sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | CRUELLA é uma explosão visual que nos entrega a genuína vilã da Disney

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Rancorosa e vingativa. Perversa por seus traumas, mas inevitavelmente deslumbrante em peças bem ajustadas ao corpo, perfeitamente desenhadas quase com a ajuda de um espartilho. Cruella chega em um 2021 diferente, após uma sucessão de adiamentos em virtude do quadro mundial em que vivemos. Mas como um espetáculo que merece ser visto nos cinemas, ela passeia pelos arredores da tumultuada Londres dos anos 70, que pulsava o punk rock de The Clash e Sex Pistols a plenos pulmões. E com o seu desconhecido passado finalmente ganhando vida pelas mãos dos roteiristas Dana Fox e Tony McNamara, a icônica vilã da Disney se posiciona sob os holofotes e reluz em uma comédia fashionista surpreendente, deliciosa e com um figurino digno de Oscar.



Se antes haviam ressalvas quanto à nova versão de Cruella, elas rapidamente caem por terra em seus primeiros 15 minutos. À medida em que caminhamos pelos tempos de infância da engenhosa e geniosa Estella, nos deparamos com os primeiros fragmentos de autenticidade do filme. Nos apresentando a personagem por uma ótica mais emocional e simbólica, Craig Gillespie constrói sua protagonista como alguém identificável, mas não se engane. Ela continua sendo mais traiçoeira do que uma cascavel, como já dizia o clássico hino de 101 Dálmatas.

E ao preservar a essência vilanesca da polêmica personagem das animações, Cruella cruza novas fronteiras, entregando uma experiência sinestésica para os amantes de moda. À medida em que as tramoias da nossa vilã evoluem e se desabrocham, mais vemos sua veia artística ganhando novas cores e intensidade. É como se de certa forma a sua voracidade doentia se expressasse ousadamente em seus figurinos. E buscando apresentar tamanha expressividade visceral trazida pela belíssima Emma Stone, Jenny Beaven (vencedora do Oscar por Mad Max: Estrada da Fúria) assina o design de figurino, emanando o punk rock com ar militar, em looks de tirar o fôlego.

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CRUELLA
(L-R): Mark Strong as John the Valet and Emma Thompson as the Baroness

E sob uma trilha sonora nostálgica deliciosa, que nos transporta para a efervescência musical da época, a comédia se transforma em um desfile de moda para Emma Stone e Emma Thompson, que são dois lados de uma mesma perversidade. Com performances excepcionais e imersas, elas contracenam lado a lado com maestria, ditam seus discursos com precisão e são como faíscas em tela. Hipnotizando os olhares para os seus visuais e performances, elas desenvolvem suas respectivas linguagens corporais pelos seus figurinos, tornando a impecável seleção de looks em uma extensão de suas atuações.

Com efeitos visuais que pecam um pouco em sua qualidade técnica (provavelmente em virtude de um orçamento bem mais enxuto do que habitualmente vemos na Marvel Studios), o longa é uma combinação explosiva entre a malícia da vilã e um humor mais inocente e com toques de pastelão que funciona, bem aos moldes tradicionais da Disney. Trazendo às telas a Cruella de Vil no mais puro sentido do seu próprio nome (dessa vez sem toda aquela fixação por casacos de pele de cachorro), Cruella é o filme de vilã que Malévola deveria ter sido. Com uma atmosfera que deixará os fãs do clássico O Diabo Veste Prada muito bem servidos e realizados, a produção já calca uma trajetória de sucesso que, facilmente, vencerá o teste do tempo.

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Crítica | CRUELLA é uma explosão visual que nos entrega a genuína vilã da Disney

Rancorosa e vingativa. Perversa por seus traumas, mas inevitavelmente deslumbrante em peças bem ajustadas ao corpo, perfeitamente desenhadas quase com a ajuda de um espartilho. Cruella chega em um 2021 diferente, após uma sucessão de adiamentos em virtude do quadro mundial em que vivemos. Mas como um espetáculo que merece ser visto nos cinemas, ela passeia pelos arredores da tumultuada Londres dos anos 70, que pulsava o punk rock de The Clash e Sex Pistols a plenos pulmões. E com o seu desconhecido passado finalmente ganhando vida pelas mãos dos roteiristas Dana Fox e Tony McNamara, a icônica vilã da Disney se posiciona sob os holofotes e reluz em uma comédia fashionista surpreendente, deliciosa e com um figurino digno de Oscar.

Se antes haviam ressalvas quanto à nova versão de Cruella, elas rapidamente caem por terra em seus primeiros 15 minutos. À medida em que caminhamos pelos tempos de infância da engenhosa e geniosa Estella, nos deparamos com os primeiros fragmentos de autenticidade do filme. Nos apresentando a personagem por uma ótica mais emocional e simbólica, Craig Gillespie constrói sua protagonista como alguém identificável, mas não se engane. Ela continua sendo mais traiçoeira do que uma cascavel, como já dizia o clássico hino de 101 Dálmatas.

E ao preservar a essência vilanesca da polêmica personagem das animações, Cruella cruza novas fronteiras, entregando uma experiência sinestésica para os amantes de moda. À medida em que as tramoias da nossa vilã evoluem e se desabrocham, mais vemos sua veia artística ganhando novas cores e intensidade. É como se de certa forma a sua voracidade doentia se expressasse ousadamente em seus figurinos. E buscando apresentar tamanha expressividade visceral trazida pela belíssima Emma Stone, Jenny Beaven (vencedora do Oscar por Mad Max: Estrada da Fúria) assina o design de figurino, emanando o punk rock com ar militar, em looks de tirar o fôlego.

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(L-R): Mark Strong as John the Valet and Emma Thompson as the Baroness

E sob uma trilha sonora nostálgica deliciosa, que nos transporta para a efervescência musical da época, a comédia se transforma em um desfile de moda para Emma Stone e Emma Thompson, que são dois lados de uma mesma perversidade. Com performances excepcionais e imersas, elas contracenam lado a lado com maestria, ditam seus discursos com precisão e são como faíscas em tela. Hipnotizando os olhares para os seus visuais e performances, elas desenvolvem suas respectivas linguagens corporais pelos seus figurinos, tornando a impecável seleção de looks em uma extensão de suas atuações.

Com efeitos visuais que pecam um pouco em sua qualidade técnica (provavelmente em virtude de um orçamento bem mais enxuto do que habitualmente vemos na Marvel Studios), o longa é uma combinação explosiva entre a malícia da vilã e um humor mais inocente e com toques de pastelão que funciona, bem aos moldes tradicionais da Disney. Trazendo às telas a Cruella de Vil no mais puro sentido do seu próprio nome (dessa vez sem toda aquela fixação por casacos de pele de cachorro), Cruella é o filme de vilã que Malévola deveria ter sido. Com uma atmosfera que deixará os fãs do clássico O Diabo Veste Prada muito bem servidos e realizados, a produção já calca uma trajetória de sucesso que, facilmente, vencerá o teste do tempo.

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