sexta-feira, setembro 27, 2024

Crítica | Assassino por Acaso: Richard Linklater e Glen Powell entregam a melhor e mais divertida comédia de 2024

Filme assistido durante o Festival de Sundance 2024

Os cabelos bem alinhados, os óculos retangulares e os tons de bege que vão da camisa de botões a um par de calças cáqui escondem da audiência uma inusitada figura. Gary Johnson é um homem comum, introspectivo, pacato e pai de pet – que divide seu tempo entre a sala de aula e um trabalho alternativo na delegacia local, como um falso assassino de aluguel. Mas no novo longa de Richard Linklater, ele é mais do que uma caricatura estereotípica de Hollywood. Um inesperado convite a uma experiência cinematográfica divertidíssima, ele é um peculiar tesouro não anunciado, o regente do que promete ser quase duas horas do mais puro entretenimento popular.

Uma alquimia habilidosa nascida a partir de uma parceria entre o cineasta indicado ao Oscar e o galã Glen Powell, Assassino Por Acaso é um thriller cômico que navega pelos mais diversos formatos, sem medo de exagerar demais, soar piegas demais ou até mesmo evasivo demais. Com doses generosas da comédia screwball, que remete ao saudoso Peter Sellers, o novo longa – que será lançados nos Estados Unidos diretamente pela Netflix – flerta com um romance avesso, à medida em que não tem medo de adentrar em territórios Hitchcockianos com a construção de seu mistério e de seus plot twists.

Tornando a linha entre certo e errado bem tênue e quase imperceptível, a produção é o apogeu de tudo aquilo que tanto sentimos falta no cinema contemporâneo e tanto queremos desfrutar nas telonas. Já certamente se tornando a produção mais engraçada da filmografia de Linklater, Assassino Por Acaso ainda testifica a versatilidade surpreendente de Powell em transitar entre personas das mais diversas características. Brincando de atuar por quase duas horas, o ator sensação do momento ainda nos apresenta seu talento como roteirista, fazendo um excelente malabarismo entre diversos gêneros, sem perder o timing da trama e sem se desviar de sua proposta original.

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Construindo uma sinergia impecável com Adria Arjona, ambos os protagonistas passeiam em tela com uma dinâmica enérgica e quente, solidificando uma história de amor atípica, repleta de contratempos nada ortodoxos e deliciosamente divertidos de testemunhar. Exalando uma química repleta de sensualidade e peculiaridades, a dupla consegue transitar do thriller para a comédia romântica, contribuindo diretamente para a atmosfera neo-noir solar que se forma ao longo de todo o filme.

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E a união de Linklater e Powell, que assinam o roteiro juntos, funciona de forma precisa. Estampando nas telas uma versão exagerada, caricata e tragicômica de uma história real, eles conseguem conquistar a audiência com um longa pipoca que beira o despretensioso, mas não se furta de sinalizar um toque autoral e conceitual, natural da direção do aclamado cineasta que nos presenteou com Boyhood: Da Infância à Juventude. Rendendo gargalhadas com a composição de seu protagonista, que se transforma de maneira camaleônica com próteses, figurinos exagerados e modulações de voz, Assassino por Acaso é a comédia que tanto esperamos, capaz de extrair de nós a adrenalina de um prazeroso riso frouxo.

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