Diferente dos três últimos filmes lançados e de grande sucesso e que também estrearam nos cinemas em todo mundo – ‘Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses’ (2013), ‘Dragon Ball Z – O Renascimento de F’ (2015) e ‘Dragon Ball Super – Broly’ (2018) – que apostavam em apresentar novos personagens que ajudou a construir um universo de nova saga chamado de Super, este novo ‘Dragon Ball Super: Super Herói‘ prefere apostar na nostalgia e resgatar algo que há muito os fãs vêm pedindo.
A proposta de trazer de volta Gohan como personagem principal de uma grande história de ‘Dragon Ball‘, uma ideia que já era idealizada por Akira Toriyama, criador da franquia, lá na saga dos androides, quando a passagem de bastão estava telegrafada. Goku preparava o terreno para que o seu filho e verdadeiro Saiyajin mais poderoso do universo, Gohan, não apenas derrotasse o vilão Cell, mas também assumisse o protagonismo a partir dali – algo que o próprio Toriyama decidiu descartar logo depois, na saga de Majin Boo.
Não à toa, a trama de ‘Dragon Ball Super: Super Herói‘ pega emprestada vários elementos dessa temporada em questão, já que o filme traz a tona o ressurgimento da clássica Red Ribbon, uma organização militar criminosa que foi destruída por Goku ainda nas primeiras temporadas de ‘Dragon Ball‘, em sua versão criança.
Aqui, vemos que Magenta, atual líder da Red Ribbon e o filho Comandante Red, recrutando o Dr. Hedo, cientista e neto de Dr. Gero, na intenção de fortalecer a organização, com os novos androides chamados de Gamma 1 e Gamma 2, e destruir a Corporação Cápsula, além dos Guerreiros Z para vingar o seu pai.
Até aí, tudo normal, só que tudo muda quando temos a notícia que Goku e Vegeta estão treinando no planeta de Bills. Ou seja, a missão dessa vez fica a cargo de Gohan e Piccolo, que devem proteger a Terra enfrentando vilões para além de poderosos, despertando assim forças ocultas.
Acontece que não é apenas o fato de trazê-los para luta que causa a sensação de antiga referência, pois as novas formas de ambas as figuras nos remetem imediatamente às suas primeiras aparições na série animada. Gohan, na sua nova transformação, chamado de Gohan Beast, parece bastante com sua versão mais jovem, com cabelos mais longos e uma expressão mais séria – diferente do cientista que atual que não gosta de lutar.
Já o Piccolo, que foi por muito tempo um dos melhores vilões da franquia, tem com a sua versão Orange Piccolo um visual monstruoso e brutal, até parecido com o Super Saiyajin 3, sobretudo pelas sobrancelhas peladas e enormes. Junte isso também à volta da Red Ribbon e os próprios androides, além do surgimento do vilão Cell. Ou seja, um pacote completo para os fãs de longa data.
Já pela parte estética ou, melhor dizendo, técnica, temos outra mudança significativa se formos comparar com os filmes já citados, já que ‘Dragon Ball Super: Super Herói‘, ao contrário destes, aposta em elementos de CGI, onde vemos claramente a utilização de efeitos computadorizados para criar não apenas os cenários, mas os movimentos das cenas de luta. O que à primeira vista pode estranhar os apreciadores da clássica estética de animações 2D, mas que com o tempo o espectador vai se acostumando.
A narrativa, como sempre, segue o esquema simplório desses longas animados que são baseados em séries maiores, não se propõe a fazer mudanças drásticas, já que tem a intenção de funcionar isoladamente e não afetar em nada na história central abordada.
No entanto, dá pra dizer que ‘Dragon Ball Super: Super Herói‘ é um presente para os fãs de Gohan, que sempre quiseram ter o eterno Super Saiyaman (grande herói) de volta à ação e não ficar apenas ali funcionando como alívio comigo. Cumpre perfeitamente o que se propõe ser e, não por acaso, tem feito um grande sucesso por onde passa, liderando, por exemplo, as bilheterias brasileiras. Mas isso não é surpresa, pois a força do Goku é enorme nas terras canarinhas.