domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Eu Só Posso Imaginar – Música cristã se transforma em drama sobre superação

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Definir um público alvo talvez seja um dos principais passos para vender um projeto, mas o cinema está ai para provar que um filme pode se vender de inúmeras formas. Como é o caso do longa religioso Eu Só Posso Imaginar, que acrescenta uma camada pesada de drama sobre a premissa de mostrar como a canção gospel mais vendida dos Estados Unidos conseguiu chegar nessa marca. Uma sacada inteligente e lucrativa.

Desde os primeiros minutos, o drama se estabelece e propõe que na trajetória sobre a vida do cantor Bart Millard haverá altos e baixos para mostrar como sua banda MercyMe chegou onde chegou. Na trama, J. Michael Finley dá vida ao cantor, que teve uma infância difícil e sofreu com um pai abusivo, interpretado com vigor por Dennis Quaid, que talvez seja um dos maiores acertos do longa. Na verdade, o elenco principal se doa à obra e alcança a emoção proposta de forma bem honesta. Quaid e Finley conseguem ter uma química emocionante em cena e convencem como um pai rígido e violento e um filho gentil, que sonha muito além de sua bolha.



Todo o primeiro ato acerta ao apresentar a infância complicada de Millard, apelando para nossa empatia com uma trilha sonora bem pontuada e uma direção bem realizada pela dupla Andrew e Jon Erwin, que sabem bem a hora de cortar e a hora de enquadrar mais aproximadamente para realçar o sentimento da cena. Nesse começo, toda a premissa religiosa fica de lado para se aprofundar na relação pai e filho, muito bem construída, mesmo que um pouco exagerada criando antagonismos, consegue emocionar por apresentar um protagonista carismático.

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A montanha-russa sentimental continua a partir da segunda metade do filme, quando seu lado religioso assume o controle e o longa ganha ares de road movie, mostrando a jornada do herói em busca de seu sonho, após deixar sua zona de conforto e partir para os desafios de ser um artista e encontrar seu lugar no mundo. Nesse momento, Millard muda, quase que drasticamente, de um menino tímido e solitário para um homem determinado, o que causa uma certa confusão no perfil até então desenvolvido para o personagem. Apesar da história crescer visualmente e o filme tomar proporções maiores, o roteiro se torna arrastado e perde aquela delicadeza inicial que nos mantém interessados.

Ao final, o longa mergulha em alguns clichês e se torna previsível, apresentando a redenção do pai e se segurando no perdão divino como justificativa para todos os seus atos, caindo na necessidade de “passar uma mensagem bonita”. Até mesmo quando a tão esperada canção que dá título ao filme é cantada, tudo gira em torno de transformar esse ato em algo transcendental e divino, mesmo que tenha uma letra forte, a história por trás sempre será mais interessante que a própria música em si.

Problemas à parte, Eu Só Posso Imaginar tem um lado musical divertido, além de carisma, que definitivamente vai conquistar um público maior que o religioso, que se der uma chance, certamente sairá do cinema com um sorriso de empatia, isso se não arrancar algumas lágrimas ao longo da jornada de superação de Bart Millard. É um filme adorável, que mostra que a dor pode ser um gatilho para encontrar seu caminho no mundo.

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
Carioca, 26 anos, apaixonado por Cinema. Venho estudando e vivendo todas as partes da sétima arte à procura de conhecimento da área. Graduando no curso de Cinema e influenciador cinematográfico no Instagram.

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Definir um público alvo talvez seja um dos principais passos para vender um projeto, mas o cinema está ai para provar que um filme pode se vender de inúmeras formas. Como é o caso do longa religioso Eu Só Posso Imaginar, que acrescenta uma camada pesada de drama sobre a premissa de mostrar como a canção gospel mais vendida dos Estados Unidos conseguiu chegar nessa marca. Uma sacada inteligente e lucrativa.

Desde os primeiros minutos, o drama se estabelece e propõe que na trajetória sobre a vida do cantor Bart Millard haverá altos e baixos para mostrar como sua banda MercyMe chegou onde chegou. Na trama, J. Michael Finley dá vida ao cantor, que teve uma infância difícil e sofreu com um pai abusivo, interpretado com vigor por Dennis Quaid, que talvez seja um dos maiores acertos do longa. Na verdade, o elenco principal se doa à obra e alcança a emoção proposta de forma bem honesta. Quaid e Finley conseguem ter uma química emocionante em cena e convencem como um pai rígido e violento e um filho gentil, que sonha muito além de sua bolha.

Todo o primeiro ato acerta ao apresentar a infância complicada de Millard, apelando para nossa empatia com uma trilha sonora bem pontuada e uma direção bem realizada pela dupla Andrew e Jon Erwin, que sabem bem a hora de cortar e a hora de enquadrar mais aproximadamente para realçar o sentimento da cena. Nesse começo, toda a premissa religiosa fica de lado para se aprofundar na relação pai e filho, muito bem construída, mesmo que um pouco exagerada criando antagonismos, consegue emocionar por apresentar um protagonista carismático.

A montanha-russa sentimental continua a partir da segunda metade do filme, quando seu lado religioso assume o controle e o longa ganha ares de road movie, mostrando a jornada do herói em busca de seu sonho, após deixar sua zona de conforto e partir para os desafios de ser um artista e encontrar seu lugar no mundo. Nesse momento, Millard muda, quase que drasticamente, de um menino tímido e solitário para um homem determinado, o que causa uma certa confusão no perfil até então desenvolvido para o personagem. Apesar da história crescer visualmente e o filme tomar proporções maiores, o roteiro se torna arrastado e perde aquela delicadeza inicial que nos mantém interessados.

Ao final, o longa mergulha em alguns clichês e se torna previsível, apresentando a redenção do pai e se segurando no perdão divino como justificativa para todos os seus atos, caindo na necessidade de “passar uma mensagem bonita”. Até mesmo quando a tão esperada canção que dá título ao filme é cantada, tudo gira em torno de transformar esse ato em algo transcendental e divino, mesmo que tenha uma letra forte, a história por trás sempre será mais interessante que a própria música em si.

Problemas à parte, Eu Só Posso Imaginar tem um lado musical divertido, além de carisma, que definitivamente vai conquistar um público maior que o religioso, que se der uma chance, certamente sairá do cinema com um sorriso de empatia, isso se não arrancar algumas lágrimas ao longo da jornada de superação de Bart Millard. É um filme adorável, que mostra que a dor pode ser um gatilho para encontrar seu caminho no mundo.

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Thiago Munizhttp://cinepop.com.br/
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