segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme – Divertida adaptação dos quadrinhos

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A importância da boa bagunça

Nos tempos politicamente corretos e, convenhamos, muito chatos de hoje, nos quais tudo é considerado ofensa, dois filmes surgem na contramão, dando ênfase ao comportamento errático que permeava em especial os anos 1980. O primeiro é a produção nacional Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, capitaneada pelo humorista sensação Danilo Gentili. A segunda é justamente esta animação da Dreamworks, distribuída pela Fox no Brasil.

As Aventuras do Capitão Cueca é baseado na série de quadrinhos criados por Dav Pilkey, e se mantém, em partes, fiel ao material original. Na trama, Harold e George (vozes originais de Thomas Middleditch e Kevin Hartsão melhores amigos desde bem pequeninos. Na pré-adolescência são conhecidos como o pior pesadelo do diretor de seu colégio, o rígido Sr. Krupp (voz de Ed Helms), justamente pelas inúmeras pegadinhas e brincadeiras épicas que realizam com tamanha destreza. A travessura, a bagunça, que toda criança apronta, e que hoje é visto com olhos preocupados e cambaleando na tênue linha do censurável.



Para termos uma ideia do que a duplinha apronta, imaginem as artimanhas de Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado (1986), se este fosse, digamos, um menino em seus 10 anos. O trecho no qual o diretor e a dupla relembra as diversas traquinagens, todas apresentadas em uma rápida montagem, é um dos momentos criativos e inspirados deste longa voltado ao público infantil que promete surpreender os pais que forem levar seus filhos igualmente.

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A criatividade não se encontra somente no roteiro, mas também na estética e narrativa da direção de David Soren (Turbo), que emprega outros estilos além da estabelecida animação tridimensional, como fantoches e a animação tradicional, aquela feita à mão. O ritmo também é bem rápido, as piadas são jogadas aos montes na tela, ao ponto de não conseguirmos pegar tudo, o que é muito raro para um filme do gênero. É inclusive recomendada uma segunda investida. Ao mesmo tempo em que os diálogos espertos usam diversas referências, na tela temos simultaneamente referências visuais (a piada com o agregador Rotten Tomatoes é ótima, e passará em branco para os pequenos).

As mentes criativas de Harold e George conseguem hipnotizar o ditatorial Sr. Krupp, e transformá-lo no herói de suas fantasias, o Capitão Cueca, o qual criaram nos quadrinhos que desenham. Desta guinada do roteiro escrito por Nicholas Stoller (Os Muppets e Vizinhos), um dos nomes da atualidade para comédias, é que surge a grande brincadeira com o gênero que é um verdadeiro fenômeno hoje, os filmes de super-heróis. Afinal, qual criança não imaginou que aquele professor chato e o cdf da sala um dia se tornariam grandes vilões a serem combatidos.

Podemos até tomar a liberdade de dizer que As Aventuras do Capitão Cueca é imaginativo o suficiente para clamar o posto de um dos melhores filmes de super-heróis da atualidade, já que com certa inocência, consegue quebrar o molde estrutural em que a grande maioria se vê preso. Voltando ao tópico que iniciei na crítica de Pica-Pau: O filme, não é só por ser um filme voltado ao público infantil que uma produção precisa ser completamente desprovida de novidade, de inteligência e de vigor. Enquanto o filme do pássaro encrenqueiro joga para o mais baixo denominador comum, Capitão Cueca segue pelo caminho oposto, e trata as crianças como adultos. Facilmente, uma das melhores animações do ano e uma tarefa difícil a ser derrubada pela Disney ou Pixar.

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As Aventuras do Capitão Cueca é baseado na série de quadrinhos criados por Dav Pilkey, e se mantém, em partes, fiel ao material original. Na trama, Harold e George (vozes originais de Thomas Middleditch e Kevin Hartsão melhores amigos desde bem pequeninos. Na pré-adolescência são conhecidos como o pior pesadelo do diretor de seu colégio, o rígido Sr. Krupp (voz de Ed Helms), justamente pelas inúmeras pegadinhas e brincadeiras épicas que realizam com tamanha destreza. A travessura, a bagunça, que toda criança apronta, e que hoje é visto com olhos preocupados e cambaleando na tênue linha do censurável.

Para termos uma ideia do que a duplinha apronta, imaginem as artimanhas de Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado (1986), se este fosse, digamos, um menino em seus 10 anos. O trecho no qual o diretor e a dupla relembra as diversas traquinagens, todas apresentadas em uma rápida montagem, é um dos momentos criativos e inspirados deste longa voltado ao público infantil que promete surpreender os pais que forem levar seus filhos igualmente.

A criatividade não se encontra somente no roteiro, mas também na estética e narrativa da direção de David Soren (Turbo), que emprega outros estilos além da estabelecida animação tridimensional, como fantoches e a animação tradicional, aquela feita à mão. O ritmo também é bem rápido, as piadas são jogadas aos montes na tela, ao ponto de não conseguirmos pegar tudo, o que é muito raro para um filme do gênero. É inclusive recomendada uma segunda investida. Ao mesmo tempo em que os diálogos espertos usam diversas referências, na tela temos simultaneamente referências visuais (a piada com o agregador Rotten Tomatoes é ótima, e passará em branco para os pequenos).

As mentes criativas de Harold e George conseguem hipnotizar o ditatorial Sr. Krupp, e transformá-lo no herói de suas fantasias, o Capitão Cueca, o qual criaram nos quadrinhos que desenham. Desta guinada do roteiro escrito por Nicholas Stoller (Os Muppets e Vizinhos), um dos nomes da atualidade para comédias, é que surge a grande brincadeira com o gênero que é um verdadeiro fenômeno hoje, os filmes de super-heróis. Afinal, qual criança não imaginou que aquele professor chato e o cdf da sala um dia se tornariam grandes vilões a serem combatidos.

Podemos até tomar a liberdade de dizer que As Aventuras do Capitão Cueca é imaginativo o suficiente para clamar o posto de um dos melhores filmes de super-heróis da atualidade, já que com certa inocência, consegue quebrar o molde estrutural em que a grande maioria se vê preso. Voltando ao tópico que iniciei na crítica de Pica-Pau: O filme, não é só por ser um filme voltado ao público infantil que uma produção precisa ser completamente desprovida de novidade, de inteligência e de vigor. Enquanto o filme do pássaro encrenqueiro joga para o mais baixo denominador comum, Capitão Cueca segue pelo caminho oposto, e trata as crianças como adultos. Facilmente, uma das melhores animações do ano e uma tarefa difícil a ser derrubada pela Disney ou Pixar.

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