domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | As Panteras – Novo Filme não consegue sobressair

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Anjos de Charlie não Decolam

Logo de cara o novo As Panteras deixa claro. Esta não é uma reinvenção da franquia – os tão populares reboots –, e sim uma continuação direta, não apenas dos filmes da década passada (com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu), como também da série de TV dos 70’s que originou tudo. O filme abre com a festa de aposentadoria do Bosley mais antigo da agência, vivido por Patrick Stewart. Isto é, precedida por uma cena de ação no Rio de Janeiro, onde Kristen Stewart arranha algumas palavras num português incompreensível aos brasileiros.

As duas cenas iniciais são os momentos de maior brilho no mais recente longa da franquia. E quem dera o resto do filme seguisse a criatividade orquestrada aqui, em unir tudo num mesmo universo, apelando aos fãs da marca. Mas o roteiro e direção de Elizabeth Banks, que também vive um dos inúmeros Bosley, são seguros demais e parecem ter medo de arriscar ou ousar. Digam o que quiserem dos filmes com Diaz, Barrymore e Liu, mas pelo menos sabiam exatamente o que eram e mergulhavam de cabeça no tom non sense/cartunesco.



A trama escolhe voltar a uma história de origem, na qual três detetives dentro de uma grande agência se conhecem e uma delas é alistada. Quando o filme começa, Kristen Stewart e Ella Balinska já são operantes em campo, realizando uma missão. Se a analogia comparativa servir, Stewart é a Barrymore da vez, a bagaceira rock n roll, que adora beber e zoar. Balinska é Liu, a sexy, durona e inteligente, que leva o trabalho mais a sério. E completando o trio, Naomi Scott seria Diaz, a meiga, inocente e, de certa forma, a protagonista, visto que este filme trata de sua história de origem e treinamento junto à agência.

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O trio está bem, leve e solto. As atrizes demonstram que possuem química em cena e realizam muitas de suas próprias proezas físicas. As jovens estão em grande forma e simplesmente belíssimas. E sim, temos uma cena de dança na pista de uma boate, com Balinska e Stewart rebolando e exalando sensualidade. Além disso, Scott, famosa por sua afinação como cantora no recente Aladdin (no qual viveu a princesa Jasmine), ensaia umas rimas cantadas numa cena. A atmosfera pop também se faz presente, apesar desta ser uma obra levada num tom mais sério. Mesmo assim temos espaço para perucas e roupas extravagantes – Stewart se veste de jóquei, por exemplo, e persegue criminosos montada num cavalo.

Elizabeth Banks é o grande nome por trás da produção e responsável por tudo que vemos em tela. Ela é a mulher de confiança da Sony para este projeto, agindo em jornada quádrupla como produtora, roteirista, atriz e diretora da obra. Então, há de se responsabilizá-la pelos acertos e erros do longa. A ideia de Banks é fazer deste As Panteras um veículo de representatividade feminina, já que ela é uma forte ativista do feminismo. E convenhamos que As Panteras é o produto perfeito para tal discurso – inerente na história desde sua concepção lá na década de 1970. Ou seja, mulheres fortes e independentes.

O maior problema de As Panteras é seu roteiro. Na direção, se Banks não cria momentos que ressoem com o público (como por exemplo não existir nenhuma grande cena de ação memorável), também não compromete, deixando tudo no automático. Ela entrega (ou sua equipe) uma boa fotografia, boa direção de arte, e especialmente bons figurinos. Mas o que não desce redondo de verdade é o texto. Ficamos esperando, mas o filme nunca decola, talvez por insegurança. Sentimos que nunca há uma entrega total, e Banks soa muito como se quisesse apostar no seguro – o resultado é aquele filme que não incomoda tanto, mas que esqueceremos na semana seguinte.

Os diálogos são básicos e o aprofundamento de personagens é mínimo. Falta inspiração ao roteiro. No mundo de hoje, com tantos textos caprichados, com verdadeiros insights sobre seus universos específicos, até mesmo em séries de TV, é de deixar pasmo assistir a um roteiro tão requentado, sem esperteza ou qualquer tirada moderna. Soa como aquela “tioazona” tentando ser descolada, falando de um jeito que ela imagina que os jovens falem. Falta pegada. No filme, Banks brinca diversas vezes com a idade de sua personagem, mas o resultado final soa mesmo como se a diretora estivesse desconectada com o hoje, com o mundo atual. Tudo é muito reciclado.

Algumas mensagens feministas são marteladas na cabeça do público, sem qualquer sutileza. Lembram de As Caça-Fantasmas (2016)? As Panteras já abre com um sujeito querendo desmerecer as mulheres. Ele é o vilão. Mas tudo é conduzido de forma tão pesada e artificial, que no diálogo o sujeito praticamente diz que “lugar de mulher é na cozinha”. Sabendo que este é um filme que se apoia no feminismo, se torna um começo nada bom – quase uma bigorna caindo na cabeça. Fora isso, praticamente nenhuma das piadas do longa funcionam, e isso se torna excruciante. As piadas são feitas e podemos ouvir os grilos estridulando na plateia. Este amigo que vos fala deu risada somente em uma, apesar de termos uma alfinetada legal no Batman de Ben Affleck.

Em resumo, As Panteras não é um filme ruim, somente genérico ao extremo. Sem muita inspiração, o longa desperdiça boas atrizes em momento de graça, um mote superatual e importante, e uma possibilidade de continuações com estas novas personagens. Bem, este último item irá depender de sua bilheteria, é claro. O filme é válido para os que quiserem ver Kristen Stewart mostrando que sabe se divertir; mais um pouco do carisma de Naomi Scott; e conhecer a estonteante Ella Balinska. Mas mesmo estes, já estarão mais interessados no que ver na semana seguinte assim que saírem da sala de cinema.

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Logo de cara o novo As Panteras deixa claro. Esta não é uma reinvenção da franquia – os tão populares reboots –, e sim uma continuação direta, não apenas dos filmes da década passada (com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu), como também da série de TV dos 70’s que originou tudo. O filme abre com a festa de aposentadoria do Bosley mais antigo da agência, vivido por Patrick Stewart. Isto é, precedida por uma cena de ação no Rio de Janeiro, onde Kristen Stewart arranha algumas palavras num português incompreensível aos brasileiros.

As duas cenas iniciais são os momentos de maior brilho no mais recente longa da franquia. E quem dera o resto do filme seguisse a criatividade orquestrada aqui, em unir tudo num mesmo universo, apelando aos fãs da marca. Mas o roteiro e direção de Elizabeth Banks, que também vive um dos inúmeros Bosley, são seguros demais e parecem ter medo de arriscar ou ousar. Digam o que quiserem dos filmes com Diaz, Barrymore e Liu, mas pelo menos sabiam exatamente o que eram e mergulhavam de cabeça no tom non sense/cartunesco.

A trama escolhe voltar a uma história de origem, na qual três detetives dentro de uma grande agência se conhecem e uma delas é alistada. Quando o filme começa, Kristen Stewart e Ella Balinska já são operantes em campo, realizando uma missão. Se a analogia comparativa servir, Stewart é a Barrymore da vez, a bagaceira rock n roll, que adora beber e zoar. Balinska é Liu, a sexy, durona e inteligente, que leva o trabalho mais a sério. E completando o trio, Naomi Scott seria Diaz, a meiga, inocente e, de certa forma, a protagonista, visto que este filme trata de sua história de origem e treinamento junto à agência.

O trio está bem, leve e solto. As atrizes demonstram que possuem química em cena e realizam muitas de suas próprias proezas físicas. As jovens estão em grande forma e simplesmente belíssimas. E sim, temos uma cena de dança na pista de uma boate, com Balinska e Stewart rebolando e exalando sensualidade. Além disso, Scott, famosa por sua afinação como cantora no recente Aladdin (no qual viveu a princesa Jasmine), ensaia umas rimas cantadas numa cena. A atmosfera pop também se faz presente, apesar desta ser uma obra levada num tom mais sério. Mesmo assim temos espaço para perucas e roupas extravagantes – Stewart se veste de jóquei, por exemplo, e persegue criminosos montada num cavalo.

Elizabeth Banks é o grande nome por trás da produção e responsável por tudo que vemos em tela. Ela é a mulher de confiança da Sony para este projeto, agindo em jornada quádrupla como produtora, roteirista, atriz e diretora da obra. Então, há de se responsabilizá-la pelos acertos e erros do longa. A ideia de Banks é fazer deste As Panteras um veículo de representatividade feminina, já que ela é uma forte ativista do feminismo. E convenhamos que As Panteras é o produto perfeito para tal discurso – inerente na história desde sua concepção lá na década de 1970. Ou seja, mulheres fortes e independentes.

O maior problema de As Panteras é seu roteiro. Na direção, se Banks não cria momentos que ressoem com o público (como por exemplo não existir nenhuma grande cena de ação memorável), também não compromete, deixando tudo no automático. Ela entrega (ou sua equipe) uma boa fotografia, boa direção de arte, e especialmente bons figurinos. Mas o que não desce redondo de verdade é o texto. Ficamos esperando, mas o filme nunca decola, talvez por insegurança. Sentimos que nunca há uma entrega total, e Banks soa muito como se quisesse apostar no seguro – o resultado é aquele filme que não incomoda tanto, mas que esqueceremos na semana seguinte.

Os diálogos são básicos e o aprofundamento de personagens é mínimo. Falta inspiração ao roteiro. No mundo de hoje, com tantos textos caprichados, com verdadeiros insights sobre seus universos específicos, até mesmo em séries de TV, é de deixar pasmo assistir a um roteiro tão requentado, sem esperteza ou qualquer tirada moderna. Soa como aquela “tioazona” tentando ser descolada, falando de um jeito que ela imagina que os jovens falem. Falta pegada. No filme, Banks brinca diversas vezes com a idade de sua personagem, mas o resultado final soa mesmo como se a diretora estivesse desconectada com o hoje, com o mundo atual. Tudo é muito reciclado.

Algumas mensagens feministas são marteladas na cabeça do público, sem qualquer sutileza. Lembram de As Caça-Fantasmas (2016)? As Panteras já abre com um sujeito querendo desmerecer as mulheres. Ele é o vilão. Mas tudo é conduzido de forma tão pesada e artificial, que no diálogo o sujeito praticamente diz que “lugar de mulher é na cozinha”. Sabendo que este é um filme que se apoia no feminismo, se torna um começo nada bom – quase uma bigorna caindo na cabeça. Fora isso, praticamente nenhuma das piadas do longa funcionam, e isso se torna excruciante. As piadas são feitas e podemos ouvir os grilos estridulando na plateia. Este amigo que vos fala deu risada somente em uma, apesar de termos uma alfinetada legal no Batman de Ben Affleck.

Em resumo, As Panteras não é um filme ruim, somente genérico ao extremo. Sem muita inspiração, o longa desperdiça boas atrizes em momento de graça, um mote superatual e importante, e uma possibilidade de continuações com estas novas personagens. Bem, este último item irá depender de sua bilheteria, é claro. O filme é válido para os que quiserem ver Kristen Stewart mostrando que sabe se divertir; mais um pouco do carisma de Naomi Scott; e conhecer a estonteante Ella Balinska. Mas mesmo estes, já estarão mais interessados no que ver na semana seguinte assim que saírem da sala de cinema.

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