sexta-feira, abril 19, 2024

Crítica | Desenfreado – Filme Medieval Épico Sul-Coreano com Zumbis!

Um filme medieval, épico, sul-coreano e… com zumbis! Parece completamente contraditório, mas esse filme existe e se chama ‘Desenfreado’ – um dos lançamentos da Dona Netflix essa semana. E surpreende!

A superprodução de 2018 tem como título original ‘Chang-gwol’ e chegou a estrear nos cinemas da Coreia do Sul, arrecadando cerca de U$12 milhões em bilheteria. A trama, porém, é um pouco complicadinha de entender, mas vamos lá: tudo começa quando o Ministro de Guerra, Kim Ja-Joon (o sério Jang Dong-Gun), entra em um navio cargueiro gringo (provavelmente inglês, mas não é definido), que contém um zumbi. O gringo pede ajuda com pólvora para queimar a carga, porém, Kim decide que aquela poderia ser sua grande arma para depor o poder do rei Lee Jo (Kim Eui-Sung). É assim que a província de Joseon é infestada por uma horda de “demônios” – que são, na verdade, zumbis. Para cuidar da situação, o príncipe herdeiro boa pinta e malandrão, Lee Chung (Hyung-Bin) é convocado, juntamente com seu escudeiro e alívio cômico Hak-Soo (o hilário Jeong Man-Sik, numa atuação a la David do Brasil). Enquanto enfrenta a ameaça zumbi, Lee Chung ainda tem que lidar com traições dentro do governo.

É importante explicar essa sinopse mais alongada por duas razões: primeiro, porque nada disso fica muito claro até quase o fim do primeiro terço, o que gera bastante confusão pro espectador; segundo, porque o longa-metragem parece não ter continuidade, intercalando sequências de cenas que parecem não ter ligação uma com a outra. Essa questão fica mais evidente no primeiro arco do filme, porém, também ocorre nas outras partes, pedindo certa boa vontade de nós, como uma cena que começa ao anoitecer e de repente já está de manhã, mas quando os personagens voltam ao ponto original, está de noite novamente.

Desenfreado’ é uma megaprodução com requintes na ambientação de época, na caracterização e no figurino. Tem cenários belíssimos, trajes que contrastam esteticamente com o horror no qual se passa a trama e até mesmo apresentações artísticas, que são pura poesia. O filme se leva a sério, os atores são dramáticos ao extremo, beirando uma novela mexicana. Seria apenas um drama medieval épico, não fossem os zumbis.

Preparem-se para o que eu vou falar: este é o primeiro filme em que é bonito ver o zumbi. Sério. Imaginem aqueles coreanos vestidos com aquelas roupas que parecem vindas direto do mangá, com aquela pele de porcelana e enfeites dos cabelos. Agora imaginem esses caras se contorcendo, quebrando os ossos, se requebrando, ganhando veias azuis que saltam do pescoço, andando que nem a menina do ‘Exorcista’. Acrescente a esses mesmos indivíduos sangue escorrendo pelos lábios, coloque-os curvados sobre as vítimas. E os zumbis não são bestas não! Eles não são lerdos e não perdem partes do corpo pelo meio do caminho, ao contrário, são uma ameaça real.

Não deixe de assistir:

Desenfreado’ desperta sentimentos dicotômicos na gente, porque torna essa transformação do zumbi em algo belo, poético. Em algum grau, isso deve ser errado, não? Independentemente, é um entretenimento bem bacanudo, e que pode abrir as portas do cinema sul-coreano de gênero para o nosso público.

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