sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | Às Cegas: Thriller com atriz de Riverdale estreia hoje à noite na TNT

Às Cegas estreia nesta sexta-feira (11), às 22h30, na TNT

Relacionamentos abusivos e obsessivos – e suas inevitáveis consequências, têm se transformado em temáticas cada vez mais comuns no cinema. Na era do #MeToo, onde já não há mais espaço e brechas para a supressão dos anseios e dores das mulheres, a indústria tem dado sua própria resposta, unindo o seu papel denunciante ao fator entretenimento. E o novo thriller original do selo Particular Crowd – da TNT, intitulado Às Cegas, tenta fazer justamente isso. Com Madelaine Petsch (Riverdale) à frente de um elenco pouco conhecido, o suspense mira em assuntos interessantes, derrapa na maior parte de sua narrativa, mas se ergue com um plot twist que (parcialmente) compensa os seus tropeços.



Após sofrer um misterioso ataque que lhe custou sua visão, uma aclamada e jovem violinista cambaleia em uma nova realidade, onde os seus demais sentidos terão que guiá-la em direção à verdade dos fatos. Sem seus olhos e confiando nas palavras de um desconhecido, ela terá que lutar entre a paranoia e a terrível sensação de que nem tudo que lhe dizem é genuinamente real. Se concentrando mais nas consequências de seu atentado, o longa de Cooper Karl está mais preocupado em nos levar para a mente da protagonista – que ao longo de quase 1h30 de filme se digladia com suas próprias percepções e pensamentos.

Entregando pequenas pistas enganosas a respeito da possível motivação do crime, Às Cegas tenta nos atribuir a mesma confusão mental da personagem, com o thriller se apresentando a nós pela sua própria perspectiva. Essa abordagem é um dos pequenos acertos da primeira metade do filme, que patina em encontrar o seu ritmo e caminha de forma excessivamente lenta no começo. Ainda assim, conseguindo nos intrigar a querer ir mais além, o cineasta tem em mãos uma história que realmente nos cativa, mas insiste em segurar o seu desenvolvimento em seu ato de abertura, tornando parte da experiência exaustiva.

Se transformando em seu segundo e terceiro atos, o thriller começa a ganhar vida diante dos nossos olhos a partir do seu clímax, que confere dinamismo e agilidade para o roteiro, compensando as derrapadas de seu começo. Com Madeleine Petsch trazendo uma perspectiva diferente da sua atuação, a narrativa nos envolve a partir da sua construção, que consegue prender a audiência para uma reviravolta que revela uma abordagem bem mais madura e até mesmo inesperada.

Trazendo em seu esqueleto assuntos como a cultura do stalking, relacionamentos obsessivos, compulsão e até mesmo traços do machismo, Às Cegas não se aprofunda em suas constatações, mas também não parece tão preocupado com isso. Escalonando sua trama ao ponto de torná-la eletrizante em seus 45 minutos finais, o thriller psicológico fortalece suas protagonistas femininas, garante o divertimento de uma sexta-feira à noite e entre erros e acertos, faz o seu final compensar toda a jornada.

 

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Após sofrer um misterioso ataque que lhe custou sua visão, uma aclamada e jovem violinista cambaleia em uma nova realidade, onde os seus demais sentidos terão que guiá-la em direção à verdade dos fatos. Sem seus olhos e confiando nas palavras de um desconhecido, ela terá que lutar entre a paranoia e a terrível sensação de que nem tudo que lhe dizem é genuinamente real. Se concentrando mais nas consequências de seu atentado, o longa de Cooper Karl está mais preocupado em nos levar para a mente da protagonista – que ao longo de quase 1h30 de filme se digladia com suas próprias percepções e pensamentos.

Entregando pequenas pistas enganosas a respeito da possível motivação do crime, Às Cegas tenta nos atribuir a mesma confusão mental da personagem, com o thriller se apresentando a nós pela sua própria perspectiva. Essa abordagem é um dos pequenos acertos da primeira metade do filme, que patina em encontrar o seu ritmo e caminha de forma excessivamente lenta no começo. Ainda assim, conseguindo nos intrigar a querer ir mais além, o cineasta tem em mãos uma história que realmente nos cativa, mas insiste em segurar o seu desenvolvimento em seu ato de abertura, tornando parte da experiência exaustiva.

Se transformando em seu segundo e terceiro atos, o thriller começa a ganhar vida diante dos nossos olhos a partir do seu clímax, que confere dinamismo e agilidade para o roteiro, compensando as derrapadas de seu começo. Com Madeleine Petsch trazendo uma perspectiva diferente da sua atuação, a narrativa nos envolve a partir da sua construção, que consegue prender a audiência para uma reviravolta que revela uma abordagem bem mais madura e até mesmo inesperada.

Trazendo em seu esqueleto assuntos como a cultura do stalking, relacionamentos obsessivos, compulsão e até mesmo traços do machismo, Às Cegas não se aprofunda em suas constatações, mas também não parece tão preocupado com isso. Escalonando sua trama ao ponto de torná-la eletrizante em seus 45 minutos finais, o thriller psicológico fortalece suas protagonistas femininas, garante o divertimento de uma sexta-feira à noite e entre erros e acertos, faz o seu final compensar toda a jornada.

 

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