sábado , 14 dezembro , 2024

Crítica | Fantasma – Baseado em uma História REAL, Filme de Ação da Netflix Traz Ideia Genial de Assalto

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Desde a famosa aventura de Robin Hood, o ladrão do povo, que histórias que visam tirar dos ricos para dar aos pobres ganham a simpatia dos leitores e espectadores. No mundo capitalista em que vivemos, não sobra muito espaço para sonhar, por isso, quando uma história similar a esse mote acontece em alguma cidade ou país, o público fica alvoroçado. Aconteceu com a série ‘La Casa de Papel’, que tratava de um grupo de assaltantes que visava, em vez de roubar um banco, fabricar dinheiro para si mesmo – para, desse modo, não afetar a economia do país. Genial, porém, era ficção. Agora, chegou aos cinemas brasileiros um filme baseado numa história real, ‘Fantasma’, que é um prato cheio para quem gostou da série espanhola da Netflix.

fantasma



O ano era 2006. O Chile, assim como boa parte dos países sul-americanos, vivia um cenário de incertezas no início do novo milênio. Nesse cenário de desolação, José (Willy Semler) acaba de cair num golpe de investimento imobiliário e sua esposa, Jimena (Bárbara Ruiz-Tagle), o deixou. Sem perspectivas na vida, José acompanha sua vizinha ao banco e, enquanto ela vende seu terreno, ele tem uma ideia genial: quer roubar um banco. Mas, sem prejudicar ninguém: é que no Chile, após a venda de um imóvel ou terreno ao banco, a pessoa recebe o pagamento em espécie, em malotes, e, imediatamente deve depositá-lo; para o conforto do cliente, um funcionário do banco se oferece para fazer o depósito, para que o cliente não tenha que enfrentar filas. Esse é o plano de José: fazer-se passar por funcionário do banco e levar o malote, e, para isso, contará com a ajuda de seus colegas Chang (Daniel Muñoz) e Picasso (Darío Lopilato).

Com pouco mais de duas horas de duração, ‘Fantasma’ é desses filmões que oferecem muito mais do que seu poster/sinopse apresenta, e, definitivamente, é desses filmes nos quais o bom cinéfilo deve apostar. Vale cada minuto.

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Por ser inspirado em eventos reais, o que mais surpreende em ‘Fantasma’ é a genialidade da ideia do personagem José: a ideia não é roubar o dinheiro da venda do cidadão comum, e nem tampouco roubar o banco propriamente dito; ao roubar o dinheiro da transação, o banco é obrigado a acionar a seguradora e restituir o valor ao indivíduo, de forma que, na prática, não há uso de violência e nem ninguém sai exatamente prejudicado. À sua maneira, mostrou também a grotesca falha na segurança dos bancos chilenos, afinal, forma mais de 20 nos quais ele aplicou seu golpe.

O roteiro de Juan Pablo Domenech, Paloma Salas e Elisa Zulueta constrói uma narrativa intrincada com direito a plot twists sequenciados e que de fato surpreendem. Talvez, com tanta história e tantos elementos, o enredo pudesse ter sido uma série, em vez de filme, pois ‘Fantasma’ envolve tanto o espectador, que, ao final, deixa a sensação de desejarmos saber um pouco mais sobre os personagens, sobre o que aconteceu tanto antes quanto depois dos eventos do filme.

Bem dirigido por Martín Duplaquet e salpicado de pitadas de comédia e de ação com thriller policial, ‘Fantasma’ é diversão pura inspira e que dá ainda mais gosto de deleite por ser inspirado em eventos reais.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Desde a famosa aventura de Robin Hood, o ladrão do povo, que histórias que visam tirar dos ricos para dar aos pobres ganham a simpatia dos leitores e espectadores. No mundo capitalista em que vivemos, não sobra muito espaço para sonhar, por isso, quando uma história similar a esse mote acontece em alguma cidade ou país, o público fica alvoroçado. Aconteceu com a série ‘La Casa de Papel’, que tratava de um grupo de assaltantes que visava, em vez de roubar um banco, fabricar dinheiro para si mesmo – para, desse modo, não afetar a economia do país. Genial, porém, era ficção. Agora, chegou aos cinemas brasileiros um filme baseado numa história real, ‘Fantasma’, que é um prato cheio para quem gostou da série espanhola da Netflix.

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O ano era 2006. O Chile, assim como boa parte dos países sul-americanos, vivia um cenário de incertezas no início do novo milênio. Nesse cenário de desolação, José (Willy Semler) acaba de cair num golpe de investimento imobiliário e sua esposa, Jimena (Bárbara Ruiz-Tagle), o deixou. Sem perspectivas na vida, José acompanha sua vizinha ao banco e, enquanto ela vende seu terreno, ele tem uma ideia genial: quer roubar um banco. Mas, sem prejudicar ninguém: é que no Chile, após a venda de um imóvel ou terreno ao banco, a pessoa recebe o pagamento em espécie, em malotes, e, imediatamente deve depositá-lo; para o conforto do cliente, um funcionário do banco se oferece para fazer o depósito, para que o cliente não tenha que enfrentar filas. Esse é o plano de José: fazer-se passar por funcionário do banco e levar o malote, e, para isso, contará com a ajuda de seus colegas Chang (Daniel Muñoz) e Picasso (Darío Lopilato).

Com pouco mais de duas horas de duração, ‘Fantasma’ é desses filmões que oferecem muito mais do que seu poster/sinopse apresenta, e, definitivamente, é desses filmes nos quais o bom cinéfilo deve apostar. Vale cada minuto.

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Por ser inspirado em eventos reais, o que mais surpreende em ‘Fantasma’ é a genialidade da ideia do personagem José: a ideia não é roubar o dinheiro da venda do cidadão comum, e nem tampouco roubar o banco propriamente dito; ao roubar o dinheiro da transação, o banco é obrigado a acionar a seguradora e restituir o valor ao indivíduo, de forma que, na prática, não há uso de violência e nem ninguém sai exatamente prejudicado. À sua maneira, mostrou também a grotesca falha na segurança dos bancos chilenos, afinal, forma mais de 20 nos quais ele aplicou seu golpe.

O roteiro de Juan Pablo Domenech, Paloma Salas e Elisa Zulueta constrói uma narrativa intrincada com direito a plot twists sequenciados e que de fato surpreendem. Talvez, com tanta história e tantos elementos, o enredo pudesse ter sido uma série, em vez de filme, pois ‘Fantasma’ envolve tanto o espectador, que, ao final, deixa a sensação de desejarmos saber um pouco mais sobre os personagens, sobre o que aconteceu tanto antes quanto depois dos eventos do filme.

Bem dirigido por Martín Duplaquet e salpicado de pitadas de comédia e de ação com thriller policial, ‘Fantasma’ é diversão pura inspira e que dá ainda mais gosto de deleite por ser inspirado em eventos reais.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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