domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Beleza Negra: Disney+ entrega uma bela e apaixonante versão do clássico da literatura

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Algumas coisas não mudam com o passar do séculos. Em meio às mais diversas transições socioculturais e imersões tecnológicas, há pequenos universos de valores que permanecem imutáveis. A clássica obra literária Beleza Negra: A Autobiografia de um Cavalo é praticamente isso. Escrita por Anna Sewell e lançada em 1877, o livro foi feito para um tempo que hoje – em essência – não existe mais. Trazendo uma denúncia sobre os maus tratos que muitos cavalos sofriam no século XIX, ele é um relato sensível e lúdico sobre como um animal selvagem se sente, quando submetido às necessidades humanas sem qualquer cuidado. E atualmente, em meio a um tumultuado 2020, a sua essência segue preservada – ainda que os tempos sejam outros.



A prova disso é a mais nova versão cinematográfica do Disney+, que chega aqui para evidenciar que há sempre uma mensagem profundamente apurada que a obra de Sewell ainda tem para nos trazer na era dos streamings. Dirigido e roteirizado por Ashley Avis, a produção foi feita com um carinho surpreendente, que transborda pelas telas. Muito mais que uma amante por cavalos, a cineasta conduz uma fundação dedicada à proteção destes animais, tanto domésticos, como selvagens. Como alguém que está absolutamente à vontade, ela transforma Beleza Negra na sua própria carta de amor.

Usando o seu próprio nível de profundidade relacional com seus cavalos, Avis projeta os holofotes em Beleza Negra como alguém que sente de perto a dor e as mazelas que esse belo animal tantas vezes sofreu ao longo de sua trajetória literária. E por valorizar tanto toda a riqueza da raça mustangue, ela traz a vencedora do Oscar Kate Winslet como a narradora da história. Aqui, o timbre doce e suave da aclamada estrela se transforma na voz do cavalo Beleza Negra, ajudando a garantir uma delicada visão antropomórfica, que gera em nós uma sensibilidade e compaixão acalentadoras.

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A dinâmica do drama vai mais a fundo com Mackenzie Foy em uma versão repaginada do protagonista literário. Se comunicando com as gerações contemporâneas, a produção inverte alguns aspectos básicos da narrativa original, sem tirar a grandiosa essência da trama. Beleza e Jo agora são protagonistas femininas, que se encontram uma na outra a partir do vazio da perda. Na nova versão da Disney – que ainda conta com Calam Lynch e Iain Glen, o abandono fala mais alto em ambas as personagens, que vorazes e inquietas à sua maneira, acham a paz que tanto almejavam em um amor transcendental.

Explorando com muita doçura o poder da relação entre humanos e cavalos, Beleza Negra é um drama familiar que consegue facilmente cativar as audiências de forma geral. Com fotografias naturais belíssimas que estampariam quadros estonteantes, a produção ainda é um desfile da bravura do mustangue, mostra aspectos delicados relacionados à brutalidade animal, à medida que também envolve a audiência em uma emocionante e apaixonante história sobre o poder de uma inusitada amizade.

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Crítica | Beleza Negra: Disney+ entrega uma bela e apaixonante versão do clássico da literatura

Algumas coisas não mudam com o passar do séculos. Em meio às mais diversas transições socioculturais e imersões tecnológicas, há pequenos universos de valores que permanecem imutáveis. A clássica obra literária Beleza Negra: A Autobiografia de um Cavalo é praticamente isso. Escrita por Anna Sewell e lançada em 1877, o livro foi feito para um tempo que hoje – em essência – não existe mais. Trazendo uma denúncia sobre os maus tratos que muitos cavalos sofriam no século XIX, ele é um relato sensível e lúdico sobre como um animal selvagem se sente, quando submetido às necessidades humanas sem qualquer cuidado. E atualmente, em meio a um tumultuado 2020, a sua essência segue preservada – ainda que os tempos sejam outros.

A prova disso é a mais nova versão cinematográfica do Disney+, que chega aqui para evidenciar que há sempre uma mensagem profundamente apurada que a obra de Sewell ainda tem para nos trazer na era dos streamings. Dirigido e roteirizado por Ashley Avis, a produção foi feita com um carinho surpreendente, que transborda pelas telas. Muito mais que uma amante por cavalos, a cineasta conduz uma fundação dedicada à proteção destes animais, tanto domésticos, como selvagens. Como alguém que está absolutamente à vontade, ela transforma Beleza Negra na sua própria carta de amor.

Usando o seu próprio nível de profundidade relacional com seus cavalos, Avis projeta os holofotes em Beleza Negra como alguém que sente de perto a dor e as mazelas que esse belo animal tantas vezes sofreu ao longo de sua trajetória literária. E por valorizar tanto toda a riqueza da raça mustangue, ela traz a vencedora do Oscar Kate Winslet como a narradora da história. Aqui, o timbre doce e suave da aclamada estrela se transforma na voz do cavalo Beleza Negra, ajudando a garantir uma delicada visão antropomórfica, que gera em nós uma sensibilidade e compaixão acalentadoras.

A dinâmica do drama vai mais a fundo com Mackenzie Foy em uma versão repaginada do protagonista literário. Se comunicando com as gerações contemporâneas, a produção inverte alguns aspectos básicos da narrativa original, sem tirar a grandiosa essência da trama. Beleza e Jo agora são protagonistas femininas, que se encontram uma na outra a partir do vazio da perda. Na nova versão da Disney – que ainda conta com Calam Lynch e Iain Glen, o abandono fala mais alto em ambas as personagens, que vorazes e inquietas à sua maneira, acham a paz que tanto almejavam em um amor transcendental.

Explorando com muita doçura o poder da relação entre humanos e cavalos, Beleza Negra é um drama familiar que consegue facilmente cativar as audiências de forma geral. Com fotografias naturais belíssimas que estampariam quadros estonteantes, a produção ainda é um desfile da bravura do mustangue, mostra aspectos delicados relacionados à brutalidade animal, à medida que também envolve a audiência em uma emocionante e apaixonante história sobre o poder de uma inusitada amizade.

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