quinta-feira, junho 27, 2024

Crítica | Cilada 2 – Nova fase de Série de Humor Atualiza Temas e Olha Para Personagens 20 Anos Depois

O escritor Luis Fernando Veríssimo já dizia que a comédia está na vida privada. Aquilo que acontece dentro de casa, entre as pessoas que convivem diariamente dentro de uma mesma rotina, tece histórias hilárias, fabulosas, que muitas vezes já inspiraram ótimas produções que mais tarde se tornaram livros, filmes e séries. O cotidiano de um casal comum é inspirador, e é o cerne da série ‘Cilada 2’, continuação direta da série de comédiaCilada’, exibida em canal aberto pela TV Globo quase vinte anos atrás e que chegou recentemente na plataforma da Globoplay.

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Casados há tanto tempo, Bruno (Bruno Mazzeo) e Débora (Débora Lamm) estão começando a entrar em crise. É que tantos anos juntos acabou levando os dois a uma rotina inesperada, porém real: todos os dias eles acordam, vão para o trabalho, voltam, jantam, mexem no celular e dormem; nos finais de semana, visitam algum parente de Débora ou algum casal de amigos, e só. No meio do caminho, algumas tretas acontecem, mas a verdade é que apesar de se quererem muito, os dois estão percorrendo caminhos diferentes. Numa tentativa de reacender a chama da paixão, os dois concordam em participar de uma terapia de casal, mas novas possibilidades acabam surgindo a partir daí.

Dividida em dez episódios de menos de meia hora de duração cada, esta nova temporada de uma história de sucesso chega com um olhar atualizado, atento e natural sobre o casal protagonista. É claro que muita coisa ali é comum quando levamos em conta o universo de um casal heteronormativo de classe média em um centro urbano, e tais elementos estão ali presentes, reconhecendo o seu lugar na trama. O legal na passagem de tempo (fictícia e real) é que muita coisa no mundo aqui fora mudou, não só nos problemas mas, principalmente, nas suas soluções, e é exatamente aí que a série criada pelo próprio Mazzeo ganha.

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O roteiro de Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão e Guga Gessullo com a colaboração de Barbara Duvivier trata dos temas com bastante humor e honestidade, sem pender para favoritismo entre os personagens. Mesmo centrado, em sua maioria, pelo olhar de Bruno, Débora não é, em momento algum, uma espécie de vilã, pelo contrário: as situações são construídas de modo que ora um tem mais razão, mais coerência, em seguida o outro parece estar mais certo. Essa alternância permite não só um melhor aprofundamento desses personagens, mas, acima de tudo, permite que ninguém seja melhor que ninguém – afinal, este nem é o objetivo de um casamento.

Os temas elencados são bem bolados, corroborados por um elenco de apoio sólido e em sintonia. As situações são de fácil identificação para o público espectador, variando desde uma bebedeira num churrasco (quem nunca?) a atritos com vizinhos que querem fazer o que querem no condomínio. O diretor Felipe Joffily imprime naturalidade aos eventos e às reações do seu elenco, o que transmite a sensação de que tudo o que vemos nos é familiar, porque conhecemos alguém que fez o mesmo. Dos dez episódios, o arco do meio são os que geram os melhores debates, deixando certo sabor agridoce nos últimos episódios, indicando uma escolha ousada dos realizadores em talvez termos uma possível nova temporada por um rumo totalmente diferente.

Cilada 2’ é dinâmico, contemporâneo e super engraçado. Uma boa pedida para relaxar no fim do dia ou para assistir entre amigos e identificar quem é quem no rolê.

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