domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Com Carinho, Kitty – Série Teen da Netflix Vale por Diálogo com a Cultura Sul-Coreana

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O sucesso das histórias contemporâneas pode ser medida pela quantidade de adaptações audiovisuais e produtos derivados que ela consegue ter, especialmente quando essas histórias são voltadas para o público jovem. Esta é a trajetória dos livros ‘Para Todos os Garotos que já Amei’, cuja trilogia ganhou três adaptações em formatos fílmicos e fez tanto burburinho na Netflix, que acabou originando uma derivação seriada baseada na irmã da protagonista, que roubou as atenções do público. Recentemente a série estreou na Netflix com o nome ‘Com Carinho, Kitty’ e já teve sua segunda temporada confirmada pela gigante do streaming.



Com ambas as irmãs mais velhas longe de casa, Kitty (Anna Cathcart) sente-se sozinha e, às vésperas de entrar no Ensino Médio, acredita que tem muito mais para conhecer no mundo do que simplesmente ficar no mesmo lugar, afinal, seu relacionamento à distância com Dae (Choi Min-yeong) tem se mantido firme e forte desde que se conheceram presencialmente quando ela estive em Seul com sua família anos atrás. Disposta a encontrá-lo pessoalmente, Kitty decide se inscrever para um programa de bolsa de estudos na Kiss, uma escola de Ensino Médio na Coreia do Sul, onde sua mãe também estudara. Uma vez lá, Kitty quer refazer os passos de sua mãe para, assim, tentar se reaproximar dela de alguma forma. Porém seus planos na Kiss não vão exatamente como ela queria, uma vez que irá conhecer estudantes do mundo inteiro e que não necessariamente vão curtir seu um jeitinho casamenteiro de ser.

Dividido em oito episódios com pouco menos de trinta minutos cada, ‘Com Carinho, Kitty’ tem muitas sub tramas e muitos personagens para dividir o tempo com uma protagonista que também precisa se apresentar para o espectador, mesmo sendo uma derivação da história principal – afinal, ela era apenas uma coadjuvante infantil adorável, e agora é uma jovem adolescente completamente diferente daquilo que conhecemos nos filmes.

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Esse é o grande desafio do roteiro de Alanna Bennett, com colaboração e criação da autora dos livros, Jenny Han. E é justamente onde este roteiro se enrola: com tantos personagens e tantas sub tramas, muitas coisas acabam sendo muito facilmente resolvidas ou simplesmente jogadas no enredo de maneira gratuita para acelerar a resolução dos acontecimentos. Exemplo disso é uma cena em que dois personagens estão casualmente com vontade de tomar um café e casualmente passam por uma ponte onde casualmente encontram um outro personagem agindo de maneira suspeita. A frequência com que essa estratégia de novela mexicana ocorre nesta primeira temporada força um pouco a barra – talvez por seu grande número de diretores responsáveis.

Por outro lado, ‘Com Carinho, Kitty’ presta um grande serviço em apresentar a cultura sul-coreana para o público majoritariamente estadunidense, e esse é o grande forte da série. Através da protagonista intercambista o espectador é convidado a conhecer pratos típicos da região, celebrações de feriados, comportamentos culturais do dia a dia daquele povo e por aí vai. Considerando que a Coreia do Sul anda em alta com o público jovem, este é um grande acerto da série.

Afastando-se bastante da personagem dos filmes, ‘Com Carinho, Kitty’ repagina sua protagonista para o contemporâneo dos adolescentes de hoje e todas as suas inquietações. Uma primeira temporada bem-feita, ainda que acelerada, mas que deixa um ótimo gancho para a já confirmada segunda parte da série.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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O sucesso das histórias contemporâneas pode ser medida pela quantidade de adaptações audiovisuais e produtos derivados que ela consegue ter, especialmente quando essas histórias são voltadas para o público jovem. Esta é a trajetória dos livros ‘Para Todos os Garotos que já Amei’, cuja trilogia ganhou três adaptações em formatos fílmicos e fez tanto burburinho na Netflix, que acabou originando uma derivação seriada baseada na irmã da protagonista, que roubou as atenções do público. Recentemente a série estreou na Netflix com o nome ‘Com Carinho, Kitty’ e já teve sua segunda temporada confirmada pela gigante do streaming.

Com ambas as irmãs mais velhas longe de casa, Kitty (Anna Cathcart) sente-se sozinha e, às vésperas de entrar no Ensino Médio, acredita que tem muito mais para conhecer no mundo do que simplesmente ficar no mesmo lugar, afinal, seu relacionamento à distância com Dae (Choi Min-yeong) tem se mantido firme e forte desde que se conheceram presencialmente quando ela estive em Seul com sua família anos atrás. Disposta a encontrá-lo pessoalmente, Kitty decide se inscrever para um programa de bolsa de estudos na Kiss, uma escola de Ensino Médio na Coreia do Sul, onde sua mãe também estudara. Uma vez lá, Kitty quer refazer os passos de sua mãe para, assim, tentar se reaproximar dela de alguma forma. Porém seus planos na Kiss não vão exatamente como ela queria, uma vez que irá conhecer estudantes do mundo inteiro e que não necessariamente vão curtir seu um jeitinho casamenteiro de ser.

Dividido em oito episódios com pouco menos de trinta minutos cada, ‘Com Carinho, Kitty’ tem muitas sub tramas e muitos personagens para dividir o tempo com uma protagonista que também precisa se apresentar para o espectador, mesmo sendo uma derivação da história principal – afinal, ela era apenas uma coadjuvante infantil adorável, e agora é uma jovem adolescente completamente diferente daquilo que conhecemos nos filmes.

Esse é o grande desafio do roteiro de Alanna Bennett, com colaboração e criação da autora dos livros, Jenny Han. E é justamente onde este roteiro se enrola: com tantos personagens e tantas sub tramas, muitas coisas acabam sendo muito facilmente resolvidas ou simplesmente jogadas no enredo de maneira gratuita para acelerar a resolução dos acontecimentos. Exemplo disso é uma cena em que dois personagens estão casualmente com vontade de tomar um café e casualmente passam por uma ponte onde casualmente encontram um outro personagem agindo de maneira suspeita. A frequência com que essa estratégia de novela mexicana ocorre nesta primeira temporada força um pouco a barra – talvez por seu grande número de diretores responsáveis.

Por outro lado, ‘Com Carinho, Kitty’ presta um grande serviço em apresentar a cultura sul-coreana para o público majoritariamente estadunidense, e esse é o grande forte da série. Através da protagonista intercambista o espectador é convidado a conhecer pratos típicos da região, celebrações de feriados, comportamentos culturais do dia a dia daquele povo e por aí vai. Considerando que a Coreia do Sul anda em alta com o público jovem, este é um grande acerto da série.

Afastando-se bastante da personagem dos filmes, ‘Com Carinho, Kitty’ repagina sua protagonista para o contemporâneo dos adolescentes de hoje e todas as suas inquietações. Uma primeira temporada bem-feita, ainda que acelerada, mas que deixa um ótimo gancho para a já confirmada segunda parte da série.

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