segunda-feira , 18 novembro , 2024

Em Transe

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Em Transe‘ é o novo trabalho do prestigiado cineasta inglês Danny Boyle. O diretor começou a carreira realizando filmes feitos para a TV, até dirigir duas obras inglesas cultuadas pelos cinéfilos, “Cova Rasa” (1994) e principalmente “Trainspotting – Sem Limites” (1996) – que promete uma continuação em breve.

Depois de ser mirado e engolido por Hollywood, com filmes como “Por Uma Vida Menos Ordinária” (1997) e “A Praia” (2000), Boyle voltou às raízes com filmes menores (“Extermínio” e “Caiu do Céu”).



Mesmo tendo realizado a elogiada ficção científica “Sunshine – Alerta Solar” (2007), o cineasta atingiu o status de superstar com “Quem Quer Ser Um Milionário?”, grande vencedor do Oscar 2009. Boyle dava o passo então de ser um diretor conhecido apenas nas rodinhas cinéfilas, para um reconhecido por todos, aquele tipo de profissional que chama a atenção a qualquer novo trabalho. E isso foi bem verdade com seu filme seguinte, um drama basicamente passado num único cenário, com um único ator. “127 Horas” igualmente foi indicado ao Oscar,e catapultou de vez Boylecomo um diretor estrela.

Mas Boyle parece ter aprendido com sua experiência em Hollywood, “A Praia” foi seu filme mais “americanizado” e também o mais problemático. Boyle aprendeu a não se deslumbrar, e a fazer filmes significativos em seus próprios termos, sem a interferência da grande indústria cinematográfica. É por isso que Boyle pode ser considerado um dos cineastas autorais ainda resistentes. Mesmo sem escrever os próprios filmes (embora tenha participado no roteiro de “127 Horas”), Boyle ainda trabalha comJohn Hodge, o roteirista de todos os seus filmes iniciais.

Em Transe” marca a reunião da dupla, que não trabalhava junta desde 2000. Baseado num filme feito para a TV de 2001, escrito e dirigido pelo mesmo John Ahearne (co-roteirista aqui), o filme tem como protagonista Simon, personagem deJames McAvoy (“X-Men: Primeira Classe”), funcionário de uma casa de leilões de obras de arte, viciado em jogo. Por suas dívidas o protagonista arma um roubo ao lado do criminoso Franck, papel do ótimo francês Vincent Cassel (“Cisne Negro”), e sua gangue.

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O roubo sai errado e Simon é seriamente ferido na cabeça. Depois de recuperado, o protagonista parece ter excluído de sua mente o local onde guardou a peça roubada. A única solução para encontrá-la são sessões de hipnose, realizadas pela Dra. Elizabeth, papel da bela e voluptuosa descendente de latinos Rosario Dawson (“Sin City – A Cidade do Pecado”), uma psicóloga especialista no assunto. Porém, a cada passo dado em direção a obra de arte, as sessões parecem desbloquear algo mais, guardado na mente do atormentado protagonista.

Em Transe” é uma obra muito interessante, e funciona em variados aspectos. A trama é excessivamente confusa, mas não impossível de acompanhar, e ao final se mostra como um desses filmes onde tudo faz sentido, e podemos facilmente rastrear cada passo dado pelo roteiro voltando tudo em nossas mentes. “Em Transe” nem de perto se espelha na complexidade de “Amnésia”, de Christopher Nolan, por exemplo. Aparentemente fugindo de obras miradas a premiações, o diretor planeja entregar com “Em Transe”, quem sabe um projeto voltado apenas ao entretenimento.

O que acontece é que um filme pipoca de Danny Boyle é nesse nível, muito mais complexo do que muitos filmes de arte. Boyle se deleita em poder enganar o público, e pregar nele peças de cinco em cinco minutos. Nada do que vemos no filme é o que aparenta, e as reviravoltas vão se desenrolando a cada camada com o passar da projeção. Vamos descobrindo segredos sobre o protagonista, sobre o criminoso e sobre a própria psicóloga.

Em Transe” pode ser considerado um filme confuso, mas um bom filme confuso aonde sentimos prazer no desafio de tentar encaixar todas as peças, ao contrário de simplesmente não nos importarmos. Os atores estão especialmente bons, Cassel é sempre um show a parte, mas aqui temos desempenhos satisfatórios de James McAvoy (que realmente vem impulsionando sua carreira) e Rosario Dawson, num desempenho contido e desembaraçado, com pleno domínio de cena. Com elogios de sobra, “Em Transe” é sem dúvidas um dos melhores filmes desse início de ano.

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Depois de ser mirado e engolido por Hollywood, com filmes como “Por Uma Vida Menos Ordinária” (1997) e “A Praia” (2000), Boyle voltou às raízes com filmes menores (“Extermínio” e “Caiu do Céu”).

Mesmo tendo realizado a elogiada ficção científica “Sunshine – Alerta Solar” (2007), o cineasta atingiu o status de superstar com “Quem Quer Ser Um Milionário?”, grande vencedor do Oscar 2009. Boyle dava o passo então de ser um diretor conhecido apenas nas rodinhas cinéfilas, para um reconhecido por todos, aquele tipo de profissional que chama a atenção a qualquer novo trabalho. E isso foi bem verdade com seu filme seguinte, um drama basicamente passado num único cenário, com um único ator. “127 Horas” igualmente foi indicado ao Oscar,e catapultou de vez Boylecomo um diretor estrela.

Mas Boyle parece ter aprendido com sua experiência em Hollywood, “A Praia” foi seu filme mais “americanizado” e também o mais problemático. Boyle aprendeu a não se deslumbrar, e a fazer filmes significativos em seus próprios termos, sem a interferência da grande indústria cinematográfica. É por isso que Boyle pode ser considerado um dos cineastas autorais ainda resistentes. Mesmo sem escrever os próprios filmes (embora tenha participado no roteiro de “127 Horas”), Boyle ainda trabalha comJohn Hodge, o roteirista de todos os seus filmes iniciais.

Em Transe” marca a reunião da dupla, que não trabalhava junta desde 2000. Baseado num filme feito para a TV de 2001, escrito e dirigido pelo mesmo John Ahearne (co-roteirista aqui), o filme tem como protagonista Simon, personagem deJames McAvoy (“X-Men: Primeira Classe”), funcionário de uma casa de leilões de obras de arte, viciado em jogo. Por suas dívidas o protagonista arma um roubo ao lado do criminoso Franck, papel do ótimo francês Vincent Cassel (“Cisne Negro”), e sua gangue.

O roubo sai errado e Simon é seriamente ferido na cabeça. Depois de recuperado, o protagonista parece ter excluído de sua mente o local onde guardou a peça roubada. A única solução para encontrá-la são sessões de hipnose, realizadas pela Dra. Elizabeth, papel da bela e voluptuosa descendente de latinos Rosario Dawson (“Sin City – A Cidade do Pecado”), uma psicóloga especialista no assunto. Porém, a cada passo dado em direção a obra de arte, as sessões parecem desbloquear algo mais, guardado na mente do atormentado protagonista.

Em Transe” é uma obra muito interessante, e funciona em variados aspectos. A trama é excessivamente confusa, mas não impossível de acompanhar, e ao final se mostra como um desses filmes onde tudo faz sentido, e podemos facilmente rastrear cada passo dado pelo roteiro voltando tudo em nossas mentes. “Em Transe” nem de perto se espelha na complexidade de “Amnésia”, de Christopher Nolan, por exemplo. Aparentemente fugindo de obras miradas a premiações, o diretor planeja entregar com “Em Transe”, quem sabe um projeto voltado apenas ao entretenimento.

O que acontece é que um filme pipoca de Danny Boyle é nesse nível, muito mais complexo do que muitos filmes de arte. Boyle se deleita em poder enganar o público, e pregar nele peças de cinco em cinco minutos. Nada do que vemos no filme é o que aparenta, e as reviravoltas vão se desenrolando a cada camada com o passar da projeção. Vamos descobrindo segredos sobre o protagonista, sobre o criminoso e sobre a própria psicóloga.

Em Transe” pode ser considerado um filme confuso, mas um bom filme confuso aonde sentimos prazer no desafio de tentar encaixar todas as peças, ao contrário de simplesmente não nos importarmos. Os atores estão especialmente bons, Cassel é sempre um show a parte, mas aqui temos desempenhos satisfatórios de James McAvoy (que realmente vem impulsionando sua carreira) e Rosario Dawson, num desempenho contido e desembaraçado, com pleno domínio de cena. Com elogios de sobra, “Em Transe” é sem dúvidas um dos melhores filmes desse início de ano.

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