável diante da câmera. E funciona.

E ao longo de pouco mais de três horas, aprendemos muito mais com Arnold do que de fato sobre o Arnold. Com a produção concentrando-se em eventos amplamente públicos, o doc não é a promessa cumprida de que conheceríamos um novo lado do veterano, a partir de relatos e conteúdos inéditos. Mas embora essa falha seja um incômodo para a audiência, as lições de vida de Schwarzenegger nos arrebatam, nos fazendo sonhar com as montanhas e vales que tanto almejamos vencer. Um exemplo de determinação, foco e diligência, a minissérie te trará mais soluções do que qualquer coach barato e apelativo que encontramos no Instagram. Genuínos, encorajadores e realmente eficazes, os ensinamentos aqui apresentados são como um bálsamo para mentes ávidas e inquietas.

E com o carisma do ator irradiando a todo momento, Arnold rapidamente se torna um deleite para os fãs. Com a simplicidade do astro sendo seu maior trunfo, aqui descobrimos o quão humilde e resiliente ele é – o que mais do que nunca o torna tocável, identificável. Desmistificando a visão magistral e altiva que muitos de nós até então nutríamos sobre ele, justamente por acompanharmos suas nobres façanhas, a minissérie original da Netflix consegue quebrar essa barreira que a cultura de celebridade eventualmente criou entre a audiência e figuras tão emblemáticas como ele. Com essa sendo a maior joia a ser revelada em tela, o novo documentário não se trata tanto sobre quem foi Schwarzenegger, mas sobre o que ele de fato significa em um mundo cheio de famosos falsos e nada autênticos.

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