domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | ‘Bridgerton’ retorna com uma 2ª temporada recheada de pompa e escândalos

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Já faz dois anos desde que conhecemos a família Bridgerton e seus inúmeros problemas na high society vitoriana da Inglaterra – e, agora, estamos ansiosos por mais mistérios, escândalos e casos de romance.

Desenvolvida pela Shondaland, produtora comandada pela icônica realizadora Shonda Rhimes, e por Chris Van Dusen, Bridgerton é baseada na saga de romances homônima assinada por Julia Quinn e se transformou em um dos maiores sucessos da Netflix, conquistando o público ao redor do mundo e dando origem a uma das mais explosivas sensações da década. Nesta próxima sexta-feira, 25 de março, Van Dusen está pronto para reabrir as portas de Londres com oito novos episódios que continuam a explorar o competitivo escopo matrimonial e hierárquico da elite britânica – e que, apesar de tropeçarem no meio do caminho, nos relembram dos motivos pelos quais nos apaixonamos por esse enredo regado ao melhor do melodrama.



Conforme anunciado nos meses passados, o enredo da segunda temporada transfere o foco de Daphne (Phoebe Dynevor) para o primogênito da família, Anthony (Jonathan Bailey), que abandona seus desejos animalescos de se divertir e não se comprometer com a continuidade da linhagem Bridgerton e mergulha com pétrea decisão de encontrar uma pretendente que esteja de acordo com as exigências feitas pelo tradicionalismo aristocrático e que não lhe traga nenhuma decepção no futuro (um elemento de importância ímpar, explicado no decorrer dos capítulos). E, é claro, que as coisas não seguem exatamente um padrão e se fundem com a chegada das Sharma à cidade: as irmãs Kate (Simone Ashley) e Edwina (Charithra Chandran) e a matriarca Mary (Shelley Conn), que caem nas graças da Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) e se tornam assunto da temporada de debutantes, ainda que escondam um segredo que pode desmantelar todos os planos que criaram).

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Seguindo os passos da iteração predecessora, que acompanhou Daphne e Simon (Regé-Jean Page, que não faz sequer uma participação especial no novo ano), somos agraciados com o vibrante e divertido relacionamento de “aminimizade” entre Anthony e Kate: o jovem rapaz faz de tudo para cortejar Edwina, encontrando nela uma chance de manter o nome da família vivo e respeitado, mas Kate não o aprova por seus maneirismos e por seu ar de superioridade (soa similar?); é claro que, mesmo para aqueles que assistiram apenas à série e não leram os livros, é possível detalhar com precisão assustadora o que acontecerá no futuro – ou seja, um enlace que coloca em xeque os planos que cada um dos personagens têm para assegurar um futuro incerto e nebuloso.

De certa forma, as tentativas de rotacionar o centro de gravidade narrativo esbarram em vários obstáculos, como a repetitiva tensão sexual e amorosa que cresce entre Anthony e Kate e que sempre parte de uma premissa idêntica a qualquer outra do gênero – nutrindo de correspondências gritantes com Daphne e Simon, Elizabeth e Mr. Darcy (‘Orgulho e Preconceito’) e tantos outros. É notável como Ashley e Bailey desfrutam de uma química incomparável, o que auxilia a deixar de lado esses deslizes cansativos, mas não há como negar que metade dos acontecimentos seria cortado caso eles se resolvessem com mais clareza e diálogo; porém, levando em consideração que lidamos com uma adaptação dos romances de Quinn, essa faceta água-com-açúcar é esperada por parte dos fãs.

As adições ao elenco são impagáveis dentro dos limites impostos a elas, causando uma primeira impressão aplaudível e que nos carrega em meio a um turbilhão de emoções e reviravoltas. Porém, elas não são as únicas a nos roubarem a atenção: Claudia Jessie finalmente encontra seu amadurecimento pró-feminista e libertária como Eloise, lutando para que as mulheres tenham voz dentro de uma sociedade patriarcal e aprisionadora, enquanto Nicola Coughlan volta a nos encantar no ambíguo papel de Penélope (revelada como a verdadeira Lady Whistledown, dona da “coluna de fofocas” de Londres); Adjoa Andoh e Ruth Gemmell fazem um ótimo trabalho conjunto como Lady Danbury e Violet Bridgerton, respectivamente, unindo forças para um bem em comum; e Rosheuvel repete os feitos do ano anterior ao roubar cada cena em que aparece como a divertida e ácida Rainha.

A 2ª temporada de Bridgerton mantém o nível de qualidade da iteração original à medida que expande a mitologia arquitetada por Quinn e eterniza a carreira de atores e atrizes com papéis memoráveis e atuações sólidas o suficiente para nos manterem vidrados na telinha. Tangenciando algumas fórmulas aqui e ali e se valendo de clichês com que já estamos bastante acostumados, os episódios dessa vindoura leva cumprem com o que prometem e nos preparam para os próximos anos de um dos dramas de época mais apaixonantes da memória recente.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Desenvolvida pela Shondaland, produtora comandada pela icônica realizadora Shonda Rhimes, e por Chris Van Dusen, Bridgerton é baseada na saga de romances homônima assinada por Julia Quinn e se transformou em um dos maiores sucessos da Netflix, conquistando o público ao redor do mundo e dando origem a uma das mais explosivas sensações da década. Nesta próxima sexta-feira, 25 de março, Van Dusen está pronto para reabrir as portas de Londres com oito novos episódios que continuam a explorar o competitivo escopo matrimonial e hierárquico da elite britânica – e que, apesar de tropeçarem no meio do caminho, nos relembram dos motivos pelos quais nos apaixonamos por esse enredo regado ao melhor do melodrama.

Conforme anunciado nos meses passados, o enredo da segunda temporada transfere o foco de Daphne (Phoebe Dynevor) para o primogênito da família, Anthony (Jonathan Bailey), que abandona seus desejos animalescos de se divertir e não se comprometer com a continuidade da linhagem Bridgerton e mergulha com pétrea decisão de encontrar uma pretendente que esteja de acordo com as exigências feitas pelo tradicionalismo aristocrático e que não lhe traga nenhuma decepção no futuro (um elemento de importância ímpar, explicado no decorrer dos capítulos). E, é claro, que as coisas não seguem exatamente um padrão e se fundem com a chegada das Sharma à cidade: as irmãs Kate (Simone Ashley) e Edwina (Charithra Chandran) e a matriarca Mary (Shelley Conn), que caem nas graças da Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) e se tornam assunto da temporada de debutantes, ainda que escondam um segredo que pode desmantelar todos os planos que criaram).

Seguindo os passos da iteração predecessora, que acompanhou Daphne e Simon (Regé-Jean Page, que não faz sequer uma participação especial no novo ano), somos agraciados com o vibrante e divertido relacionamento de “aminimizade” entre Anthony e Kate: o jovem rapaz faz de tudo para cortejar Edwina, encontrando nela uma chance de manter o nome da família vivo e respeitado, mas Kate não o aprova por seus maneirismos e por seu ar de superioridade (soa similar?); é claro que, mesmo para aqueles que assistiram apenas à série e não leram os livros, é possível detalhar com precisão assustadora o que acontecerá no futuro – ou seja, um enlace que coloca em xeque os planos que cada um dos personagens têm para assegurar um futuro incerto e nebuloso.

De certa forma, as tentativas de rotacionar o centro de gravidade narrativo esbarram em vários obstáculos, como a repetitiva tensão sexual e amorosa que cresce entre Anthony e Kate e que sempre parte de uma premissa idêntica a qualquer outra do gênero – nutrindo de correspondências gritantes com Daphne e Simon, Elizabeth e Mr. Darcy (‘Orgulho e Preconceito’) e tantos outros. É notável como Ashley e Bailey desfrutam de uma química incomparável, o que auxilia a deixar de lado esses deslizes cansativos, mas não há como negar que metade dos acontecimentos seria cortado caso eles se resolvessem com mais clareza e diálogo; porém, levando em consideração que lidamos com uma adaptação dos romances de Quinn, essa faceta água-com-açúcar é esperada por parte dos fãs.

As adições ao elenco são impagáveis dentro dos limites impostos a elas, causando uma primeira impressão aplaudível e que nos carrega em meio a um turbilhão de emoções e reviravoltas. Porém, elas não são as únicas a nos roubarem a atenção: Claudia Jessie finalmente encontra seu amadurecimento pró-feminista e libertária como Eloise, lutando para que as mulheres tenham voz dentro de uma sociedade patriarcal e aprisionadora, enquanto Nicola Coughlan volta a nos encantar no ambíguo papel de Penélope (revelada como a verdadeira Lady Whistledown, dona da “coluna de fofocas” de Londres); Adjoa Andoh e Ruth Gemmell fazem um ótimo trabalho conjunto como Lady Danbury e Violet Bridgerton, respectivamente, unindo forças para um bem em comum; e Rosheuvel repete os feitos do ano anterior ao roubar cada cena em que aparece como a divertida e ácida Rainha.

A 2ª temporada de Bridgerton mantém o nível de qualidade da iteração original à medida que expande a mitologia arquitetada por Quinn e eterniza a carreira de atores e atrizes com papéis memoráveis e atuações sólidas o suficiente para nos manterem vidrados na telinha. Tangenciando algumas fórmulas aqui e ali e se valendo de clichês com que já estamos bastante acostumados, os episódios dessa vindoura leva cumprem com o que prometem e nos preparam para os próximos anos de um dos dramas de época mais apaixonantes da memória recente.

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