sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Campeões – Woody Harrelson é Ofuscado Por Elenco Especial em filme Bonito e Engraçado

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Os Estados Unidos adoram fazer filmes sobre esportes, especialmente esportes que fazem sucesso naquele país. Como a gente consome quase tudo o que eles produzem por lá, vira e mexe temos por aqui filmes abordando patinação no gelo, rugby, golf, etc. Dentre os esportes populares, os motes são mais ou menos os mesmos – o atleta/treinador com muito talento, mas que tem conflitos pessoais para serem resolvidos e que acabam se interpondo à canalização desse talento e prejudicando o coletivo, mas que, no fim, consegue sua redenção. O novo lançamento da Universal Pictures, ‘Campeões’, segue exatamente esse mesmo molde, porém como dois diferenciais: o primeiro é que será lançado no circuito comercial brasileiro, e o segundo é que estamos falando de atletas com Síndrome de Down.



Marcus (Woody Harrelson) é assistente de técnico na segunda divisão do basquete universitário da liga de acesso em uma pequena e fria cidade nos Estados Unidos. Ele tem muitas ideias e estratégias, mas o técnico não o ouve, e, numa divergência, acaba perdendo a cabeça e também o emprego. Frustrado, sai pra beber e na volta se envolve em um acidente de carro, o que o leva à prisão. Como punição por seu comportamento, a juíza lhe dá duas opções: passar dezoito meses na prisão ou 90 dias como técnico voluntário no time de basquete Amigos. A proposta seria interessante, não fosse o fato de o time ser composto por jovens com Síndrome de Down. Indeciso se tem a paciência e a competência para lidar com pessoas com esse tipo de deficiência intelectual, Marcus acaba aceitando o trabalho comunitário, sem saber que sua vida mudaria completamente a partir dali.

Campeões’ tem aquela estrutura narrativa que parece ser baseada na história de alguém, até porque os Estados Unidos adoram fazer filmes com essas histórias inspiradoras que tornam o cidadão comum grande campeão da vida. Não é o caso aqui, mas é inspirado no filme espanholCampeones’.

Partindo a história do protagonista Marcus, um egocêntrico com dificuldades de se relacionar com pessoas de forma geral, ter Woody Harrelson no papel contribui para atrair o público, mas quem rouba a cena mesmo é o elenco de atores com Down. O carisma e a simpatia que conferem a seus personagens dão senso de unidade a esse time fictício, aproximando o espectador de uma importante realidade social, que é normalizar a vida dessas pessoas mostrando ao espectador que são indivíduos plenamente capazes tanto de praticar esportes, quanto de trabalhar, estudar ou morar sozinho. Do grupo, se destacam Johnny (Kevin Iannucci) com sua capacidade expressiva bem marcante, e Consentino (Madison Tevlin), cuja personalidade forte dá um up na trama.

O diretor Bobby Farrelly (produtor de ‘Quem Vai Ficar com Mary’) favorece na construção de um ambiente agradável ao time, apesar dos percalços da vida, centrando as câmeras em favorecimento do seu elenco especial, captando-os mesmo quando não estão no plano e apesar da história clichê do protagonista.

Campeões’ tem uma bela mensagem que difere de outros filmes do gênero e sinaliza a consciência social da Universal Pictures em apostar neste título para o circuito comercial. Um filme bonito, engraçado e com uma importante mensagem para o público. Imperdível para quem quer ver mais histórias como essa nos cinemas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Os Estados Unidos adoram fazer filmes sobre esportes, especialmente esportes que fazem sucesso naquele país. Como a gente consome quase tudo o que eles produzem por lá, vira e mexe temos por aqui filmes abordando patinação no gelo, rugby, golf, etc. Dentre os esportes populares, os motes são mais ou menos os mesmos – o atleta/treinador com muito talento, mas que tem conflitos pessoais para serem resolvidos e que acabam se interpondo à canalização desse talento e prejudicando o coletivo, mas que, no fim, consegue sua redenção. O novo lançamento da Universal Pictures, ‘Campeões’, segue exatamente esse mesmo molde, porém como dois diferenciais: o primeiro é que será lançado no circuito comercial brasileiro, e o segundo é que estamos falando de atletas com Síndrome de Down.

Marcus (Woody Harrelson) é assistente de técnico na segunda divisão do basquete universitário da liga de acesso em uma pequena e fria cidade nos Estados Unidos. Ele tem muitas ideias e estratégias, mas o técnico não o ouve, e, numa divergência, acaba perdendo a cabeça e também o emprego. Frustrado, sai pra beber e na volta se envolve em um acidente de carro, o que o leva à prisão. Como punição por seu comportamento, a juíza lhe dá duas opções: passar dezoito meses na prisão ou 90 dias como técnico voluntário no time de basquete Amigos. A proposta seria interessante, não fosse o fato de o time ser composto por jovens com Síndrome de Down. Indeciso se tem a paciência e a competência para lidar com pessoas com esse tipo de deficiência intelectual, Marcus acaba aceitando o trabalho comunitário, sem saber que sua vida mudaria completamente a partir dali.

Campeões’ tem aquela estrutura narrativa que parece ser baseada na história de alguém, até porque os Estados Unidos adoram fazer filmes com essas histórias inspiradoras que tornam o cidadão comum grande campeão da vida. Não é o caso aqui, mas é inspirado no filme espanholCampeones’.

Partindo a história do protagonista Marcus, um egocêntrico com dificuldades de se relacionar com pessoas de forma geral, ter Woody Harrelson no papel contribui para atrair o público, mas quem rouba a cena mesmo é o elenco de atores com Down. O carisma e a simpatia que conferem a seus personagens dão senso de unidade a esse time fictício, aproximando o espectador de uma importante realidade social, que é normalizar a vida dessas pessoas mostrando ao espectador que são indivíduos plenamente capazes tanto de praticar esportes, quanto de trabalhar, estudar ou morar sozinho. Do grupo, se destacam Johnny (Kevin Iannucci) com sua capacidade expressiva bem marcante, e Consentino (Madison Tevlin), cuja personalidade forte dá um up na trama.

O diretor Bobby Farrelly (produtor de ‘Quem Vai Ficar com Mary’) favorece na construção de um ambiente agradável ao time, apesar dos percalços da vida, centrando as câmeras em favorecimento do seu elenco especial, captando-os mesmo quando não estão no plano e apesar da história clichê do protagonista.

Campeões’ tem uma bela mensagem que difere de outros filmes do gênero e sinaliza a consciência social da Universal Pictures em apostar neste título para o circuito comercial. Um filme bonito, engraçado e com uma importante mensagem para o público. Imperdível para quem quer ver mais histórias como essa nos cinemas.

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