quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Em Busca de Zoë – Drama Juvenil Da Netflix Surpreende com Maturidade do Tema

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Baseado no livro homônimo da popular escritora Alyson Noel (que já veio ao Brasil algumas vezes), ‘Em Busca de Zoë’ estreou no meio de 2019 na Netflix estadunidense, mas somente esse mês chegou na plataforma brasileira.

Com uma atmosfera de suspense e mistério, a trama gira em torno da irmã mais nova, Echo (Laura Marano), que está no primeiro dia do Ensino Médio, porém logo de cara o espectador descobre que algo de muito grave aconteceu com a irmã mais velha, Zoë (Vanessa Marano), e que tanto a escola quanto a família das meninas não só ainda está tentando superar o ocorrido, como também está tentando entender o que aconteceu. Então, entram na história a melhor amiga de Zoë, Carley (Giorgia Whigham), o namorado, Marc (Chris Tavarez) e o novo crush de Echo, Parker (Michael Provost), e o longa vai delineando qual foi o papel de cada um nesse mistério.



Em Busca de Zoë’ é um filme irregular, com pontos extremamente positivos sendo prejudicados por escolhas bastante duvidosas. O roteiro de Leeane H. Adams e Brian J. Adams faz uma boa adaptação do livro, porém, cria uma atmosfera de suspense um bocado irritante. Todos os personagens têm aquela aura de possuir um segredo terrível que pode mudar a história da humanidade, mas o tempo todo são impedidos de contá-los porque alguém chegou, ou porque o sinal tocou, etc. Forçado, né? Sem mencionar personagens que entram em cena do nada, apenas para a conveniência para que certas situações possam ser justificadas.

Jeffery Hunt, enquanto diretor, também deixou a desejar. O filme dá sinais de falhas na edição e na montagem, com cenas que geram confusão. Além disso, esteticamente, há uma diferença clara entre as cenas: algumas parecem ter sido filmadas com uma câmera de qualidade e com captação de som, enquanto outras parecem ter sido filmadas com um celular, usando o microfone do mesmo. Isso é beeem esquisito, especialmente se considerarmos que, bom, é uma produção estadunidense que foi comprada pela Netflix né.

Outro ponto bastante negativo foi a escolha, tanto dos roteiristas quanto do diretor, em mostrar explicitamente o crime que aconteceu com Zoë. O tal crime já tinha sido esclarecido momentos antes no enredo, e o espectador já tinha entendido o que tinha rolado, mas então, na cena seguinte, o filme mostra as imagens. Pra quê? Sabe, é esse tipo de escolha que reforça o imaginário da violência contra a mulher. Se o longa já tinha feito o bom trabalho de dar o alerta sobre o crime, não há ne-nhu-ma necessidade de se retratar explicitamente o ato violento.

Bom, mas então salva-se alguma coisa no filme? Sim. A história. ‘Em Busca de Zoë’ é um drama juvenil que faz um importante alerta sobre a facilidade com que os jovens entram em contato com pessoas potencialmente perigosas, e o filme demonstra maturidade na abordagem do tema. Se você tiver paciência em relevar todos os pontos negativos aqui apontados, ‘Em Busca de Zoë’ pode ser uma boa alternativa de filme para a sua quarentena.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Com uma atmosfera de suspense e mistério, a trama gira em torno da irmã mais nova, Echo (Laura Marano), que está no primeiro dia do Ensino Médio, porém logo de cara o espectador descobre que algo de muito grave aconteceu com a irmã mais velha, Zoë (Vanessa Marano), e que tanto a escola quanto a família das meninas não só ainda está tentando superar o ocorrido, como também está tentando entender o que aconteceu. Então, entram na história a melhor amiga de Zoë, Carley (Giorgia Whigham), o namorado, Marc (Chris Tavarez) e o novo crush de Echo, Parker (Michael Provost), e o longa vai delineando qual foi o papel de cada um nesse mistério.

Em Busca de Zoë’ é um filme irregular, com pontos extremamente positivos sendo prejudicados por escolhas bastante duvidosas. O roteiro de Leeane H. Adams e Brian J. Adams faz uma boa adaptação do livro, porém, cria uma atmosfera de suspense um bocado irritante. Todos os personagens têm aquela aura de possuir um segredo terrível que pode mudar a história da humanidade, mas o tempo todo são impedidos de contá-los porque alguém chegou, ou porque o sinal tocou, etc. Forçado, né? Sem mencionar personagens que entram em cena do nada, apenas para a conveniência para que certas situações possam ser justificadas.

Jeffery Hunt, enquanto diretor, também deixou a desejar. O filme dá sinais de falhas na edição e na montagem, com cenas que geram confusão. Além disso, esteticamente, há uma diferença clara entre as cenas: algumas parecem ter sido filmadas com uma câmera de qualidade e com captação de som, enquanto outras parecem ter sido filmadas com um celular, usando o microfone do mesmo. Isso é beeem esquisito, especialmente se considerarmos que, bom, é uma produção estadunidense que foi comprada pela Netflix né.

Outro ponto bastante negativo foi a escolha, tanto dos roteiristas quanto do diretor, em mostrar explicitamente o crime que aconteceu com Zoë. O tal crime já tinha sido esclarecido momentos antes no enredo, e o espectador já tinha entendido o que tinha rolado, mas então, na cena seguinte, o filme mostra as imagens. Pra quê? Sabe, é esse tipo de escolha que reforça o imaginário da violência contra a mulher. Se o longa já tinha feito o bom trabalho de dar o alerta sobre o crime, não há ne-nhu-ma necessidade de se retratar explicitamente o ato violento.

Bom, mas então salva-se alguma coisa no filme? Sim. A história. ‘Em Busca de Zoë’ é um drama juvenil que faz um importante alerta sobre a facilidade com que os jovens entram em contato com pessoas potencialmente perigosas, e o filme demonstra maturidade na abordagem do tema. Se você tiver paciência em relevar todos os pontos negativos aqui apontados, ‘Em Busca de Zoë’ pode ser uma boa alternativa de filme para a sua quarentena.

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