terça-feira , 24 dezembro , 2024

Crítica | Flora e Ulysses – Esquilo super-herói faz referências à Marvel em novo filme da Disney+

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Desde que a Disney comprou a Marvel, o Star Wars e a FOX, os fãs da empresa do Mickey Mouse passaram a procurar com mais afinco referências e possíveis junções dessas franquias nos novos filmes e séries lançadas. Com o tempo vamos ganhando mais e mais filmes originais na Disney+ filmados com a finalidade de ir para a plataforma de streaming – como a estreia nesse final de semana do live-actionFlora e Ulysses’, filme fofinho recheado de referências ao mundo dos heróis.



Flora (Matilda Lawler) é uma menina de dez anos cujos pais se separaram. A mãe, Phyllis (Alyson Hannigan) é uma escritora de romances com bloqueio criativo, e o pai, George (Ben Evan Ainsworth), costumava escrever histórias em quadrinho, mas, depois de sair de casa, passou a trabalhar como repositor em uma papelaria. Um dia, Flora tenta ajudar a uma vizinha cujo aspirador de pó descontrolado saiu pelo gramado, e, nessa aventura, um pobre esquilinho acaba sendo sugado para dentro do aparelho. A menina salva o bichinho e, desde então, percebe que ele ganhou poderes especiais. Na tentativa de convencer o mundo de que o esquilo Ulysses (John Kassir) é um super-herói, ela terá que enfrentar a má vontade da mãe em permitir um bichinho em casa e um incansável oficial de controle de animais (Dani Pudi), que quer capturar o bichano e levá-lo para o laboratório.

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Inspirado no livro homônimo de Kate DiCamillo, o filme original Disney+ é um pipocão em família, bem no estilo de filme para assistir depois do almoço com todo mundo junto no sofá. Voltado para a galerinha na faixa dos dez anos, é uma aventurinha bacana, bem colorida, com piadinhas engraçadas e algumas tiradas inteligentes. Comparado com as recentes adaptações em live-action de filmes com animais da Disney, este ‘Flora e Ulysses’ é disparado o mais bem-sucedido: o tal esquilinho é uma fofurinha perfeita; seus movimentos são fluidos, a textura do pelo é crível e o bichinho, mesmo não falando, é extremamente expressivo.

O principal obstáculo do longa é a construção da história, que, ao tentar se expandir demais, não se aprofunda em nada. Se, por exemplo, o filme focasse apenas no embate para tentar salvar o esquilo do policial, já seria uma boa aventura. Ao dar tanto pano de fundo para a relação dos pais, acaba que não só não os desenvolve bem, como também constrói uma mãe injustamente ignorada pela filha, que meio que despreza os livros e a profissão da mãe, enquanto na mesma medida idolatra os personagens criados pelo pai e o universo dos quadrinhos dele. Bastante problemático isso, se no início do longa o pai vai embora de casa e a gente fica sem saber o motivo.

Flora e Ulysses’ é um filme fofinho e agradável, que pode ganhar continuação com outro núcleo de personagens, inclusive. Com um esquilinho super-herói carismático, que faz pose e referências a diversos filmes da Marvel, é uma historinha que tem futuro se ganhar uma protagonista mais legal e uma maior atenção da tradução para a dublagem em português – que cismou de dizer que Flora referia a si mesma como “cínica”, quando a melhor tradução seria “cética”. Como boa parte do público alvo irá ver o filme dublado, ter a protagonista se chamando de cínica faz com que a gente a veja assim – e dificilmente o expectador sentirá empatia por alguém cínico. Tomara que tudo isso melhore para uma possível continuação.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Flora (Matilda Lawler) é uma menina de dez anos cujos pais se separaram. A mãe, Phyllis (Alyson Hannigan) é uma escritora de romances com bloqueio criativo, e o pai, George (Ben Evan Ainsworth), costumava escrever histórias em quadrinho, mas, depois de sair de casa, passou a trabalhar como repositor em uma papelaria. Um dia, Flora tenta ajudar a uma vizinha cujo aspirador de pó descontrolado saiu pelo gramado, e, nessa aventura, um pobre esquilinho acaba sendo sugado para dentro do aparelho. A menina salva o bichinho e, desde então, percebe que ele ganhou poderes especiais. Na tentativa de convencer o mundo de que o esquilo Ulysses (John Kassir) é um super-herói, ela terá que enfrentar a má vontade da mãe em permitir um bichinho em casa e um incansável oficial de controle de animais (Dani Pudi), que quer capturar o bichano e levá-lo para o laboratório.

Inspirado no livro homônimo de Kate DiCamillo, o filme original Disney+ é um pipocão em família, bem no estilo de filme para assistir depois do almoço com todo mundo junto no sofá. Voltado para a galerinha na faixa dos dez anos, é uma aventurinha bacana, bem colorida, com piadinhas engraçadas e algumas tiradas inteligentes. Comparado com as recentes adaptações em live-action de filmes com animais da Disney, este ‘Flora e Ulysses’ é disparado o mais bem-sucedido: o tal esquilinho é uma fofurinha perfeita; seus movimentos são fluidos, a textura do pelo é crível e o bichinho, mesmo não falando, é extremamente expressivo.

O principal obstáculo do longa é a construção da história, que, ao tentar se expandir demais, não se aprofunda em nada. Se, por exemplo, o filme focasse apenas no embate para tentar salvar o esquilo do policial, já seria uma boa aventura. Ao dar tanto pano de fundo para a relação dos pais, acaba que não só não os desenvolve bem, como também constrói uma mãe injustamente ignorada pela filha, que meio que despreza os livros e a profissão da mãe, enquanto na mesma medida idolatra os personagens criados pelo pai e o universo dos quadrinhos dele. Bastante problemático isso, se no início do longa o pai vai embora de casa e a gente fica sem saber o motivo.

Flora e Ulysses’ é um filme fofinho e agradável, que pode ganhar continuação com outro núcleo de personagens, inclusive. Com um esquilinho super-herói carismático, que faz pose e referências a diversos filmes da Marvel, é uma historinha que tem futuro se ganhar uma protagonista mais legal e uma maior atenção da tradução para a dublagem em português – que cismou de dizer que Flora referia a si mesma como “cínica”, quando a melhor tradução seria “cética”. Como boa parte do público alvo irá ver o filme dublado, ter a protagonista se chamando de cínica faz com que a gente a veja assim – e dificilmente o expectador sentirá empatia por alguém cínico. Tomara que tudo isso melhore para uma possível continuação.

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Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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