domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | As Escolhas do Amor – Espectador Escolhe Com Quem Protagonista Fica em RomCom da Netflix

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Depois que um relacionamento termina muitas pessoas ficam se perguntando como teria sido se tudo tivesse dado certo. É inevitável pensar assim, principalmente quando havia muito sentimento envolvido – não importa quanto tempo passe. Imaginar o que poderia ter sido e não foi acaba inspirando muitas produções no cinema – razão pela qual a Netflix, pensando justamente nesse ponto, lançou aos seus assinantes um longa-metragem em que dá ao espectador o poder de escolher com qual gatinho a protagonista vai ficar no fim. Esse é o mote da comédia românticaAs Escolhas do Amor’, uma das estreias deste mês na gigante do streaming.



Cami (Laura Marano) trabalha como engenheira de som em um estúdio fonográfico em Los Angeles. Ela está super de boa com seu namorado Paul (Scott Michael Foster), com quem a sintonia e a afinidade são perfeitas. Às vésperas de Paul lhe pedir em casamento, Cami decidi ir a uma taróloga para ler seu futuro, e se surpreende ao ver três cartas – três possibilidades de relacionamento sobre as quais deverá decidir. A jovem sai da sessão achando que aquilo tudo era conversa fiada, mas, ao casualmente reencontrar Jack (Jordi Webber), seu grande amor da adolescência, e trabalhar com Rex (Avan Jogia), um rockstar em ascensão que dá mole pra ela, Cami começa a acreditar que as previsões eram reais, e agora, junto com a ajuda do espectador, deverá escolher com quem quer ficar.

O enredo de ‘As Escolhas do Amor’ acompanha o formato clássico das comédias românticas água com açúcar padrão. Para criar a alternativa da escolha ao espectador o roteiro de Josann McGibbon constrói três opções de Príncipe Encantado profundamente mergulhados no clichê desse tipo de filme: por um lado temos Paul, o cara trabalhador workaholic que tem tudo a ver com a protagonista, mas que justamente por oferecer segurança, também aponta para uma vida monótona e planejada; por outro lado, temos Jack, o grande amor da adolescência cuja história interrompida inspira a conhecer o mundo através dos olhos de um sonhador, o que provavelmente faria com que a protagonista mudasse seu estilo de vida; por fim, temos Rex, um rockstar cujo estilo de vida se aproxima mais daquilo com que a protagonista trabalha e começa a desejar ter para si, que lhe dará uma vida luxuosa e surreal, mas que, lá na frente, provavelmente trará também algumas dores de cabeça à Cami.

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Com o clichê tão reforçado, o filme de Stuart McDonald deixa a sensação de que, na real, nenhum dos três caras seria uma boa opção de fato. Por vezes, as escolhas deixam pistas do tipo de futuro que ela teria – como quando as fãs se aproximam de Rex e Cami não gosta daquilo –, o que não deixa de ser algo tendencioso do roteiro. Muitas das vezes as escolhas são bobas, como optar por atender ou não uma ligação, que serviria apenas para descartar determinado personagem da trama após ser novamente reinserido. No fim, não importa as escolhas que você faça, Cami sempre acaba com alguém, num tipo de vida completamente diferente e altamente promissora.

Teria sido legal se as opções entregassem histórias completamente diferentes entre si, mas, como entretenimento, a interatividade na projeção de  ‘As Escolhas do Amor’ é uma brincadeira divertida que certamente manteve o longa no Top 10 da plataforma mais tempo do que ficaria caso fosse outro formato.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Depois que um relacionamento termina muitas pessoas ficam se perguntando como teria sido se tudo tivesse dado certo. É inevitável pensar assim, principalmente quando havia muito sentimento envolvido – não importa quanto tempo passe. Imaginar o que poderia ter sido e não foi acaba inspirando muitas produções no cinema – razão pela qual a Netflix, pensando justamente nesse ponto, lançou aos seus assinantes um longa-metragem em que dá ao espectador o poder de escolher com qual gatinho a protagonista vai ficar no fim. Esse é o mote da comédia românticaAs Escolhas do Amor’, uma das estreias deste mês na gigante do streaming.

Cami (Laura Marano) trabalha como engenheira de som em um estúdio fonográfico em Los Angeles. Ela está super de boa com seu namorado Paul (Scott Michael Foster), com quem a sintonia e a afinidade são perfeitas. Às vésperas de Paul lhe pedir em casamento, Cami decidi ir a uma taróloga para ler seu futuro, e se surpreende ao ver três cartas – três possibilidades de relacionamento sobre as quais deverá decidir. A jovem sai da sessão achando que aquilo tudo era conversa fiada, mas, ao casualmente reencontrar Jack (Jordi Webber), seu grande amor da adolescência, e trabalhar com Rex (Avan Jogia), um rockstar em ascensão que dá mole pra ela, Cami começa a acreditar que as previsões eram reais, e agora, junto com a ajuda do espectador, deverá escolher com quem quer ficar.

O enredo de ‘As Escolhas do Amor’ acompanha o formato clássico das comédias românticas água com açúcar padrão. Para criar a alternativa da escolha ao espectador o roteiro de Josann McGibbon constrói três opções de Príncipe Encantado profundamente mergulhados no clichê desse tipo de filme: por um lado temos Paul, o cara trabalhador workaholic que tem tudo a ver com a protagonista, mas que justamente por oferecer segurança, também aponta para uma vida monótona e planejada; por outro lado, temos Jack, o grande amor da adolescência cuja história interrompida inspira a conhecer o mundo através dos olhos de um sonhador, o que provavelmente faria com que a protagonista mudasse seu estilo de vida; por fim, temos Rex, um rockstar cujo estilo de vida se aproxima mais daquilo com que a protagonista trabalha e começa a desejar ter para si, que lhe dará uma vida luxuosa e surreal, mas que, lá na frente, provavelmente trará também algumas dores de cabeça à Cami.

Com o clichê tão reforçado, o filme de Stuart McDonald deixa a sensação de que, na real, nenhum dos três caras seria uma boa opção de fato. Por vezes, as escolhas deixam pistas do tipo de futuro que ela teria – como quando as fãs se aproximam de Rex e Cami não gosta daquilo –, o que não deixa de ser algo tendencioso do roteiro. Muitas das vezes as escolhas são bobas, como optar por atender ou não uma ligação, que serviria apenas para descartar determinado personagem da trama após ser novamente reinserido. No fim, não importa as escolhas que você faça, Cami sempre acaba com alguém, num tipo de vida completamente diferente e altamente promissora.

Teria sido legal se as opções entregassem histórias completamente diferentes entre si, mas, como entretenimento, a interatividade na projeção de  ‘As Escolhas do Amor’ é uma brincadeira divertida que certamente manteve o longa no Top 10 da plataforma mais tempo do que ficaria caso fosse outro formato.

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