domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Dora e a Cidade Perdida – Live-action diverte e surpreende com uma vibe ‘Os Goonies’

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No início do milênio, o canal Nickelodeon apresentou um desenho animado chamado ‘Dora Aventureira’, que contava a história de uma menina de sete anos, latino-americana, que vivia altas aventuras na floresta junto com sua mochila falante, um mapa antropomorfo e seu melhor amigo, o macaco Botas. Hoje, dezenove anos depois, a animação ganha uma versão live action com atores mais adultos e que traz todos os elementos essenciais da versão original, em um longa que surpreende até quem não acompanhava o desenho.

Dora (Isabela Moner, que agora atende pelo nome Isabela Merced e está perfeita para o papel) teve que se separar de seu primo Diego (Jeff Wahlberg, um pouco desconfortável na pele de um jovem inseguro) ainda pequena, quando o menino foi morar com a família na Califórnia. Porém, dez anos depois, seus pais (Eva Longoria, com poucas cenas, e Michael Peña, fazendo o que faz de melhor: provocar o riso fácil) decidem partir numa expedição atrás da cidade perdida de Parapata, e, portanto, enviam Dora para a família na Califórnia.



Assustada, a jovem decide encarar a selva de pedras (olha a alegoria aí gente!) sendo ela mesma – e, como vocês podem imaginar, todo mundo estranha aquela menina extremamente disposta e alegre, que faz questão de conhecer todo mundo. Só que uma reviravolta faz com que Dora, Diego e dois jovens norte-americanos, Sammy (Madeleine Madden, bem antipática e desorientada) e Randy (Nicholas Coombe, bem estereotipado como o nerd deslumbrado) acabem indo parar na Amazônia peruana, em busca de Parapata.

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O surpreendente de ‘Dora e a Cidade Perdida’ é que ele realmente entretém. As crianças pequenas ficarão vidradas no longa, especialmente no início, quando ele é mais interativo e Dora quebra a quarta parede, perguntado ao espectador se ele consegue pronunciar determinados nomes de objetos que aparecem em cena. Os momentos de ação são bem colocados e conseguem manter o ritmo do longa sempre alto.

Estes são alguns dos pontos positivos do roteiro de Danielle Sanchez-Witzel, Nicholas Stoller e Matthew Robinson, que também tiveram o cuidado em inserir um universo indígena amazônico bastante respeitoso, sem caricaturar e sem inventar em cima da cultura alheia. O resultado é que ‘Dora Aventureira’ entretém o público infantil e aos adultos em aspectos distintos, porém, na mesma proporção.

Vale destacar a entrega de Isabela Moner para representar a conhecida personagem. Isabela convence com sua atitude positiva inabalável, sua felicidade ininterrupta e sua fonte de energia inesgotável. Ela pula, corre, dança, canta, se suja, se joga… o carisma que ela empresta ao personagem é palpável e contagiante. Você sai da sala de cinema energizado, quase com inveja da disposição que essa menina tem. Bravo!

Como nem tudo são flores (nem mesmo uma história que se passa na selva), a trama possui algumas falhas, como a caracterização dos personagens norte-americanos, que não conseguem gerar empatia em nenhum momento; a inserção de falas que levantam temas que não são desenvolvidos; e algumas soluções convenientes demais.

A direção de James Bobin poderia ter dado conta dessas questões, pois geram confusão, porém, não são pontos essenciais no longa, nada que comprometa a percepção final. E para aqueles preocupados com os efeitos especiais para fazer os bichinhos falarem, tranquilizem-se: os efeitos estão bem bons, e os animais interagem com os humanos de maneira bastante natural.

Por tudo isso, ‘Dora e a Cidade Perdida’ é uma aventura dinâmica e energizante, imperdível na tela grande e que tem todas as chances de ganhar uma merecida continuação.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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No início do milênio, o canal Nickelodeon apresentou um desenho animado chamado ‘Dora Aventureira’, que contava a história de uma menina de sete anos, latino-americana, que vivia altas aventuras na floresta junto com sua mochila falante, um mapa antropomorfo e seu melhor amigo, o macaco Botas. Hoje, dezenove anos depois, a animação ganha uma versão live action com atores mais adultos e que traz todos os elementos essenciais da versão original, em um longa que surpreende até quem não acompanhava o desenho.

Dora (Isabela Moner, que agora atende pelo nome Isabela Merced e está perfeita para o papel) teve que se separar de seu primo Diego (Jeff Wahlberg, um pouco desconfortável na pele de um jovem inseguro) ainda pequena, quando o menino foi morar com a família na Califórnia. Porém, dez anos depois, seus pais (Eva Longoria, com poucas cenas, e Michael Peña, fazendo o que faz de melhor: provocar o riso fácil) decidem partir numa expedição atrás da cidade perdida de Parapata, e, portanto, enviam Dora para a família na Califórnia.

Assustada, a jovem decide encarar a selva de pedras (olha a alegoria aí gente!) sendo ela mesma – e, como vocês podem imaginar, todo mundo estranha aquela menina extremamente disposta e alegre, que faz questão de conhecer todo mundo. Só que uma reviravolta faz com que Dora, Diego e dois jovens norte-americanos, Sammy (Madeleine Madden, bem antipática e desorientada) e Randy (Nicholas Coombe, bem estereotipado como o nerd deslumbrado) acabem indo parar na Amazônia peruana, em busca de Parapata.

O surpreendente de ‘Dora e a Cidade Perdida’ é que ele realmente entretém. As crianças pequenas ficarão vidradas no longa, especialmente no início, quando ele é mais interativo e Dora quebra a quarta parede, perguntado ao espectador se ele consegue pronunciar determinados nomes de objetos que aparecem em cena. Os momentos de ação são bem colocados e conseguem manter o ritmo do longa sempre alto.

Estes são alguns dos pontos positivos do roteiro de Danielle Sanchez-Witzel, Nicholas Stoller e Matthew Robinson, que também tiveram o cuidado em inserir um universo indígena amazônico bastante respeitoso, sem caricaturar e sem inventar em cima da cultura alheia. O resultado é que ‘Dora Aventureira’ entretém o público infantil e aos adultos em aspectos distintos, porém, na mesma proporção.

Vale destacar a entrega de Isabela Moner para representar a conhecida personagem. Isabela convence com sua atitude positiva inabalável, sua felicidade ininterrupta e sua fonte de energia inesgotável. Ela pula, corre, dança, canta, se suja, se joga… o carisma que ela empresta ao personagem é palpável e contagiante. Você sai da sala de cinema energizado, quase com inveja da disposição que essa menina tem. Bravo!

Como nem tudo são flores (nem mesmo uma história que se passa na selva), a trama possui algumas falhas, como a caracterização dos personagens norte-americanos, que não conseguem gerar empatia em nenhum momento; a inserção de falas que levantam temas que não são desenvolvidos; e algumas soluções convenientes demais.

A direção de James Bobin poderia ter dado conta dessas questões, pois geram confusão, porém, não são pontos essenciais no longa, nada que comprometa a percepção final. E para aqueles preocupados com os efeitos especiais para fazer os bichinhos falarem, tranquilizem-se: os efeitos estão bem bons, e os animais interagem com os humanos de maneira bastante natural.

Por tudo isso, ‘Dora e a Cidade Perdida’ é uma aventura dinâmica e energizante, imperdível na tela grande e que tem todas as chances de ganhar uma merecida continuação.

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