segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Atentado ao Hotel Taj Mahal – Armie Hammer estrela eficiente thriller dramático

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Tensão sem Fim

Finalmente os brasileiros poderão conferir nas telonas a estreia de um dos longas mais tensos de 2019 (tendo debutado em 2018 no Festival de Toronto).  Empurrado da primeira metade do ano para meados de julho pela distribuidora nacional, Atentado ao Hotel Taj Mahal é um retrato de tempos sombrios e intolerantes, onde a violência se faz presente através do terror – e na qual a vida humana não vale absolutamente nada.

Caso fosse vendido ao entretenimento, Hotel Taj Mahal contaria com algum herói relutante, o típico homem errado no lugar errado, que tropeçaria por seu caminho até salvar o dia – bebendo da fórmula de Duro de Matar (1988). Mas o longa, escrito e dirigido pelo australiano Anthony Maras (estreando no cinema) é baseado em uma estarrecedora e incrível história real, portanto, todo um cuidado especial foi depositado na confecção da obra a fim de torná-la digna àqueles que perderam suas vidas, e seus parentes, durante o fatídico evento.



A seriedade com que os realizadores se aproximam do material é transposta para o que vemos em tela, criando uma produção nua e crua, quase documental, cuja proposta passa longe da espetacularização da violência, sua banalização ou entreter plateias em busca de adrenalina descompromissada e ação. Hotel Taj Mahal é um filme incômodo, que coloca o dedo na ferida, arregalando nossos olhos perante o ápice da crueldade que o ser humano pode atingir: tirar vidas por uma causa. Retaliação, vingança, seja o que for, tirar vidas inocentes jamais será justificável em nome de qualquer que seja a intenção ideológica.

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Maras se mostra um bom estreante, cria um cenário bem definido, onde estabelece os jogadores principais. Os personagens são bem defendidos e seus intérpretes compram a ideia, abraçando suas performances a ponto de nos fazer sentir e se importar com eles. De um lado temos os hóspedes, a casta da alta sociedade mundial hospedada no luxuosíssimo hotel do título, localizado em Mumbai (ou Bombaim), o centro financeiro da Índia e sua principal cidade. Dentre eles, o casal formado por Armie Hammer (em mais um desempenho acima da média) e a iraniana Nazanin Boniadi, que trazem à tiracolo, literalmente, seu pequeno recém-nascido.

Do outro lado temos os funcionários do hotel, pessoas simples que necessitam do emprego para sustentar suas famílias e que possuem tanta honra no trabalho em diariamente dar o seu melhor para servir, que incorporam esta mentalidade inclusive no momento de maior crise que o local já passou. Dentre os rostos conhecidos dos funcionários, o jovem Dev Patel (indicado ao Oscar de melhor ator por Lion), pai de família que opta por permanecer no local devido a necessidades financeiras. Ele pode ser considerado “o homem errado no local errado” citado no início do texto. E embora sem qualquer peripécia ou pirotecnia envolvendo suas ações contra os terroristas, o sujeito facilmente recebe a alcunha de herói. Seja na disposição com a qual se sacrifica para ajudar, ou – na melhor cena do filme – num diálogo bem humilde e cuidadoso no qual desarma uma senhora racista.

Atentado no Hotel Taj Mahal é horrendo, difícil de assistir. Tais definições, porém, apenas demonstram que a confecção foi artesanal num nível tão elevado a ponto de tornar as cenas mais realísticas o possível dentro de uma ficção. O filme não surtiria o mesmo efeito, no entanto, se a proposta fosse outra além de exalar a resiliência e união em momentos extremos, não importando quem você seja ou de onde saiu.

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Caso fosse vendido ao entretenimento, Hotel Taj Mahal contaria com algum herói relutante, o típico homem errado no lugar errado, que tropeçaria por seu caminho até salvar o dia – bebendo da fórmula de Duro de Matar (1988). Mas o longa, escrito e dirigido pelo australiano Anthony Maras (estreando no cinema) é baseado em uma estarrecedora e incrível história real, portanto, todo um cuidado especial foi depositado na confecção da obra a fim de torná-la digna àqueles que perderam suas vidas, e seus parentes, durante o fatídico evento.

A seriedade com que os realizadores se aproximam do material é transposta para o que vemos em tela, criando uma produção nua e crua, quase documental, cuja proposta passa longe da espetacularização da violência, sua banalização ou entreter plateias em busca de adrenalina descompromissada e ação. Hotel Taj Mahal é um filme incômodo, que coloca o dedo na ferida, arregalando nossos olhos perante o ápice da crueldade que o ser humano pode atingir: tirar vidas por uma causa. Retaliação, vingança, seja o que for, tirar vidas inocentes jamais será justificável em nome de qualquer que seja a intenção ideológica.

Maras se mostra um bom estreante, cria um cenário bem definido, onde estabelece os jogadores principais. Os personagens são bem defendidos e seus intérpretes compram a ideia, abraçando suas performances a ponto de nos fazer sentir e se importar com eles. De um lado temos os hóspedes, a casta da alta sociedade mundial hospedada no luxuosíssimo hotel do título, localizado em Mumbai (ou Bombaim), o centro financeiro da Índia e sua principal cidade. Dentre eles, o casal formado por Armie Hammer (em mais um desempenho acima da média) e a iraniana Nazanin Boniadi, que trazem à tiracolo, literalmente, seu pequeno recém-nascido.

Do outro lado temos os funcionários do hotel, pessoas simples que necessitam do emprego para sustentar suas famílias e que possuem tanta honra no trabalho em diariamente dar o seu melhor para servir, que incorporam esta mentalidade inclusive no momento de maior crise que o local já passou. Dentre os rostos conhecidos dos funcionários, o jovem Dev Patel (indicado ao Oscar de melhor ator por Lion), pai de família que opta por permanecer no local devido a necessidades financeiras. Ele pode ser considerado “o homem errado no local errado” citado no início do texto. E embora sem qualquer peripécia ou pirotecnia envolvendo suas ações contra os terroristas, o sujeito facilmente recebe a alcunha de herói. Seja na disposição com a qual se sacrifica para ajudar, ou – na melhor cena do filme – num diálogo bem humilde e cuidadoso no qual desarma uma senhora racista.

Atentado no Hotel Taj Mahal é horrendo, difícil de assistir. Tais definições, porém, apenas demonstram que a confecção foi artesanal num nível tão elevado a ponto de tornar as cenas mais realísticas o possível dentro de uma ficção. O filme não surtiria o mesmo efeito, no entanto, se a proposta fosse outra além de exalar a resiliência e união em momentos extremos, não importando quem você seja ou de onde saiu.

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