domingo , 17 novembro , 2024

Crítica | Ava Max constrói um arauto da música pop com o ótimo ‘Diamonds & Dancefloors’

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Ava Max vem se ganhando cada vez mais espaço no cenário mainstream da música e se consagrando como um dos principais nomes da nova geração do pop. Seu sucesso começou com a canção “Sweet but Psycho”, lançada em 2018 – mas não seria até dois anos mais tarde que ela faria sua estreia oficial com vibrante álbum ‘Heaven & Hell’, que já demonstrava seu apreço pelas construções mercadológicas e pela música como escape emocional e físico. Agora, ela está de volta com o aguardado ‘Diamonds & Dancefloors’, seu segundo disco que funciona como um grande arauto do pop, unindo décadas diferentes em um mesmo lugar.

Como já mencionado, a principal ideia por trás da produção é manter-se fiel às tendências escapistas e saudosistas que vêm tomando forma desde 2020, com Dua Lipa e Lady Gaga. Em outras palavras, à medida que a performer impregna cada uma das faixas com sua própria identidade, há um resgate nostálgica dos anos 1970 e 1980 que emana das canções e que nos convida para a pista de dança – um presente muito bem-vindo, principalmente para começar 2023 com o pé direito. A faixa de abertura, “Million Dollar Baby”, dá o tom dessa instigante jornada, ainda que falhe em alguns aspectos e não consiga se desvencilhar da obviedade de fórmulas: não se enganem, os vocais e as múltiplas camadas de instrumentos são muito bem colocadas, mas não podemos deixar de sentir que algo está faltando. De qualquer forma, a iteração é prática o suficiente para nos fazer querer continuar a viagem.

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As coisas começam a se estruturar com maior solidez a partir da segunda track, “Sleepwalker”. A ótima entrada do álbum vem como cortesia da produção de Cirkuit e Jonas Jeberg, que pegam elementos do dance-pop e de um electro-pop que permitem à Max uma exploração quase completa de sua versatilidade artística. Temos, inclusive, uma inclinação para o nu-disco e uma estrutura movida a baixo e a sintetizadores que nos arrancam da cadeira e nos fazem “mexer o esqueleto”, em uma narrativa que fala sobre a obsessão carnal de uma paixão e que se configura como uma das melhores faixas da carreira da performer. “Maybe You’re The Problem” volta-se ao electro-pop e delineia a progressão através de referências ao synth-pop.

Enquanto o álbum funciona como uma espécie de receptáculo da música pop, Ava não pensa duas vezes antes de prestar homenagem aos diversos nomes que a influenciaram: aqui, vemos que ela tem um sagaz olho para embarcar na onda de revitalização do electro, do disco e do house, construindo um cosmos enérgico e reverberante que quer nos tirar da aspereza da realidade e nos fazer mergulhar, ao menos que por poucos minutos, dentro de um lugar em que não precisamos nos preocupar com nada. “Ghosts” amalgama o clássico house de ‘Chromatica’ a uma atmosfera que beira o EDM, mas não perde a chance de remar contra a maré e mudar de trajetória; “Hold Up (Wait a Minute)” viaja para ‘Future Nostalgia’ e ‘Fever’ e alia o baixo aos violinos em uma divertida e magnética aventura; “Weapons” transforma Paramore e Jordin Sparks em um dance-pop explosivo que mascara uma narrativa sobre um relacionamento que traz dor à cantora.

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Há diversas outras faixas que nos chamam a atenção e que, de fato, deveriam ter sido lançadas como singles promocionais – não que Ava não vá fazer isso, considerando que o álbum foi lançado na última sexta-feira (27). “Turn Off The Lights” é uma incrível e dissonante incursão própria para ser ouvida em meio a luzes estroboscópicas, marcado por um uso impactante de sintetizadores e de filtros robóticos, cuja principal ideia é construir uma ideia antêmica de alcançar o que você sempre quis; “Get Outta My Heart”, apesar de ficar meio apagada em meio a canções mais envolventes e memoráveis, é uma celebração dos anos 2000 de superação e de libertação; e “Last Night On Earth” permite que o EDM seja pincelado sutilmente pelo electro-rock e pelo glam metal, traçando paralelos com as explorações de ‘Born This Way’. E, finalizando a obra, a artista se apropria de um dark pop que resplandece na forma de “Dancing’s Done”.

Não deixe de assistir:

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Vários podem acreditar que ‘Diamonds & Dancefloors’ é apenas uma tentativa falha de fugir das derivações da música; outros, como este que vos escreve, compreendem que a ideia por trás do disco é, além de revelar a inteligência mercadológica de Ava Max, funcionar como um convite a esquecer dos problemas e se jogar de cabeça nas pistas de dança, divertindo-se do começo ao fim com o primeiro grande álbum pop de 2023 – um compêndio eufórico, narcótico e extasiante do começo ao fim.

Nota por faixa:

1. Million Dollar Baby – 3/5
2. Sleepwalker – 5/5
3. Maybe You’re The Problem – 4/5
4. Ghost – 5/5
5. Hold Up (Wait a Minute) – 4/5
6. Weapons – 4,5/5
7. Diamonds & Dancefloors – 4/5
8. In The Dark – 3,5/5
9. Turn Off The Lights – 4,5/5
10. One Of Us – 4/5
11. Get Outta My Heart – 4,5/5
12. Cold As Ice – 4/5
13. Last Night On Earth – 5/5
14. Dancing’s Done – 5/5

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Como já mencionado, a principal ideia por trás da produção é manter-se fiel às tendências escapistas e saudosistas que vêm tomando forma desde 2020, com Dua Lipa e Lady Gaga. Em outras palavras, à medida que a performer impregna cada uma das faixas com sua própria identidade, há um resgate nostálgica dos anos 1970 e 1980 que emana das canções e que nos convida para a pista de dança – um presente muito bem-vindo, principalmente para começar 2023 com o pé direito. A faixa de abertura, “Million Dollar Baby”, dá o tom dessa instigante jornada, ainda que falhe em alguns aspectos e não consiga se desvencilhar da obviedade de fórmulas: não se enganem, os vocais e as múltiplas camadas de instrumentos são muito bem colocadas, mas não podemos deixar de sentir que algo está faltando. De qualquer forma, a iteração é prática o suficiente para nos fazer querer continuar a viagem.

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As coisas começam a se estruturar com maior solidez a partir da segunda track, “Sleepwalker”. A ótima entrada do álbum vem como cortesia da produção de Cirkuit e Jonas Jeberg, que pegam elementos do dance-pop e de um electro-pop que permitem à Max uma exploração quase completa de sua versatilidade artística. Temos, inclusive, uma inclinação para o nu-disco e uma estrutura movida a baixo e a sintetizadores que nos arrancam da cadeira e nos fazem “mexer o esqueleto”, em uma narrativa que fala sobre a obsessão carnal de uma paixão e que se configura como uma das melhores faixas da carreira da performer. “Maybe You’re The Problem” volta-se ao electro-pop e delineia a progressão através de referências ao synth-pop.

Enquanto o álbum funciona como uma espécie de receptáculo da música pop, Ava não pensa duas vezes antes de prestar homenagem aos diversos nomes que a influenciaram: aqui, vemos que ela tem um sagaz olho para embarcar na onda de revitalização do electro, do disco e do house, construindo um cosmos enérgico e reverberante que quer nos tirar da aspereza da realidade e nos fazer mergulhar, ao menos que por poucos minutos, dentro de um lugar em que não precisamos nos preocupar com nada. “Ghosts” amalgama o clássico house de ‘Chromatica’ a uma atmosfera que beira o EDM, mas não perde a chance de remar contra a maré e mudar de trajetória; “Hold Up (Wait a Minute)” viaja para ‘Future Nostalgia’ e ‘Fever’ e alia o baixo aos violinos em uma divertida e magnética aventura; “Weapons” transforma Paramore e Jordin Sparks em um dance-pop explosivo que mascara uma narrativa sobre um relacionamento que traz dor à cantora.

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Há diversas outras faixas que nos chamam a atenção e que, de fato, deveriam ter sido lançadas como singles promocionais – não que Ava não vá fazer isso, considerando que o álbum foi lançado na última sexta-feira (27). “Turn Off The Lights” é uma incrível e dissonante incursão própria para ser ouvida em meio a luzes estroboscópicas, marcado por um uso impactante de sintetizadores e de filtros robóticos, cuja principal ideia é construir uma ideia antêmica de alcançar o que você sempre quis; “Get Outta My Heart”, apesar de ficar meio apagada em meio a canções mais envolventes e memoráveis, é uma celebração dos anos 2000 de superação e de libertação; e “Last Night On Earth” permite que o EDM seja pincelado sutilmente pelo electro-rock e pelo glam metal, traçando paralelos com as explorações de ‘Born This Way’. E, finalizando a obra, a artista se apropria de um dark pop que resplandece na forma de “Dancing’s Done”.

Vários podem acreditar que ‘Diamonds & Dancefloors’ é apenas uma tentativa falha de fugir das derivações da música; outros, como este que vos escreve, compreendem que a ideia por trás do disco é, além de revelar a inteligência mercadológica de Ava Max, funcionar como um convite a esquecer dos problemas e se jogar de cabeça nas pistas de dança, divertindo-se do começo ao fim com o primeiro grande álbum pop de 2023 – um compêndio eufórico, narcótico e extasiante do começo ao fim.

Nota por faixa:

1. Million Dollar Baby – 3/5
2. Sleepwalker – 5/5
3. Maybe You’re The Problem – 4/5
4. Ghost – 5/5
5. Hold Up (Wait a Minute) – 4/5
6. Weapons – 4,5/5
7. Diamonds & Dancefloors – 4/5
8. In The Dark – 3,5/5
9. Turn Off The Lights – 4,5/5
10. One Of Us – 4/5
11. Get Outta My Heart – 4,5/5
12. Cold As Ice – 4/5
13. Last Night On Earth – 5/5
14. Dancing’s Done – 5/5

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