domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Dog – A Aventura de Uma Vida – Channing Tatum Faz Amizade com Cão Militar em Emocionante Filme

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Filme com cachorro a gente sabe que vai se emocionar. Esta é uma das maiores verdades do cinema, independentemente de a história ser real ou até mesmo desenho animado: quem é amigo dos animais sempre, sempre acaba chorando, mesmo quando o filme tem final feliz ou quando é apenas ficção. Aos desavisados, vale a dica: vem aí ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’, mais novo longa dessa categoria, que chega às salas de exibição brasileiras na próxima quinta-feira, 19.



Jackson Briggs (Channing Tatum) é um militar afastado do exército após sofrer traumatismo craniano em uma das ações durante a guerra. Mesmo já de volta aos EUA, Briggs sofre com tonturas e dores constante na cabeça, e sobrevive como atendente de uma lanchonete, ao mesmo tempo em que tenta desesperadamente ser realocado em uma missão no exército. Para isso, porém, ele precisa da autorização de seu superior, que, após muita perturbação, decide lhe fazer uma oferta – lhe daria o aval se, em troca, ele realizasse uma pequena porém importante missão: levar a cadela Lulu para o funeral de seu tutor, amigo de Briggs, que morrera em combate. O problema não é só cruzar o país com a pastora alemã em um carro, mas sim o fato de a cachorra ter sofrido diversos traumas enquanto trabalhava em campo, e ter se tornado, hoje, um animal extremamente violento e agressivo, diferente do que Briggs se lembrava.

Não fosse o fato de ser estrelado e também dirigido pelo bonitão Channing Tatum, talvez ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’ nem estreasse nos cinemas nacionais, uma vez que a história do longa é tão particular ao universo estadunidense, que nós, brasileiros, podemos até sentir empatia pelos personagens, mas não conseguimos alcançar a profundidade do drama pelo qual o protagonista passa sem ao menos receber antes uma dose se explicação. Por exemplo, o fato de esses soldados serem tão, tão viciados em viver esse mundinho da guerra, o por quê de eles serem e esperarem sempre ser tratados como heróis e receber regalias em troca dos “serviços prestados à nação”, mesmo que, no fundo, sejam apenas pessoas comuns, ou, como disse o próprio Briggs, um cara que “topa ir para qualquer país que termine com -stão”.

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Inspirado numa história real, o roteiro de Reid Carolin e Brett Rodriguez tenta construir um protagonista ao mesmo tempo enraizado nesse mundinho bélico e em dificuldade de se desfazer de sua carcaça dura para permitir que brotem sentimentos em seu peito. A demora, entretanto, para que essa couraça sofra arranhões pode impacientar o espectador. O roteiro se esforça em tentar humanizar a história, fazendo uma autocrítica a esse mesmo mundo bélico (quando Briggs chega a uma cidade e tenta conquistar mulheres, mas todas desprezam esse ar de superioridade que ele tenta impor pelo fato de ser militar), porém, é um esforço deslocado, que não acrescenta na evolução do protagonista.

O grande diferencial de ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’ é, ao invés de se tratar de mais um doguinho fofinho precisando ser adotado, trazer um cachorro superagressivo que precisa de reabilitação, tal qual os soldados. Por isso, as cenas que envolvem o animal acabam ganhando uma dose extra de adrenalina e emoção, posto que a cadela se torna imprevisível. Mais que a aventura de uma vida, o filme é uma lição de vida para tutores de animais.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Filme com cachorro a gente sabe que vai se emocionar. Esta é uma das maiores verdades do cinema, independentemente de a história ser real ou até mesmo desenho animado: quem é amigo dos animais sempre, sempre acaba chorando, mesmo quando o filme tem final feliz ou quando é apenas ficção. Aos desavisados, vale a dica: vem aí ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’, mais novo longa dessa categoria, que chega às salas de exibição brasileiras na próxima quinta-feira, 19.

Jackson Briggs (Channing Tatum) é um militar afastado do exército após sofrer traumatismo craniano em uma das ações durante a guerra. Mesmo já de volta aos EUA, Briggs sofre com tonturas e dores constante na cabeça, e sobrevive como atendente de uma lanchonete, ao mesmo tempo em que tenta desesperadamente ser realocado em uma missão no exército. Para isso, porém, ele precisa da autorização de seu superior, que, após muita perturbação, decide lhe fazer uma oferta – lhe daria o aval se, em troca, ele realizasse uma pequena porém importante missão: levar a cadela Lulu para o funeral de seu tutor, amigo de Briggs, que morrera em combate. O problema não é só cruzar o país com a pastora alemã em um carro, mas sim o fato de a cachorra ter sofrido diversos traumas enquanto trabalhava em campo, e ter se tornado, hoje, um animal extremamente violento e agressivo, diferente do que Briggs se lembrava.

Não fosse o fato de ser estrelado e também dirigido pelo bonitão Channing Tatum, talvez ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’ nem estreasse nos cinemas nacionais, uma vez que a história do longa é tão particular ao universo estadunidense, que nós, brasileiros, podemos até sentir empatia pelos personagens, mas não conseguimos alcançar a profundidade do drama pelo qual o protagonista passa sem ao menos receber antes uma dose se explicação. Por exemplo, o fato de esses soldados serem tão, tão viciados em viver esse mundinho da guerra, o por quê de eles serem e esperarem sempre ser tratados como heróis e receber regalias em troca dos “serviços prestados à nação”, mesmo que, no fundo, sejam apenas pessoas comuns, ou, como disse o próprio Briggs, um cara que “topa ir para qualquer país que termine com -stão”.

Inspirado numa história real, o roteiro de Reid Carolin e Brett Rodriguez tenta construir um protagonista ao mesmo tempo enraizado nesse mundinho bélico e em dificuldade de se desfazer de sua carcaça dura para permitir que brotem sentimentos em seu peito. A demora, entretanto, para que essa couraça sofra arranhões pode impacientar o espectador. O roteiro se esforça em tentar humanizar a história, fazendo uma autocrítica a esse mesmo mundo bélico (quando Briggs chega a uma cidade e tenta conquistar mulheres, mas todas desprezam esse ar de superioridade que ele tenta impor pelo fato de ser militar), porém, é um esforço deslocado, que não acrescenta na evolução do protagonista.

O grande diferencial de ‘Dog – A Aventura de Uma Vida’ é, ao invés de se tratar de mais um doguinho fofinho precisando ser adotado, trazer um cachorro superagressivo que precisa de reabilitação, tal qual os soldados. Por isso, as cenas que envolvem o animal acabam ganhando uma dose extra de adrenalina e emoção, posto que a cadela se torna imprevisível. Mais que a aventura de uma vida, o filme é uma lição de vida para tutores de animais.

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