Existe um mote que está fazendo muito sucesso nas plataformas de streaming: aquela história centrada na mãe de família satisfeita e feliz que, de repente, conhece um bonitão que vira seu mundo de pernas para o ar – e, desse encontro, diversas aventuras calientes decorrem. Ainda que o argumento não seja exatamente original, tem dado muito resultado, especialmente em produções bem-feitas como a série mexicana ‘Desejo Sombrio’, cuja segunda temporada chega dia 02/02 aos assinantes da Netflix.
Alma Solares (Maite Perroni) está devastada. Separada do marido, sem emprego, vivendo na antiga casa dos pais e se encontrando com a filha apenas de vez em quando, tudo que ela consegue pensar – e desejar – é Darío Guerra (Alejandro Speitzer), o homem que arruinou sua vida. Apesar de frequentar um grupo de apoio de mulheres obcecadas, nada está funcionando para fazer com que pare de pensar nele, especialmente depois que uma nova integrante, Lys (Catherine Siachoque) começa a relatar experiências muito parecidas com as suas. Quando Esteban (Erik Hayser) é solto da prisão e Alma recebe um convite para o casamento de Darío com uma tal de Julieta (Ariana Saavedra), Alma começa a entender que seu ex-amante é como uma droga em sua vida: quanto mais ela tenta evitar e deixar de lado, mais o deseja.
Com episódios muito mais longos do que na primeira temporada (que variam entre quarenta e cinquenta minutos de duração), a segunda parte da série hot mexicana ‘Desejo Sombrio’ intensifica o tom de sua narrativa em todas as suas frentes: o suspense se abre para várias frentes, expandindo o número de suspeitos sobre um terrível acontecimento já no terceiro episódio e ganhando ares de investigação policial, com direito a perícia forense; o drama fica mais melodramático, mas pelo menos o envolvimento da família é jogado para escanteio, para dar mais dinamismo ao que importa; e o erotismo – que é de fato o chamariz da série – embora ocorra com menos frequência, as cenas sensuais são bem mais intensas e impactantes do que em toda a primeira temporada, ganhando um belo trabalho de fotografia e de montagem de som que ajudam a ambientar o espectador no “clima” dos personagens. Fica o alerta: deixe o ventilador ligado, especialmente na metade do segundo episódio.
É visível o amadurecimento de Maite Perroni no intervalo das histórias, e a ex-Rebelde aparece agora muito mais sólida em sua atuação nas cenas de tensão, principalmente, nas que está sozinha e precisa expressar angústia sem ter com quem contracenar. Aliás, essa e outras alternativas (como flashback forenses com os especialistas usando EPIs) foram boas saídas encontradas pela produção para as gravações em tempos pandêmicos.
Felizmente a segunda temporada de ‘Desejo Sombrio’ deixa de lado a parte que ficou enfadonha na parte anterior (o excesso de drama familiar) e foca no que realmente importa: a relação explosiva e viciante de Alma e Darío – acrescentando uma boa dose de thriller policial e de arte nas cenas de tensão (e tesão) sexual. Para quem gostou da primeira temporada, vai gostar mais ainda dessa segunda parte, seja porque a história é melhor, seja porque ela tem muito mais… pegada dessa vez.