sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Dentro – Willem Dafoe ESTUPENDO em Suspense Claustrofóbico da Prime Video

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Todo ator quer, um dia, ter uma grande oportunidade onde possa provar todo o seu talento. Às vezes um ator ou atriz só ganha uma oportunidade, às vezes ela nunca vem diante do grande público, mas sim em esferas de menor alcance. No fundo, os atores querem mostrar ao público suas habilidades, suas superações de limites, suas capacidades de se reinventar a si mesmos ou até mesmo de conseguir dar vida a situações inóspitas. E um dos adores que adoram aceitar os mais malucos roteiros é o estadunidense Willem Dafoe, atualmente em cartaz com ‘Pobres Criaturas’. Parece que para Willem quanto mais louco for o personagem, mais interessado ele fica. Além do longa indicado ao Oscar que está nos cinemas brasileiros, o ator de ‘O Farol’ também pode ser encontrado no filme ‘Dentro’, lançamento recente da Prime Video que se mantém no Top 10 da plataforma.



Nemo (Willem Dafoe) é um ladrão altamente tecnológico, conhecedor de diversos aparatos e como desativá-los na hora certa. Certo dia, ele invade a casa de um ricaço (Gene Bervoets) no intuito de roubar algumas obras de arte, e, em específico, um autorretrato que não é encontrado em lugar algum do luxuoso apartamento. Com a ajuda de Número 3 (Andrew Blumenthal) no rádio, Nemo tenta a todo custo encontrar os bens mais ricos do milionário, porém, quando está pronto para sair do apartamento, algo dá muito errado e todas as travas automáticas da casa são acionadas, trancando o ladrão do lado de dentro. Pior ainda: diante da impossibilidade de encontrar uma saída, ele é abandonado por Número 3, que vai embora. A partir daí, começa a saga de Nemo para sobreviver dentro do apartamento, sozinho e sem conseguir encontrar uma forma de escapar.

Dentro’ tem uma hora e quarenta e cinco de duração, e em menos de quinze minutos o plot do longa é apresentado ao espectador. Isso significa que as uma hora e meia seguinte são recheadas apenas com a atuação estupenda de Willem Dafoe. Sim, isso mesmo. Uma vez que o personagem fica confinado na casa sem conseguir sair, seu objetivo é sobreviver, seja buscando comida, água ou brechas para escapar, enquanto o ator tem como desafio prender nossa atenção durante noventa minutos em que ele não dialoga diretamente com nenhuma outra pessoa.

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Coprodução da Grécia, da Alemanha e da Bélgica, o roteiro de Ben Hopkins e Vasilis Katsoupis faz do limão, limonada. Partindo do mote do confinamento (provavelmente impulsionado pela realidade vivida durante a pandemia), os roteiristas elaboraram um interessante suspense dramático de prisão-escape-room que, ironicamente, é o que faz expandir a monstruosidade interpretativa de Dafoe, a qual o diretor Vasilis Katsoupis não perde nenhum ângulo.

Dando ênfase em escatologia e na ascensão e declínio do ser humano confinado, ‘Dentro’ (Inside) é um suspense psicológico com ares de experimental e um certo baixo orçamento. Não é entretenimento simples, mas para os cinéfilos agudos é uma boa oportunidade de ver em ação um grande ator se revelar em camadas acompanhando o arco dramático de um texto simples, mas que, sob a interpretação de Dafoe, se torna enorme.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Nemo (Willem Dafoe) é um ladrão altamente tecnológico, conhecedor de diversos aparatos e como desativá-los na hora certa. Certo dia, ele invade a casa de um ricaço (Gene Bervoets) no intuito de roubar algumas obras de arte, e, em específico, um autorretrato que não é encontrado em lugar algum do luxuoso apartamento. Com a ajuda de Número 3 (Andrew Blumenthal) no rádio, Nemo tenta a todo custo encontrar os bens mais ricos do milionário, porém, quando está pronto para sair do apartamento, algo dá muito errado e todas as travas automáticas da casa são acionadas, trancando o ladrão do lado de dentro. Pior ainda: diante da impossibilidade de encontrar uma saída, ele é abandonado por Número 3, que vai embora. A partir daí, começa a saga de Nemo para sobreviver dentro do apartamento, sozinho e sem conseguir encontrar uma forma de escapar.

Dentro’ tem uma hora e quarenta e cinco de duração, e em menos de quinze minutos o plot do longa é apresentado ao espectador. Isso significa que as uma hora e meia seguinte são recheadas apenas com a atuação estupenda de Willem Dafoe. Sim, isso mesmo. Uma vez que o personagem fica confinado na casa sem conseguir sair, seu objetivo é sobreviver, seja buscando comida, água ou brechas para escapar, enquanto o ator tem como desafio prender nossa atenção durante noventa minutos em que ele não dialoga diretamente com nenhuma outra pessoa.

Coprodução da Grécia, da Alemanha e da Bélgica, o roteiro de Ben Hopkins e Vasilis Katsoupis faz do limão, limonada. Partindo do mote do confinamento (provavelmente impulsionado pela realidade vivida durante a pandemia), os roteiristas elaboraram um interessante suspense dramático de prisão-escape-room que, ironicamente, é o que faz expandir a monstruosidade interpretativa de Dafoe, a qual o diretor Vasilis Katsoupis não perde nenhum ângulo.

Dando ênfase em escatologia e na ascensão e declínio do ser humano confinado, ‘Dentro’ (Inside) é um suspense psicológico com ares de experimental e um certo baixo orçamento. Não é entretenimento simples, mas para os cinéfilos agudos é uma boa oportunidade de ver em ação um grande ator se revelar em camadas acompanhando o arco dramático de um texto simples, mas que, sob a interpretação de Dafoe, se torna enorme.

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