quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Fernanda Young – Foge-me ao Controle – Documentário Retrata a Ebulição Efervescente da Saudosa Escritora

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Foi um misto de tristeza e surpresa que a notícia de que a jovem escritora Fernanda Young havia falecido, em 25 de agosto de 2019, com menos de cinquenta anos. Escritora, roteirista, apresentadora, atriz, poeta, multiartista e, acima de tudo, um verdadeiro furacão, Fernanda Young arrebatava os corações de leitores e da audiência toda vez que falava em qualquer um dos muitos programas de televisão dos quais participou. Dona de uma linha de pensamento bastante particular e sem medos, ela, acima de tudo, inspirou muitas mulheres a falar dos temas do universo feminil.

Mas a real é que, mesmo hoje, é difícil medir em palavras – ou mesmo em imagens – quem foi, o que era Fernanda Young. Felizmente, porém, vem aí no próximo dia 29 de agosto nos cinemas brasileiros, o documentárioFernanda Young – Foge-me ao Controle’, como uma primeira tentativa de desvendar esse furacão.



fernanda young – foge me ao controle

Já nos primeiros minutos de ‘Fernanda Young – Foge-me ao Controle’ fica bastante claro que a pesquisa realizada se debruçou sobre um material de arquivo da escritora que permeia o pessoal (que vai desde sua relação com o marido Alexandre Machado a fotos caseiras e cadernos de rascunho) e imagens dos programas de televisão do grupo Globosat os quais a atriz participou. Embora, claro, essa tenha sido a maior parte do que foi a vida pública de Fernanda, da forma como a audiência a conhece, ficou a sensação de um recorte bastante nichado da biografada, com apenas o seu mundo global retratado.

Conduzido pelas emoções da saudade, a diretora Susanna Lira faz uso do corte e colagem de imagens tanto na montagem quanto na transição entre os temas abordados no seu documentário – uma ótima escolha, que acompanha não só o estilo do seu objeto de estudo, como também retrata a impossibilidade de compor, em uma só imagem, o que era Fernanda Young. O documentário, inclusive, venceu o prêmio de Melhor Montagem no Festival É Tudo Verdade e também, mais recentemente, venceu o prêmio da crítica no Festival Internacional de Cinema de Paraty.

fernanda young – foge me ao controle1

Um dos pontos que talvez possa pesar em ‘Fernanda Young – Foge-me ao Controle’ é o seu tempo de duração, que ultrapassa as duas horas. O tempo, esse obstáculo cruel que sempre acompanhou Fernanda, parece estar em conflito com a narrativa verborrágica que vemos das imagens de Young que transitam entre entrevistas dadas (em especial à Marília Gabriela e no programa no qual era uma das apresentadoras, o Saia Justa, no GNT). Aliás o conflito se expande na tela, também, entre a palavra escrita e a falada – ou seja, entre o que a roteirista Fernanda Young escrevia (por exemplo, ela foi roteirista da hilária série ‘Os Normais’, que divertiu muita gente principalmente por causa das ideias de Fani, interpretada por Fernanda Torres) e o que ela dizia, porque o fazia de maneira bastante intensa.

Prestes a completar cinco anos da morte de Fernanda Young, o documentárioFernanda Young – Foge-me ao Controle’ chega aos cinemas tanto para acalentar os corações saudosos de seus leitores e admiradores como, também, para apresentar (ou ao menos tentar) um pouco da ideia do que foi Fernanda Young. Difícil de resumir em palavras, tanto Fernanda quanto seu documentário são experiências que precisam ser vividas no particular de um livro ou de uma sala de cinema.

fernanda young – foge me ao controle2

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Mas a real é que, mesmo hoje, é difícil medir em palavras – ou mesmo em imagens – quem foi, o que era Fernanda Young. Felizmente, porém, vem aí no próximo dia 29 de agosto nos cinemas brasileiros, o documentárioFernanda Young – Foge-me ao Controle’, como uma primeira tentativa de desvendar esse furacão.

fernanda young – foge me ao controle

Já nos primeiros minutos de ‘Fernanda Young – Foge-me ao Controle’ fica bastante claro que a pesquisa realizada se debruçou sobre um material de arquivo da escritora que permeia o pessoal (que vai desde sua relação com o marido Alexandre Machado a fotos caseiras e cadernos de rascunho) e imagens dos programas de televisão do grupo Globosat os quais a atriz participou. Embora, claro, essa tenha sido a maior parte do que foi a vida pública de Fernanda, da forma como a audiência a conhece, ficou a sensação de um recorte bastante nichado da biografada, com apenas o seu mundo global retratado.

Conduzido pelas emoções da saudade, a diretora Susanna Lira faz uso do corte e colagem de imagens tanto na montagem quanto na transição entre os temas abordados no seu documentário – uma ótima escolha, que acompanha não só o estilo do seu objeto de estudo, como também retrata a impossibilidade de compor, em uma só imagem, o que era Fernanda Young. O documentário, inclusive, venceu o prêmio de Melhor Montagem no Festival É Tudo Verdade e também, mais recentemente, venceu o prêmio da crítica no Festival Internacional de Cinema de Paraty.

fernanda young – foge me ao controle1

Um dos pontos que talvez possa pesar em ‘Fernanda Young – Foge-me ao Controle’ é o seu tempo de duração, que ultrapassa as duas horas. O tempo, esse obstáculo cruel que sempre acompanhou Fernanda, parece estar em conflito com a narrativa verborrágica que vemos das imagens de Young que transitam entre entrevistas dadas (em especial à Marília Gabriela e no programa no qual era uma das apresentadoras, o Saia Justa, no GNT). Aliás o conflito se expande na tela, também, entre a palavra escrita e a falada – ou seja, entre o que a roteirista Fernanda Young escrevia (por exemplo, ela foi roteirista da hilária série ‘Os Normais’, que divertiu muita gente principalmente por causa das ideias de Fani, interpretada por Fernanda Torres) e o que ela dizia, porque o fazia de maneira bastante intensa.

Prestes a completar cinco anos da morte de Fernanda Young, o documentárioFernanda Young – Foge-me ao Controle’ chega aos cinemas tanto para acalentar os corações saudosos de seus leitores e admiradores como, também, para apresentar (ou ao menos tentar) um pouco da ideia do que foi Fernanda Young. Difícil de resumir em palavras, tanto Fernanda quanto seu documentário são experiências que precisam ser vividas no particular de um livro ou de uma sala de cinema.

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