segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Bacurau – Obra-prima nacional no melhor estilo Tarantino

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O filme brasileiro mais comentado e aguardado dos últimos tempos finalmente está em exibição nos cinemas nacionais e vai agradar a qualquer fã da sétima arte. Bacurau é cinema em sua mais pura essência e traz Pernambuco para o mapa das grandes produções de faroeste do Século XXI.

O longa não tem vergonha de ser estranho. Muito pelo contrário, ele abraça sua natureza exótica ao mesclar o calor e as dificuldades do Sertão com a adrenalina dos filmes de ação para entregar uma história confusa, à princípio, mas que vai se desenhando de maneira frenética, te instigando a tentar descobrir o que vai acontecer na próxima cena. É divertido, polêmico e sem medo de ser o que é: uma obra-prima do cinema nacional.



A trama gira em torno da cidadezinha chamada Bacurau. Pequena, mas unida, a comunidade local vive seus dias com tranquilidade e paz, apesar das dificuldades não resolvidas pela prefeitura. Porém, tudo começa a mudar quando um disco voador passa a sobrevoar a região e, logo em seguida, eventos estranhos começam a acontecer. Desde a morte de moradores até o sumiço da cidade do mapa, tudo é muito estranho e tenso. O clima de suspense é constante no início e vai aumentando conforme as bizarrices acontecem. Contudo, o filme aborda todos esses aspectos de forma crível e fascinante. É louvável sentar para assistir a um filme e ser surpreendido pelo trabalho competentíssimo de diretores, roteiristas e elenco.

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Apesar de não serem o foco da história – que preza pela cidade em primeiro plano -, os personagens são interessantes, misteriosos, ambíguos e divertidos. São preponderantes para a crítica social pensada pela equipe criativa e refletem o povo brasileiro, que sofre diariamente com as patuscadas do governo e ainda assim consegue achar um motivo para sorrir e seguir com a vida. Em meio as ameaças propostas pela trama, a organização surge como única alternativa  de sobreviver. E vale destacar a atuação de dois MONSTROS em tela: Sônia Braga, como a Doutora Domingas, e o alemão Udo Kier, completamente aterrorizante ao interpretar Michael, um dos antagonistas do longa. São os personagens que se contrastam e acabam exaltando de forma orgânica a cultura da região nordestina.

A direção é incrível e acerta ao trazer uma montagem meio “antiquada” nas cenas em que a pobreza e a dificuldade ficam mais nítidas. Os fãs de Star Wars vão se amarrar nas passagens de cena ao estilo slideshow. E a direção fotográfica consegue passar o incômodo do clima sertanejo na medida. O calor é importante e influente na caracterização da cidade. No ato final, eles liberam algumas das cenas mais violentas do cinema nacional recente. Os fãs da violência Tarantinesca vão se deliciar nas cenas de faroeste.

Enfim, é um filmaço para quem gosta de entretenimento com qualidade e conteúdo. Aquele típico filme que te diverte e faz pensar. Um frenesi apoteótico perfeito para coroar a grande fase que o Cinema Nacional vive.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O longa não tem vergonha de ser estranho. Muito pelo contrário, ele abraça sua natureza exótica ao mesclar o calor e as dificuldades do Sertão com a adrenalina dos filmes de ação para entregar uma história confusa, à princípio, mas que vai se desenhando de maneira frenética, te instigando a tentar descobrir o que vai acontecer na próxima cena. É divertido, polêmico e sem medo de ser o que é: uma obra-prima do cinema nacional.

A trama gira em torno da cidadezinha chamada Bacurau. Pequena, mas unida, a comunidade local vive seus dias com tranquilidade e paz, apesar das dificuldades não resolvidas pela prefeitura. Porém, tudo começa a mudar quando um disco voador passa a sobrevoar a região e, logo em seguida, eventos estranhos começam a acontecer. Desde a morte de moradores até o sumiço da cidade do mapa, tudo é muito estranho e tenso. O clima de suspense é constante no início e vai aumentando conforme as bizarrices acontecem. Contudo, o filme aborda todos esses aspectos de forma crível e fascinante. É louvável sentar para assistir a um filme e ser surpreendido pelo trabalho competentíssimo de diretores, roteiristas e elenco.

Apesar de não serem o foco da história – que preza pela cidade em primeiro plano -, os personagens são interessantes, misteriosos, ambíguos e divertidos. São preponderantes para a crítica social pensada pela equipe criativa e refletem o povo brasileiro, que sofre diariamente com as patuscadas do governo e ainda assim consegue achar um motivo para sorrir e seguir com a vida. Em meio as ameaças propostas pela trama, a organização surge como única alternativa  de sobreviver. E vale destacar a atuação de dois MONSTROS em tela: Sônia Braga, como a Doutora Domingas, e o alemão Udo Kier, completamente aterrorizante ao interpretar Michael, um dos antagonistas do longa. São os personagens que se contrastam e acabam exaltando de forma orgânica a cultura da região nordestina.

A direção é incrível e acerta ao trazer uma montagem meio “antiquada” nas cenas em que a pobreza e a dificuldade ficam mais nítidas. Os fãs de Star Wars vão se amarrar nas passagens de cena ao estilo slideshow. E a direção fotográfica consegue passar o incômodo do clima sertanejo na medida. O calor é importante e influente na caracterização da cidade. No ato final, eles liberam algumas das cenas mais violentas do cinema nacional recente. Os fãs da violência Tarantinesca vão se deliciar nas cenas de faroeste.

Enfim, é um filmaço para quem gosta de entretenimento com qualidade e conteúdo. Aquele típico filme que te diverte e faz pensar. Um frenesi apoteótico perfeito para coroar a grande fase que o Cinema Nacional vive.

 

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