domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | As Falsificadoras: Série da Netflix é uma hilária aventura sobre trambiques e crime organizado

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Da mais intensa euforia ao catastrófico dramalhão juvenil nasce um produto original da Netflix inexplicável e bem diferente de qualquer outro que a plataforma já tenha lançado nos últimos meses. Após se enveredar pelas ruas sombrias do Mundo Invertido de Stranger Things, a gigante do streaming agora cruza as fronteiras geográficas e traz do Canadá um presente gringo para os assinantes. Unindo a comédia ao drama sombrio, As Falsificadoras é sua nova série coming of age sobre duas adolescentes que descobrem um talento nato para a criação de identidades falsas. E essa história mirabolante nem é meme.



Livremente inspirada em fatos reais, a nova série consegue nos arrebatar abruptamente em apenas 20 e poucos minutos. Com um roteiro afiadíssimo e uma história com ares de Bling Ring: A Gangue de Hollywood, As Falsificadoras é escrachada em seu humor, sabendo mesclar os formatos pastelão e sombrio com um brilhantismo raramente visto em séries teens. Madura em sua abordagem, a produção de David Turko mostra o que acontece quando duas adolescentes – no auge de seus dramas – decidem empreender no mundo do crime organizado. E aqui, o que começa como uma fácil maneira de ganhar dinheiro através de seus colegas de escola, acaba se transformando em um negócio assombroso e perigoso. Mas nem por isso menos engraçado.

Um dos aspectos impecáveis da original Netflix é justamente sua habilidade de transcrever a adolescência feminina a partir da construção e desconstrução de estereótipos. Com duas protagonistas que são a definição de nerd e popular, a série as subverte de forma divertida e progressiva, trazendo ambas as desconhecidas atrizes Emilija Baranac e Jennifer Tong quebrando a quarta parede enquanto tentam convencer a audiência de sua inocência e reais motivações. Usando o recurso metalinguístico de forma inteligente e importante – sem querer tirar proveito de uma tendência batida em Hollywood, Turko mostra como essas duas perspectivas díspares sobre um mesmo crime não apenas afetam o desenrolar da trama, como também na nossa experiência enquanto público.

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Com uma montagem excelente que abusa dos cortes rápidos e destaca a intensidade absurda dessas jovens personagens, As Falsificadoras faz da sua pós-produção um primor e prova o quanto uma boa edição é capaz de transformar o resultado final de uma série ou filme. Com uma direção dinâmica em episódios curtos, a comédia dramática nunca desacelera, explora os arcos dos coadjuvantes com naturalidade e apresenta um elenco desconhecido impressionante, que reitera o quão preciosa é a produção canadense.

Sempre flertando com um drama sombrio e complexo, a dramédia original da Netflix consegue abordar questões mais densas sem depreciar o seu humor sarcástico e ácido. Tratando os gêneros de maneira equilibrada, aqui ambos são complementares e se comunicam entre si – sem tornar a experiência da audiência confusa e cansativa. Com o carisma de duas ótimas protagonistas e um enredo evolutivo que não perde tempo com subplots desnecessários, As Falsificadoras nos conquista de forma integral. Substancial por tratar as rachaduras familiares e leve por seu humor exagerado que serve de metáfora para a impulsividade juvenil, a série original da Netflix é uma daquelas preciosidades que sempre vale um replay.

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Livremente inspirada em fatos reais, a nova série consegue nos arrebatar abruptamente em apenas 20 e poucos minutos. Com um roteiro afiadíssimo e uma história com ares de Bling Ring: A Gangue de Hollywood, As Falsificadoras é escrachada em seu humor, sabendo mesclar os formatos pastelão e sombrio com um brilhantismo raramente visto em séries teens. Madura em sua abordagem, a produção de David Turko mostra o que acontece quando duas adolescentes – no auge de seus dramas – decidem empreender no mundo do crime organizado. E aqui, o que começa como uma fácil maneira de ganhar dinheiro através de seus colegas de escola, acaba se transformando em um negócio assombroso e perigoso. Mas nem por isso menos engraçado.

Um dos aspectos impecáveis da original Netflix é justamente sua habilidade de transcrever a adolescência feminina a partir da construção e desconstrução de estereótipos. Com duas protagonistas que são a definição de nerd e popular, a série as subverte de forma divertida e progressiva, trazendo ambas as desconhecidas atrizes Emilija Baranac e Jennifer Tong quebrando a quarta parede enquanto tentam convencer a audiência de sua inocência e reais motivações. Usando o recurso metalinguístico de forma inteligente e importante – sem querer tirar proveito de uma tendência batida em Hollywood, Turko mostra como essas duas perspectivas díspares sobre um mesmo crime não apenas afetam o desenrolar da trama, como também na nossa experiência enquanto público.

Com uma montagem excelente que abusa dos cortes rápidos e destaca a intensidade absurda dessas jovens personagens, As Falsificadoras faz da sua pós-produção um primor e prova o quanto uma boa edição é capaz de transformar o resultado final de uma série ou filme. Com uma direção dinâmica em episódios curtos, a comédia dramática nunca desacelera, explora os arcos dos coadjuvantes com naturalidade e apresenta um elenco desconhecido impressionante, que reitera o quão preciosa é a produção canadense.

Sempre flertando com um drama sombrio e complexo, a dramédia original da Netflix consegue abordar questões mais densas sem depreciar o seu humor sarcástico e ácido. Tratando os gêneros de maneira equilibrada, aqui ambos são complementares e se comunicam entre si – sem tornar a experiência da audiência confusa e cansativa. Com o carisma de duas ótimas protagonistas e um enredo evolutivo que não perde tempo com subplots desnecessários, As Falsificadoras nos conquista de forma integral. Substancial por tratar as rachaduras familiares e leve por seu humor exagerado que serve de metáfora para a impulsividade juvenil, a série original da Netflix é uma daquelas preciosidades que sempre vale um replay.

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