sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | De Pai Para Filho – Juan Paiva, Miá Mello e Marco Ricca Fazem Inventário Emocional em Nova Comédia Romântica

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O Dia dos Pais já é no próximo domingo. E sempre que temos uma data festiva, faz-se o ímpeto de celebrar, mas também é tempo de fazer um balanço entre as relações. Nesse sentido, a data do Dia dos Pais, comercialmente, não é das mais lucrativas – talvez pelo grande número de crianças que desconhecem, não têm contato com seus próprios pais ou simplesmente se tornaram órfãs por parte de pai muito jovens. Aos filhos que ficam, resta a reflexão sobre as possibilidades de como poderia ter sido a relação com o pai, e esse é o mote que dá o start no filme ‘De Pai Para Filho’, filme brasileiro de comédia romântica dramática que chega a partir dessa semana ao circuito nacional.

de pai para filho (1)



José (Juan Paiva) acaba de receber a notícia de que seu pai, Machado (Marco Ricca) falecera. Só que José fora abandonado com a mãe quando ainda era muito pequeno, e, por isso, não tem muitas memórias desse pai, e as que tem, são ruins. Uma vez dentro do apartamento de Machado, José começa a ser visitado pelo fantasma desse pai, que o vai aconselhando sobre as questões da vida enquanto o jovem começa a desenvolver uma amizade com a menina Kat (Valentina Vieira) e a mãe dela, Dina (Miá Mello), vizinhas de seu pai e que também estão buscando respostas em suas vidas.

Ao contrário do que a sinopse oficial e até mesmo o pôster dá a entender, ‘De Pai Para Filho’ é uma comédia romântica. Tem sim, seus momentos mais densos, mais dramáticos, mas, acima de tudo, é uma comédia romântica. É importante ressaltarmos isso pois este é um gênero que costuma atrair o público brasileiro com mais facilidade, e o longa possui todas as características que o público comumente encontra nesse gênero: um casal por quem torcer, encontros e desencontros, situações de fossa e de euforia, brigas e momentos fofos.

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No último final de semana, ‘De Pai Para Filho’ ganhou os prêmios de Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante e de Cidade Cinematográfica no Festival Internacional de Cinema de Paraty. Vale ressaltar que este foi o primeiro prêmio da carreira de Miá Mello, o que ressalta a importância dos festivais de cinema.

de pai para filho (1)

Fechado esse parêntese, ‘De Pai Para Filho’ foi escrito e dirigido por Paulo Halm, que dedica um olhar mais realista na construção de personagens cheios de defeitos e de dúvidas. Todo mundo em cena está buscando uma resposta, uma cura, um perdão, e é esse o ponto mais forte do longa, pois aproxima o espectador daquele universo cheio de hematomas mas que busca se recuperar de alguma forma, apesar de saber que nunca mais será o mesmo.

Chama a atenção a qualidade das músicas cantadas e tocadas pelos personagens em cena, que são todas originais, e não regravações de sucessos anteriores. Elas criam uma familiaridade auditiva imediata no espectador, que fica com a sensação de já ter ouvido tais canções antes.

Embora o filme seja ‘De Pai Para Filho’, é a relação de mãe e filha que nos conquista, seja pela impressionante maturidade de Kat (interpretada com desenvoltura por Valentina Vieira), seja pelo desprendimento de Dina/Miá Mello. Os diálogos e ações das duas são tão naturais, que nos sentimos dentro da casa das duas, participando dos acontecimentos.

De Pai Para Filho’ é um filme que faz um inventário sentimental e convida o espectador a fazer o mesmo, olhando com sinceridade sobre as pessoas que participam e participaram de nossas vidas. ‘De Pai Para Filho’ emociona e faz rir e mostra que apesar de tentarmos muito, não temos nenhum controle sobre nossas vidas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | De Pai Para Filho – Juan Paiva, Miá Mello e Marco Ricca Fazem Inventário Emocional em Nova Comédia Romântica

O Dia dos Pais já é no próximo domingo. E sempre que temos uma data festiva, faz-se o ímpeto de celebrar, mas também é tempo de fazer um balanço entre as relações. Nesse sentido, a data do Dia dos Pais, comercialmente, não é das mais lucrativas – talvez pelo grande número de crianças que desconhecem, não têm contato com seus próprios pais ou simplesmente se tornaram órfãs por parte de pai muito jovens. Aos filhos que ficam, resta a reflexão sobre as possibilidades de como poderia ter sido a relação com o pai, e esse é o mote que dá o start no filme ‘De Pai Para Filho’, filme brasileiro de comédia romântica dramática que chega a partir dessa semana ao circuito nacional.

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José (Juan Paiva) acaba de receber a notícia de que seu pai, Machado (Marco Ricca) falecera. Só que José fora abandonado com a mãe quando ainda era muito pequeno, e, por isso, não tem muitas memórias desse pai, e as que tem, são ruins. Uma vez dentro do apartamento de Machado, José começa a ser visitado pelo fantasma desse pai, que o vai aconselhando sobre as questões da vida enquanto o jovem começa a desenvolver uma amizade com a menina Kat (Valentina Vieira) e a mãe dela, Dina (Miá Mello), vizinhas de seu pai e que também estão buscando respostas em suas vidas.

Ao contrário do que a sinopse oficial e até mesmo o pôster dá a entender, ‘De Pai Para Filho’ é uma comédia romântica. Tem sim, seus momentos mais densos, mais dramáticos, mas, acima de tudo, é uma comédia romântica. É importante ressaltarmos isso pois este é um gênero que costuma atrair o público brasileiro com mais facilidade, e o longa possui todas as características que o público comumente encontra nesse gênero: um casal por quem torcer, encontros e desencontros, situações de fossa e de euforia, brigas e momentos fofos.

No último final de semana, ‘De Pai Para Filho’ ganhou os prêmios de Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante e de Cidade Cinematográfica no Festival Internacional de Cinema de Paraty. Vale ressaltar que este foi o primeiro prêmio da carreira de Miá Mello, o que ressalta a importância dos festivais de cinema.

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Fechado esse parêntese, ‘De Pai Para Filho’ foi escrito e dirigido por Paulo Halm, que dedica um olhar mais realista na construção de personagens cheios de defeitos e de dúvidas. Todo mundo em cena está buscando uma resposta, uma cura, um perdão, e é esse o ponto mais forte do longa, pois aproxima o espectador daquele universo cheio de hematomas mas que busca se recuperar de alguma forma, apesar de saber que nunca mais será o mesmo.

Chama a atenção a qualidade das músicas cantadas e tocadas pelos personagens em cena, que são todas originais, e não regravações de sucessos anteriores. Elas criam uma familiaridade auditiva imediata no espectador, que fica com a sensação de já ter ouvido tais canções antes.

Embora o filme seja ‘De Pai Para Filho’, é a relação de mãe e filha que nos conquista, seja pela impressionante maturidade de Kat (interpretada com desenvoltura por Valentina Vieira), seja pelo desprendimento de Dina/Miá Mello. Os diálogos e ações das duas são tão naturais, que nos sentimos dentro da casa das duas, participando dos acontecimentos.

De Pai Para Filho’ é um filme que faz um inventário sentimental e convida o espectador a fazer o mesmo, olhando com sinceridade sobre as pessoas que participam e participaram de nossas vidas. ‘De Pai Para Filho’ emociona e faz rir e mostra que apesar de tentarmos muito, não temos nenhum controle sobre nossas vidas.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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