quinta-feira , 19 dezembro , 2024

Crítica | Cryptozoo: Animação com Zoe Kazan e Michael Cera é um bizarro experimento artístico

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Filme assistido durante o Festival de Sundance

Particular e inusitado, Cryptozoo é um experimento cinematográfico muitas vezes desconfortável aos olhos. Com uma estética absolutamente autoral e um ritmo muito lento em seus primeiros 20 minutos, a produção é do tipo que causa estranheza, tamanha a sua vanguarda. Exigindo muito mais do que disposição do público, ela reside em sua peculiaridade e explora o universo de criaturas míticas históricas, para abordar um tema real: Os valores do capitalismo selvagem.



Na trama, uma mulher dedica a sua vida para salvar e proteger criaturas míticas que atualmente se encontram em extinção, com muitas vivendo suas vidas reclusas, escondidas entre os humanos ou até mesmo subordinadas a um subversivo e corrompido submundo. Para garantir que suas raras espécies sejam preservadas, essa ativista decide criar o Cryptozoo, um zoológico que – teoricamente – resolverá o problema de tráfico de figuras míticas, prática que passou a dominar o mundo e deu início a uma perigosa milícia.

Sendo absolutamente feita manualmente, a animação quebra paradigmas logo com o seu estilo criativo. Com traços em 2D mais “simples” e bem caricatos, a produção tenta cativar a audiência para essa característica diferenciada, a fim de que ela se envolva com a narrativa de maneira mais próxima, sendo ainda capturada pelos tons vibrantes e diversos que estampam a tela a cada tomada. Entre erros e acertos, a ideia pode até funcionar, mas Cryptozoo perde o seu fôlego por ser pouco comunicável com a maioria dos cinéfilos, ainda que sua mensagem seja clara.

Com a sua trama crescendo apenas na metade de seu segundo ato, o longa é inquietante em seu visual. Embora seja muito ousado, o excesso de cores e o design das criaturas míticas tendem a se tornar um problema. Tudo parece estar em excesso, inclusive o fator autoral do cineasta Dash Shaw, que assina o roteiro e a direção do longa. Com uma abordagem com ares das séries animadas do bloco Adult Swim, do canal Cartoon Network, Cryptozoo se apoia em um forte elenco de dubladores, formado por Michael Cera, Zoe Kazan, Alex Karpovsky e Lake Bell – mas perece de encanto.

Simbólico em sua premissa, a produção acerta por querer instigar o público a refletir sobre como a sociedade contemporânea se comporta de forma voraz diante do poder e do dinheiro. No entanto, seu texto ecoa pouco e o interesse pode se perder, diante de sua exaustão visual que mais nos incomoda do que nos intriga. Ao menos que você decida comprar essa alucinação do diretor, Cryptozoo segue como um filme que terá dificuldades de também encontrar o seu o lugar no mundo, assim como suas criaturas.

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Particular e inusitado, Cryptozoo é um experimento cinematográfico muitas vezes desconfortável aos olhos. Com uma estética absolutamente autoral e um ritmo muito lento em seus primeiros 20 minutos, a produção é do tipo que causa estranheza, tamanha a sua vanguarda. Exigindo muito mais do que disposição do público, ela reside em sua peculiaridade e explora o universo de criaturas míticas históricas, para abordar um tema real: Os valores do capitalismo selvagem.

Na trama, uma mulher dedica a sua vida para salvar e proteger criaturas míticas que atualmente se encontram em extinção, com muitas vivendo suas vidas reclusas, escondidas entre os humanos ou até mesmo subordinadas a um subversivo e corrompido submundo. Para garantir que suas raras espécies sejam preservadas, essa ativista decide criar o Cryptozoo, um zoológico que – teoricamente – resolverá o problema de tráfico de figuras míticas, prática que passou a dominar o mundo e deu início a uma perigosa milícia.

Sendo absolutamente feita manualmente, a animação quebra paradigmas logo com o seu estilo criativo. Com traços em 2D mais “simples” e bem caricatos, a produção tenta cativar a audiência para essa característica diferenciada, a fim de que ela se envolva com a narrativa de maneira mais próxima, sendo ainda capturada pelos tons vibrantes e diversos que estampam a tela a cada tomada. Entre erros e acertos, a ideia pode até funcionar, mas Cryptozoo perde o seu fôlego por ser pouco comunicável com a maioria dos cinéfilos, ainda que sua mensagem seja clara.

Com a sua trama crescendo apenas na metade de seu segundo ato, o longa é inquietante em seu visual. Embora seja muito ousado, o excesso de cores e o design das criaturas míticas tendem a se tornar um problema. Tudo parece estar em excesso, inclusive o fator autoral do cineasta Dash Shaw, que assina o roteiro e a direção do longa. Com uma abordagem com ares das séries animadas do bloco Adult Swim, do canal Cartoon Network, Cryptozoo se apoia em um forte elenco de dubladores, formado por Michael Cera, Zoe Kazan, Alex Karpovsky e Lake Bell – mas perece de encanto.

Simbólico em sua premissa, a produção acerta por querer instigar o público a refletir sobre como a sociedade contemporânea se comporta de forma voraz diante do poder e do dinheiro. No entanto, seu texto ecoa pouco e o interesse pode se perder, diante de sua exaustão visual que mais nos incomoda do que nos intriga. Ao menos que você decida comprar essa alucinação do diretor, Cryptozoo segue como um filme que terá dificuldades de também encontrar o seu o lugar no mundo, assim como suas criaturas.

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