domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Elas Por Elas – Indicado ao Oscar de Melhor Canção faz um ‘Black Mirror’ do Universo Feminino [Festival do Rio 2023]

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Uma antologia se faz a partir de uma reunião de histórias curtas ao redor de um tema em comum. Bastante praticada no mercado editorial, principalmente para lançar novos autores no mercado, esse formato tem se tornado também popular no audiovisual, especialmente no formato seriado, encabeçado pelo sucesso da sérieBlack Mirror’, que, partindo da tecnologia, ano após ano volta à Netflix com histórias que nos fazem refletir sobre a humanidade e o futuro tecnológico. Seguindo os passos dessa estética visual, teve exibição no Festival do Rio 2023 o longa ‘Elas Por Elas’, que, após o festival, estreia direto nos cinemas brasileiros a partir dessa semana.



Dividida em sete histórias diferentes e curtinhas, ‘Elas Por Elas’ gira em torno do universo feminino, no dia a dia entre maternidade e trabalho, nas questões raciais, no enfrentamento da pandemia, entre outros aspectos. Mesmo em se tratando de uma antologia com uma temática em comum, o projeto geral do filme traz formatos diferentes dentro de suas histórias: a primeira e a segunda são uma ficcionalização de episódios reais distintos – uma jovem detenta que é sorteada para um programa de reabilitação e uma dupla de médica e enfermeira que cuida de uma mulher em situação de rua em um hotel durante a pandemia do covid; ao final, temos os relatos das pessoas reais envolvidas. Em seguida, temos histórias que acompanham mais o formato da ficção e, por fim, temos uma história apresentada no formato de animação.

Com roteiros e direções compartilhadas por diversas profissionais mulheres (Silvia Carobbio, Catherine Hardwicke, Taraji P. Henson, Mipo Oh, Lucía Puenzo, Maria Sole Tognazzi, Leena Yadav), algumas histórias cativam mais do que outras. Se por um lado Cara Delevingne não convence como uma mulher dependente de drogas moradora das ruas de Los Angeles quarentenada em um hotel de luxo, por outro as histórias que se passam com uma mulher nas ruas da Índia que se despe de seus preconceitos e aprende a olhar a vida diferente com uma mulher trans e a que se passa com uma mãe sul-coreana que precisa cuidar de seus dois filhos enquanto trabalha no corre cotidiano são, talvez por suas simplicidades, as mais tocantes da seleção.

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Com quase duas horas de duração os filmes contam ainda com nomes renomados como Juliette Binoche, Eva Longoria e Jennifer Hudson no elenco de histórias distintas. Eva surpreende falando em italiano, interpretando uma arquiteta super ocupada que descobre ter uma sobrinha quando viaja de volta para casa para o enterro da irmã. A canção original do filme é “Applause”, escrita pela indicada pela décima segunda vez ao Oscar e vencedora do Globo de Ouro de 2020 de Melhor Canção Original, Diane Warren, interpretada pela também atriz Sofia Carson na apresentação desse ano da premiação.

O molde da antologia é acertado para esta produção que foca em apresentar cenários diferentes do universo feminino em diversas culturas, posições sociais, momentos e raças. Uma produção de boa qualidade que conta com nomes conhecidos do grande público para trazer uma experimentação imersiva e que pode interessar àqueles que curtem a proposta ‘Black Mirror’ de fazer refletir sobre temas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Uma antologia se faz a partir de uma reunião de histórias curtas ao redor de um tema em comum. Bastante praticada no mercado editorial, principalmente para lançar novos autores no mercado, esse formato tem se tornado também popular no audiovisual, especialmente no formato seriado, encabeçado pelo sucesso da sérieBlack Mirror’, que, partindo da tecnologia, ano após ano volta à Netflix com histórias que nos fazem refletir sobre a humanidade e o futuro tecnológico. Seguindo os passos dessa estética visual, teve exibição no Festival do Rio 2023 o longa ‘Elas Por Elas’, que, após o festival, estreia direto nos cinemas brasileiros a partir dessa semana.

Dividida em sete histórias diferentes e curtinhas, ‘Elas Por Elas’ gira em torno do universo feminino, no dia a dia entre maternidade e trabalho, nas questões raciais, no enfrentamento da pandemia, entre outros aspectos. Mesmo em se tratando de uma antologia com uma temática em comum, o projeto geral do filme traz formatos diferentes dentro de suas histórias: a primeira e a segunda são uma ficcionalização de episódios reais distintos – uma jovem detenta que é sorteada para um programa de reabilitação e uma dupla de médica e enfermeira que cuida de uma mulher em situação de rua em um hotel durante a pandemia do covid; ao final, temos os relatos das pessoas reais envolvidas. Em seguida, temos histórias que acompanham mais o formato da ficção e, por fim, temos uma história apresentada no formato de animação.

Com roteiros e direções compartilhadas por diversas profissionais mulheres (Silvia Carobbio, Catherine Hardwicke, Taraji P. Henson, Mipo Oh, Lucía Puenzo, Maria Sole Tognazzi, Leena Yadav), algumas histórias cativam mais do que outras. Se por um lado Cara Delevingne não convence como uma mulher dependente de drogas moradora das ruas de Los Angeles quarentenada em um hotel de luxo, por outro as histórias que se passam com uma mulher nas ruas da Índia que se despe de seus preconceitos e aprende a olhar a vida diferente com uma mulher trans e a que se passa com uma mãe sul-coreana que precisa cuidar de seus dois filhos enquanto trabalha no corre cotidiano são, talvez por suas simplicidades, as mais tocantes da seleção.

Com quase duas horas de duração os filmes contam ainda com nomes renomados como Juliette Binoche, Eva Longoria e Jennifer Hudson no elenco de histórias distintas. Eva surpreende falando em italiano, interpretando uma arquiteta super ocupada que descobre ter uma sobrinha quando viaja de volta para casa para o enterro da irmã. A canção original do filme é “Applause”, escrita pela indicada pela décima segunda vez ao Oscar e vencedora do Globo de Ouro de 2020 de Melhor Canção Original, Diane Warren, interpretada pela também atriz Sofia Carson na apresentação desse ano da premiação.

O molde da antologia é acertado para esta produção que foca em apresentar cenários diferentes do universo feminino em diversas culturas, posições sociais, momentos e raças. Uma produção de boa qualidade que conta com nomes conhecidos do grande público para trazer uma experimentação imersiva e que pode interessar àqueles que curtem a proposta ‘Black Mirror’ de fazer refletir sobre temas.

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