sexta-feira, março 29, 2024

Crítica | Boneco do Mal

Nem Chucky, Nem Annabelle

É interessante notar como funciona o hype gerado por determinado filme atualmente. Campanhas de marketing sempre foram utilizadas na hora de vender uma produção. A criada para Batman (1989), de Tim Burton, ainda se mantém como uma das maiores da história, com símbolos do personagem espalhados por outdoors de vários países, incluindo o Brasil, um ano antes da estreia do filme.

Hoje, a internet tem grande mérito, e as pessoas ditam o que querem ver ou não nas redes sociais. De acordo com esta “onda”, os estrategistas montam as campanhas pegando carona na cultura pop do momento. É o imediatismo máximo. Seguindo esta nova regra, produções como Deadpool falaram diretamente com seu público-alvo e deram o que ele queria. É um filme feito para eles e quase por eles. Em 2006, algo parecido havia sido tentado, sem o mesmo êxito, com Serpentes a Bordo (Snakes on a Plane).

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Tudo isso para chegarmos a este Boneco do Mal (The Boy), cujo hype gerado em sites e mídias sociais serviu para vender o filme de forma forte, talvez mais até do que a campanha de marketing da produção em si. Tal impulso é comprado pelos fãs e os produtores e distribuidores agradecem. Confesso que sabia pouco e não olharia duas vezes para esta produção. Mas o falatório gerado nas mídias sociais foi tamanho que me convenceu e despertou minha curiosidade sobre que diabos era este “Garoto”.

Lauren Cohan (The Walking Dead) é a estrela do terror na pele de Greta Evans, uma jovem tentando recomeçar a vida na Inglaterra, após os maus tratos do abusivo ex-namorado. A bela arruma emprego de babá / governanta numa antiga e gigantesca mansão, muito semelhante a um pequeno castelo. Seus proprietários são o casal de idosos Sr. e Sra. Heelshire (Jim Norton e Diana Hardcastle). Aparentemente normais e amáveis, a dupla esconde um tenebroso segredo.

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Bem, se você já viu algum trailer, ou simplesmente leu o título do filme, já deve imaginar. O filho do casal, o pequeno Brahms, é na realidade um boneco de louça. Eles o tratam como um menino vivo, e exigem que a incrédula babá dê ao ser inanimado tratamento igual, precisando alimentá-lo, trocar sua roupa e inclusive o colocar para dormir. O casal então sai de férias, bem suspeitas, e deixam a incauta jovem cuidando da casa e de seu “filho”. A única companhia da protagonista é Malcolm (Rupert Evans), o dono da venda que traz provisões, aparecendo de tempos em tempos.

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O maior elogio que Boneco do Mal pode receber – e não é coisa pouca, levando em conta o gênero – é em relação ao seu roteiro. Em sua reviravolta, que não serei louco de revelar aqui, o filme entrega algo totalmente inesperado. Surpreendendo de forma impactante, ficamos esperando o básico de produções do gênero, para recebermos algo inusitado, que deixará muitos de boca aberta. Só por isso, Boneco do Mal já merece elogios. Por conseguir nos enganar por 1h30min antes de seu clímax – bem eletrizante diga-se.

Fora isso, Boneco do Mal é relativamente rotineiro. Cria personagens básicos e sem muito brilho (veja o que tem sido feito em filmes como Invocação do Mal e Sobrenatural, por exemplo). Funciona dentro de uma estrutura pré-estabelecida, oscilando em duas vertentes de subgêneros do terror, o de casas mal-assombradas e o slasher. O que conta em filmes assim é em que nível ele te assusta. Mas Boneco do Mal poderá dividir opiniões, justamente por entregar algo diferente do que à primeira vista está vendendo. Seja como for, o filme é criativo, arrepiante e passa com louvor no quesito “medidor de medo”.

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