sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Atypical Temporada 2: Original da Netflix segue ritmo cíclico sem perder seu brilho

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Inserir o autismo no universo do entretenimento tem sido um aspecto mais comum do que já vimos nos últimos anos na televisão. Abrindo a discussão sobre o espectro, a fim de promover um entendimento maior sobre ele e até mesmo uma empatia por aquelas famílias que convivem com o transtorno, a TV e o cinema se transformaram em instrumentos difusores de conhecimento e fomentadores de discussões sadias. E ao lado da apaixonante The A Word – A Vida Com Joe, da emissora BBC One, Atypical se tornou aquele refrigério que ajuda a abrir o diálogo e permite uma certa mutualidade, por meio do lazer, a respeito de um assunto tão sério. E a segunda temporada da produção original da Netflix segue seu curso natural, mantendo o cativante ritmo que nos conquistou em seu primeiro ano, caminhando de forma cíclica – o que não é tão ruim como poderia ser.



Na primeira temporada fomos introduzidos ao peculiar casulo de Sam (Kier Gilchrist), que tenta regir os sons ensurdecedores do mundo à sua maneira, conforme também se esforça constantemente para se encaixar socialmente, sem perder sua essência. Os desafios de ser um adolescente no espectro do autismo no contexto da contemporaneidade – onde a sexualidade está mais avassaladora do que nunca – é o foco central do ano de abertura, em uma narrativa simples e rápida, que não consome tempo demais e não promove uma exaustão mental. E como uma série escrita para se encaixar em qualquer tipo de público, a produção roteirizada por Robia Rashid não busca promover longas explanações técnicas ou cultuadas sobre o autismo, apenas mira no seio familiar com uma linguagem leve e objetiva. Essa abordagem é reprisada em seu segundo ano, em uma espécie de ciclo que – embora tenha ares repetitivos – consegue manter o brilho que nos cativou em primeira instância.

Aqui temos Sam buscando sua independência da família, à medida que caminha para o fim do período escolar e se vê diante da escolha mais difícil para qualquer jovem, seja ele autista ou não: que curso estudar e em qual faculdade. Diante de um dilema, onde seus maneirismos e seu jeitão metódico costumam ditar quais seriam as escolhas mais adequadas para o resto de sua vida, ele também continua se descobrindo como um jovem, com vontades, desejos, anseios e até mesmo medos. E este formato cíclico da narrativa é um forte lembrete de que Atypical até já se tornou típica, com episódios que não inovam no roteiro, tão pouco na caracterização de seus personagens. Repetindo o modelo que funcionou na primeira temporada, a original da Netflix apenas desmembra seus arcos, insere novos personagens para deixar a trama com ares de renovo e tenta unir as pontas que ficaram soltas.

E muito embora a série não tenha buscado ousar em sua abordagem, mantendo o mesmo teor leve, seu dinamismo permanece, mantendo a produção como uma boa escolha para continuar acompanhando. Com uma trama que caminha sem pressa, mas está longe de ser lenta ou prolixa, Atypical é quase um programão de fim de semana, não cansa a mente para aqueles que não buscam seriados densos, mas também não é evasiva e fútil. Ao tornar o autismo uma temática natural do dia-a-dia e não um bicho de sete cabeças, a Netflix acerta – principalmente por promover um ambiente confortável onde o transtorno não é visto como um problema, mas sim uma condição genuína que merece um olhar atento sem preconceitos e medos. A naturalidade de quase uma conversa entre amigos é o que define a profundidade do roteiro, que não condena aqueles que possuem dificuldade de entender a temática, mas também não os isenta da responsabilidade de se inteirar sobre o assunto.

A sensibilidade de Atypical talvez seja aquilo que a torna mais doce. Com personagens identificáveis que revelam a média da maioria das famílias – independente de suas origens e nacionalidades -, a série original da Netflix tem o cuidado de conhecer o seu público e traz um material enriquecedor e esclarecedor, sem perder o sabor do entretenimento. E conforme extrai algumas risadas e promove uma preocupação no espectador diante das adversidades de cada um dos protagonistas, a produção se consolida ainda mais como aquela boa pedida que cumpre seu papel como um bom entretenimento e de quebra te presenteia com uma valiosa lição sobre as coisas da vida.

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Na primeira temporada fomos introduzidos ao peculiar casulo de Sam (Kier Gilchrist), que tenta regir os sons ensurdecedores do mundo à sua maneira, conforme também se esforça constantemente para se encaixar socialmente, sem perder sua essência. Os desafios de ser um adolescente no espectro do autismo no contexto da contemporaneidade – onde a sexualidade está mais avassaladora do que nunca – é o foco central do ano de abertura, em uma narrativa simples e rápida, que não consome tempo demais e não promove uma exaustão mental. E como uma série escrita para se encaixar em qualquer tipo de público, a produção roteirizada por Robia Rashid não busca promover longas explanações técnicas ou cultuadas sobre o autismo, apenas mira no seio familiar com uma linguagem leve e objetiva. Essa abordagem é reprisada em seu segundo ano, em uma espécie de ciclo que – embora tenha ares repetitivos – consegue manter o brilho que nos cativou em primeira instância.

Aqui temos Sam buscando sua independência da família, à medida que caminha para o fim do período escolar e se vê diante da escolha mais difícil para qualquer jovem, seja ele autista ou não: que curso estudar e em qual faculdade. Diante de um dilema, onde seus maneirismos e seu jeitão metódico costumam ditar quais seriam as escolhas mais adequadas para o resto de sua vida, ele também continua se descobrindo como um jovem, com vontades, desejos, anseios e até mesmo medos. E este formato cíclico da narrativa é um forte lembrete de que Atypical até já se tornou típica, com episódios que não inovam no roteiro, tão pouco na caracterização de seus personagens. Repetindo o modelo que funcionou na primeira temporada, a original da Netflix apenas desmembra seus arcos, insere novos personagens para deixar a trama com ares de renovo e tenta unir as pontas que ficaram soltas.

E muito embora a série não tenha buscado ousar em sua abordagem, mantendo o mesmo teor leve, seu dinamismo permanece, mantendo a produção como uma boa escolha para continuar acompanhando. Com uma trama que caminha sem pressa, mas está longe de ser lenta ou prolixa, Atypical é quase um programão de fim de semana, não cansa a mente para aqueles que não buscam seriados densos, mas também não é evasiva e fútil. Ao tornar o autismo uma temática natural do dia-a-dia e não um bicho de sete cabeças, a Netflix acerta – principalmente por promover um ambiente confortável onde o transtorno não é visto como um problema, mas sim uma condição genuína que merece um olhar atento sem preconceitos e medos. A naturalidade de quase uma conversa entre amigos é o que define a profundidade do roteiro, que não condena aqueles que possuem dificuldade de entender a temática, mas também não os isenta da responsabilidade de se inteirar sobre o assunto.

A sensibilidade de Atypical talvez seja aquilo que a torna mais doce. Com personagens identificáveis que revelam a média da maioria das famílias – independente de suas origens e nacionalidades -, a série original da Netflix tem o cuidado de conhecer o seu público e traz um material enriquecedor e esclarecedor, sem perder o sabor do entretenimento. E conforme extrai algumas risadas e promove uma preocupação no espectador diante das adversidades de cada um dos protagonistas, a produção se consolida ainda mais como aquela boa pedida que cumpre seu papel como um bom entretenimento e de quebra te presenteia com uma valiosa lição sobre as coisas da vida.

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