quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica | Era Uma Vez Um Gênio – Idris Elba é Gênio da Lâmpada em Fábula de Fantasia do Criador de ‘Mad Max’

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Quando o nome George Miller surge nas rodas de conversa geralmente está associado à sua franquia de maior sucesso, ‘Mad Max, que, desde os anos 1980, se tornou um dos filmes queridinhos do público nerd e dos fãs de filmes de ação. Porém, George Miller também é responsável por outros sucessos no gênero da fantasia, muitos dos quais voltados ao público infantil, como o longa de animação ‘Happy Feet’, sobre o pinguinzinho que queria ser dançarino, e ‘Babe, O Porquinho Atrapalhado na Cidade’, a clássica história do porquinho amoroso que conquistou o coração de tantas crianças nos anos 1990. E agora ele traz para os cinemas seu mais novo projeto, ‘Era Uma Vez Um Gênio’, que ao mesmo tempo mistura e destoa de tudo que já fez.



Alithea (Tilda Swinton) é uma acadêmica solitária em viagem pela Europa. Sem filhos, sem marido, sem pais, ela vive apenas para suas pesquisas e suas histórias. Certo dia, em uma loja, ela encontra uma espécie de vasinho azul e fica encantada por ele, decidindo levá-lo. Já de volta ao quarto de hotel, Alithea limpa o vasinho, porém, ao esfregar o objeto, um enorme gênio da lâmpada (Idris Elba) sai de dentro do recipiente, e lhe pergunta quais são seus três desejos. Incrédula com o que está presenciando, e duvidando até mesmo de suas faculdades mentais, Alithea decide conversar com o Gênio, e, uma vez que ela mesmo não deseja nada para si, quer, ao menos, ouvir as histórias que ele tem para contar.

O longa é inspirado no conto de A. S. Byatt, e rapidamente o roteiro de George Miller com Augusta Gore demonstra que é uma adaptação enfeitada de um enredo menor do que as duas horas que o longa comporta. Na prática, isso significa que, embora a história seja instigante, seu ritmo repetitivo e circular acaba perdendo a atenção do espectador, que invariavelmente ficará na expectativa de algo mirabolante. Sendo um projeto de pandemia, é interessante observar os recursos do diretor para realizar seu longa, com diversas cenas gravadas em interior de hotel/apartamento com apenas os protagonistas e, em algumas externas, com elenco de apoio usando máscara, deixando-nos a provocação indireta: durante a quarentena, já pensou encontrar um gênio da lâmpada que concedesse três desejos?

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A estética e a narrativa que se assemelha à estrutura de ‘As Mil e uma Noites’, em que o Gênio exerce um papel de Scheherazade, ‘Era Uma Vez Um Gênio’ remete o espectador ao imaginário lúdico e exótico da fantasia, das personagens milenares do Oriente Médio, das aventuras estilo ‘Aladdin’. Assim, enquanto o filme se desenrola nas memórias do Gênio, o espectador embarca na fábula, porém, quando a história volta ao tempo presente, a magia se quebra, talvez pela improbabilidade de aceitarmos a intimidade dos protagonistas, tamanha a distância entre eles.

Com um visual belíssimo e uma produção exuberante que se empenha em recriar o sonho através de efeitos especiais e cenografia dedicada, ‘Era Uma Vez Um Gênio’ é daqueles filmes cults de festival de cinema que se tornam o queridinho de um seleto grupo de cinéfilos que se deixam envolver pelo cinema arte, e certamente é um presente do diretor ao seu público, ofertando-nos com este que definitivamente é a realização de um dos maiores desejos de George Miller.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Alithea (Tilda Swinton) é uma acadêmica solitária em viagem pela Europa. Sem filhos, sem marido, sem pais, ela vive apenas para suas pesquisas e suas histórias. Certo dia, em uma loja, ela encontra uma espécie de vasinho azul e fica encantada por ele, decidindo levá-lo. Já de volta ao quarto de hotel, Alithea limpa o vasinho, porém, ao esfregar o objeto, um enorme gênio da lâmpada (Idris Elba) sai de dentro do recipiente, e lhe pergunta quais são seus três desejos. Incrédula com o que está presenciando, e duvidando até mesmo de suas faculdades mentais, Alithea decide conversar com o Gênio, e, uma vez que ela mesmo não deseja nada para si, quer, ao menos, ouvir as histórias que ele tem para contar.

O longa é inspirado no conto de A. S. Byatt, e rapidamente o roteiro de George Miller com Augusta Gore demonstra que é uma adaptação enfeitada de um enredo menor do que as duas horas que o longa comporta. Na prática, isso significa que, embora a história seja instigante, seu ritmo repetitivo e circular acaba perdendo a atenção do espectador, que invariavelmente ficará na expectativa de algo mirabolante. Sendo um projeto de pandemia, é interessante observar os recursos do diretor para realizar seu longa, com diversas cenas gravadas em interior de hotel/apartamento com apenas os protagonistas e, em algumas externas, com elenco de apoio usando máscara, deixando-nos a provocação indireta: durante a quarentena, já pensou encontrar um gênio da lâmpada que concedesse três desejos?

A estética e a narrativa que se assemelha à estrutura de ‘As Mil e uma Noites’, em que o Gênio exerce um papel de Scheherazade, ‘Era Uma Vez Um Gênio’ remete o espectador ao imaginário lúdico e exótico da fantasia, das personagens milenares do Oriente Médio, das aventuras estilo ‘Aladdin’. Assim, enquanto o filme se desenrola nas memórias do Gênio, o espectador embarca na fábula, porém, quando a história volta ao tempo presente, a magia se quebra, talvez pela improbabilidade de aceitarmos a intimidade dos protagonistas, tamanha a distância entre eles.

Com um visual belíssimo e uma produção exuberante que se empenha em recriar o sonho através de efeitos especiais e cenografia dedicada, ‘Era Uma Vez Um Gênio’ é daqueles filmes cults de festival de cinema que se tornam o queridinho de um seleto grupo de cinéfilos que se deixam envolver pelo cinema arte, e certamente é um presente do diretor ao seu público, ofertando-nos com este que definitivamente é a realização de um dos maiores desejos de George Miller.

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