domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | ‘Divertimento’ – Uma caminhada exigente tendo a força do amor pela música

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Uma caminhada exigente tendo a força do amor pela música. Contando com muita emoção e detalhes a história da brilhante maestrina Zahia Ziouani, Divertimento tem uma narrativa contemplativa, na linha do admirar e pensar, opta pelo desafio de conectar os sentidos aos confrontos de uma grande protagonista em forma audiovisual, transportando imagens e movimentos com paralelos entre os altos e baixos emocionais. Dirigido pela cineasta francesa Marie-Castille Mention-Schaar, o projeto não deixa de tocar em temas como o machismo e o preconceito, além de outras críticas sociais importantes.

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Na trama, ambientada em meados dos anos 90, conhecemos Zahia (Oulaya Amamra) e Fettouma (Lina El Arabi), irmãs gêmeas que desde criança possuem um enorme amor pela música clássica. Vindas de um subúrbio francês, tem a chance de estudar em um conservatório prestigiado em Paris. A primeira com o sonho em ser uma maestrina, a segunda em seguir carreira como violoncelista. Ao longo do tempo, enfrentam vários tipos de preconceitos e impedimentos, até que um dia resolvem formar a própria orquestra. Assim surgiu a Divertimento.

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Contornando, em uma espécie de novos olhares para um gênero da música clássica predominante no século XVIII que conta com alguns poucos instrumentos, o divertimento, esse longa-metragem liga a teoria à prática através de uma história de superação, uma busca por respeito. De mãos dadas e em harmonia, o roteiro e a narrativa transformam os palcos da vida, e seus paralelos com a disciplina, numa deslumbrante alegoria das emoções. Muitas vezes, ao longo das quase duas horas de projeção, nos sentimos num grande concerto, com atos poderosos, onde menções à Schubert, Beethoven, se mostram como convidados.

A não definição do que é música (uma verdade universal), esse campo abstrato e cultural, abre margens para inúmeras interpretações que se juntam à ficção. A maneira de sentir, de executar as notas rumo à perfeição, entram nos dilemas mundanos. A rigidez, a prática ganham forma e paralelos com a trajetória de vida que acompanhamos. Nesse ponto, um destaque é o ping pong entre mentor e a aprendiz, aqui com a impactante emoção de Oulaya Amamra (intérprete da protagonista) e Niels Arestrup (intérprete do experiente maestro Sérgio Celibidache) se mostra eficiência nos ótimos diálogos.

Lutando contra o machismo, a falta de reconhecimento das mulheres em um mundo dominado pelos homens, as irmãs Ziouani marcaram seu lugar no concorrido universo da música clássica. Essa inspiradora história pode abrir margens para muitos sonhares. É muito bonito quando uma obra cinematográfica consegue chegar nesse ponto, o de inspirar!

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Uma caminhada exigente tendo a força do amor pela música. Contando com muita emoção e detalhes a história da brilhante maestrina Zahia Ziouani, Divertimento tem uma narrativa contemplativa, na linha do admirar e pensar, opta pelo desafio de conectar os sentidos aos confrontos de uma grande protagonista em forma audiovisual, transportando imagens e movimentos com paralelos entre os altos e baixos emocionais. Dirigido pela cineasta francesa Marie-Castille Mention-Schaar, o projeto não deixa de tocar em temas como o machismo e o preconceito, além de outras críticas sociais importantes.

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Na trama, ambientada em meados dos anos 90, conhecemos Zahia (Oulaya Amamra) e Fettouma (Lina El Arabi), irmãs gêmeas que desde criança possuem um enorme amor pela música clássica. Vindas de um subúrbio francês, tem a chance de estudar em um conservatório prestigiado em Paris. A primeira com o sonho em ser uma maestrina, a segunda em seguir carreira como violoncelista. Ao longo do tempo, enfrentam vários tipos de preconceitos e impedimentos, até que um dia resolvem formar a própria orquestra. Assim surgiu a Divertimento.

Contornando, em uma espécie de novos olhares para um gênero da música clássica predominante no século XVIII que conta com alguns poucos instrumentos, o divertimento, esse longa-metragem liga a teoria à prática através de uma história de superação, uma busca por respeito. De mãos dadas e em harmonia, o roteiro e a narrativa transformam os palcos da vida, e seus paralelos com a disciplina, numa deslumbrante alegoria das emoções. Muitas vezes, ao longo das quase duas horas de projeção, nos sentimos num grande concerto, com atos poderosos, onde menções à Schubert, Beethoven, se mostram como convidados.

A não definição do que é música (uma verdade universal), esse campo abstrato e cultural, abre margens para inúmeras interpretações que se juntam à ficção. A maneira de sentir, de executar as notas rumo à perfeição, entram nos dilemas mundanos. A rigidez, a prática ganham forma e paralelos com a trajetória de vida que acompanhamos. Nesse ponto, um destaque é o ping pong entre mentor e a aprendiz, aqui com a impactante emoção de Oulaya Amamra (intérprete da protagonista) e Niels Arestrup (intérprete do experiente maestro Sérgio Celibidache) se mostra eficiência nos ótimos diálogos.

Lutando contra o machismo, a falta de reconhecimento das mulheres em um mundo dominado pelos homens, as irmãs Ziouani marcaram seu lugar no concorrido universo da música clássica. Essa inspiradora história pode abrir margens para muitos sonhares. É muito bonito quando uma obra cinematográfica consegue chegar nesse ponto, o de inspirar!

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