sexta-feira , 22 novembro , 2024

Crítica | Duetto – Ator de ‘365 Dias’ Vive Cantor Italiano em Dramático Filme Brasileiro

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O nome Michele Morrone pode não significar muita coisa para a maioria do público, mas, quando falamos “o ator do filme ‘365 Dias’” qualquer pessoa que tenha acompanhado essa trilogia, mesmo sem tê-la assistido, sabe de quem se trata. Ter esse ator no elenco de um longa, hoje, é potencialmente instigar o público a conferir o filme, nem que seja pela curiosidade de vê-lo fora daquele contexto, vestindo roupas dessa vez. Portanto, aos fãs que ficaram interessados na carreira do ator, a novidade do momento é ‘Duetto’, novo filme ítalo-brasileiro que chega na próxima semana às salas de cinema do país.



Marcelo (Rodrigo Lombardi) e Isabel (Maeve Jinkings) não têm um casamento feliz e, numa noite chuvosa, ele decide sair de casa, mas acaba sofrendo um acidente e morre. A notícia pega a família de surpresa e acaba forçando uma disputa de Isabel e Lucia (Marieta Severo) por Cora (Luisa Arraes), pois a avó quer levar a neta para passar uma temporada com ela na Itália, com a desculpa de rever a família deixada por lá. Porém, o que Luisa de fato tem em mente é resolver pendências familiares com a irmã, Sofia (Elisabetta De Palo) e sua antiga paixão, Gino (Giancarlo Giannini), enquanto Cora fica mais interessada em acompanhar um animado festival de música na cidade, que trará o astro Marcello Bianchini (Michele Morrone) para pertinho dela. Entre resoluções do passado e novos amores, um crime irá abalar a comunidade na pequena cidade Puglia.

Passado em 1965, a sensação final ao terminarmos de ver ‘Duetto’ é que o filme é contado muito mais por aquilo que ele não diz do que aquilo que é apresentado na telona. Por exemplo, o fato de a história se passar vinte anos após o fim da segunda guerra na Europa e no início da ditadura no Brasil – o que reforçaria a facilidade de Lucia ter vindo para o Brasil no passado e, talvez, a tensão vivida por Marcelo antes de sua morte – ou o fato da história de avó e neta correrem em paralelo com pontos em comum, que só são percebidos ao final, quando as peças são dispostas e os buracos na trama ficam evidentes para o espectador preencher.

Essa estrutura de roteiro exige uma atenção extra por parte do público, que deve prestar atenção em todos os elementos, pois tudo pode ser relevante; porém, alguns fatos entram no roteiro de Rita Buzzar e João Segall e não ganham relevância na trama, o que acaba nos confundindo. Bem como a escolha e a entrega do elenco do diretor Vicente Amorim, que por um lado brilha com o trio Severo-De Palo-Giannini, e por outro gera estranheza, com Luisa Arraes vivendo uma jovem dez anos mais nova que ela própria, com atitudes não condizentes ao que vemos na telona; e um elenco quase todo brasileiro falando em italiano a maior parte do tempo – que inclui ainda Gabriel Leone em seu quarto filme musical na carreira.

Duetto’ é um filme muito bonito esteticamente, bem produzido, com estrutura novelesca estilo as que fizeram sucesso na faixa das 21hs, com muitos personagens e subtramas que se entrelaçam. Para quem curte um bom novelão dramático, é a dica em cartaz nos cinemas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Marcelo (Rodrigo Lombardi) e Isabel (Maeve Jinkings) não têm um casamento feliz e, numa noite chuvosa, ele decide sair de casa, mas acaba sofrendo um acidente e morre. A notícia pega a família de surpresa e acaba forçando uma disputa de Isabel e Lucia (Marieta Severo) por Cora (Luisa Arraes), pois a avó quer levar a neta para passar uma temporada com ela na Itália, com a desculpa de rever a família deixada por lá. Porém, o que Luisa de fato tem em mente é resolver pendências familiares com a irmã, Sofia (Elisabetta De Palo) e sua antiga paixão, Gino (Giancarlo Giannini), enquanto Cora fica mais interessada em acompanhar um animado festival de música na cidade, que trará o astro Marcello Bianchini (Michele Morrone) para pertinho dela. Entre resoluções do passado e novos amores, um crime irá abalar a comunidade na pequena cidade Puglia.

Passado em 1965, a sensação final ao terminarmos de ver ‘Duetto’ é que o filme é contado muito mais por aquilo que ele não diz do que aquilo que é apresentado na telona. Por exemplo, o fato de a história se passar vinte anos após o fim da segunda guerra na Europa e no início da ditadura no Brasil – o que reforçaria a facilidade de Lucia ter vindo para o Brasil no passado e, talvez, a tensão vivida por Marcelo antes de sua morte – ou o fato da história de avó e neta correrem em paralelo com pontos em comum, que só são percebidos ao final, quando as peças são dispostas e os buracos na trama ficam evidentes para o espectador preencher.

Essa estrutura de roteiro exige uma atenção extra por parte do público, que deve prestar atenção em todos os elementos, pois tudo pode ser relevante; porém, alguns fatos entram no roteiro de Rita Buzzar e João Segall e não ganham relevância na trama, o que acaba nos confundindo. Bem como a escolha e a entrega do elenco do diretor Vicente Amorim, que por um lado brilha com o trio Severo-De Palo-Giannini, e por outro gera estranheza, com Luisa Arraes vivendo uma jovem dez anos mais nova que ela própria, com atitudes não condizentes ao que vemos na telona; e um elenco quase todo brasileiro falando em italiano a maior parte do tempo – que inclui ainda Gabriel Leone em seu quarto filme musical na carreira.

Duetto’ é um filme muito bonito esteticamente, bem produzido, com estrutura novelesca estilo as que fizeram sucesso na faixa das 21hs, com muitos personagens e subtramas que se entrelaçam. Para quem curte um bom novelão dramático, é a dica em cartaz nos cinemas.

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