segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | Fúria em Alto Mar – A Maldição do Oscar já começou para Gary Oldman?

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“Caçoada” ao ‘Novembro’ Vermelho

Uma das lendas de Hollywood é a “maldição do Oscar”. Segundo apontam alguns, após a vitória no Oscar de certos atores, suas carreiras dão uma severa guinada, saindo dos trilhos e os fazendo participar de verdadeiras “pérolas” da sétima arte. Os casos mais notáveis de anos recentes são Halle Berry e Adrien Brody. Embora não acredite cem por cento nesta teoria – e creio que o prêmio da Academia é que foi o ponto fora da curva para eles –, não descarto por completo uma leve escorregada pós-vitória.

É exatamente o que ocorre com Gary Oldman, que este ano foi laureado como melhor ator pelo exercício virtuoso em O Destino de uma Nação. No caso do britânico, no entanto, não existem dúvidas em relação ao seu talento. É inquestionável também que ele desce um degrau de seu status ao aceitar um papel neste típico exemplar da Sessão da Tarde – estrelado pelo “gato preto” do cinema entretenimento atual, Gerard Butler.



Com produção dos responsáveis por Velozes e Furiosos (2001) e Invasão a Casa Branca (2013), e climão de lançamento em vídeo, Fúria em Alto Mar divide sua narrativa em três âmbitos: thriller de submarino, filme de guerra e drama político. Infelizmente, o diretor Donovan Marsh não soube dosar suas interseções, ao ponto de acharmos estar assistindo a três longas diferentes, uns mais satisfatórios do que outros.

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Na trama, dois submarinos são atacados em território russo, um do próprio país e outro norte-americano. É o que basta para as autoridades dos EUA entrarem em alerta. O responsável pela operação é o personagem interpretado pelo rapper transformado em ator, Common. Este é o cenário de drama político que se desenrola dentro de salas de operações, com muitos monitores, nas quais os atores interagem proferindo palavras de ordem e reagindo ao que ocorre no exterior. Na equação temos ainda a entrada do superior que serve de elo com o governo, papel de Gary Oldman, e uma agente da inteligência, vivida por Linda Cardellini (a mulher do Gavião Arqueiro em Vingadores, e de Will Ferrell na franquia Pai em Dose Dupla).

Assim, logo é acionado o protagonista Capitão Joe Glass (Gerard Butler) – o típico herói de filme de ação, melhor no que faz e dono de uma má reputação. Até mesmo o nome do personagem não deixa mentir. É ele quem assume o comando de uma nova embarcação, que visa descobrir o que aconteceu de errado com os submarinos destruídos. A terceira subtrama que corre por fora, mostra uma equipe de militares entrando sem ser notada em território russo e descobrindo um golpe de estado, no qual as forças armadas derrubam o presidente com objetivo de incitar uma nova guerra mundial.

Com esta premissa, dá para entender um pouco o motivo da Imagem Filmes planejar um lançamento nos cinemas – já que no Brasil tópicos como a perda da democracia e a volta da ditadura militar estão muito em voga. No entanto, o tema fervoroso não tira o foco desta ser uma produção B, extremamente esquecível devido a seu roteiro reciclado e requentado. Por outro lado, seu valor de produção não pode ser negado, este é um longa competente e bem realizado – mas que traz como assunto exatamente o que era feito lá na década de 1980, sem qualquer insight mais aprofundado. São frases de efeito e situações muito familiares.

Gerard Butler realmente não tem dado sorte, e os roteiros que tem aceitado nada mais são do que empacotados formulaicos. Claramente, este é um trabalho realizado apenas para que os envolvidos descontem um polpudo cheque no fim do dia, sem muito risco ou envolvimento de suas partes. Oldman, por exemplo, nada mais faz do que dar ordens de forma severa – o que deve ter realizado no estilo “dois por um”, sem sair totalmente do modus Winston Churchill. Por falar em personagens ainda incorporados, a certa altura, Butler profere um suntuoso “Raul” ao lado de sua tropa de marujos – remetendo ao Leonidas de 300 e seu poço de testosterona.

Fúria em Alto Mar é genérico e diversão passageira. Perpassa todos os itens da cartilha, sem acrescentar nada em troca. Mas em sua defesa, comparando por exemplo ao horrendo A Justiceira, ao menos não ofende muito nossa inteligência.

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Uma das lendas de Hollywood é a “maldição do Oscar”. Segundo apontam alguns, após a vitória no Oscar de certos atores, suas carreiras dão uma severa guinada, saindo dos trilhos e os fazendo participar de verdadeiras “pérolas” da sétima arte. Os casos mais notáveis de anos recentes são Halle Berry e Adrien Brody. Embora não acredite cem por cento nesta teoria – e creio que o prêmio da Academia é que foi o ponto fora da curva para eles –, não descarto por completo uma leve escorregada pós-vitória.

É exatamente o que ocorre com Gary Oldman, que este ano foi laureado como melhor ator pelo exercício virtuoso em O Destino de uma Nação. No caso do britânico, no entanto, não existem dúvidas em relação ao seu talento. É inquestionável também que ele desce um degrau de seu status ao aceitar um papel neste típico exemplar da Sessão da Tarde – estrelado pelo “gato preto” do cinema entretenimento atual, Gerard Butler.

Com produção dos responsáveis por Velozes e Furiosos (2001) e Invasão a Casa Branca (2013), e climão de lançamento em vídeo, Fúria em Alto Mar divide sua narrativa em três âmbitos: thriller de submarino, filme de guerra e drama político. Infelizmente, o diretor Donovan Marsh não soube dosar suas interseções, ao ponto de acharmos estar assistindo a três longas diferentes, uns mais satisfatórios do que outros.

Na trama, dois submarinos são atacados em território russo, um do próprio país e outro norte-americano. É o que basta para as autoridades dos EUA entrarem em alerta. O responsável pela operação é o personagem interpretado pelo rapper transformado em ator, Common. Este é o cenário de drama político que se desenrola dentro de salas de operações, com muitos monitores, nas quais os atores interagem proferindo palavras de ordem e reagindo ao que ocorre no exterior. Na equação temos ainda a entrada do superior que serve de elo com o governo, papel de Gary Oldman, e uma agente da inteligência, vivida por Linda Cardellini (a mulher do Gavião Arqueiro em Vingadores, e de Will Ferrell na franquia Pai em Dose Dupla).

Assim, logo é acionado o protagonista Capitão Joe Glass (Gerard Butler) – o típico herói de filme de ação, melhor no que faz e dono de uma má reputação. Até mesmo o nome do personagem não deixa mentir. É ele quem assume o comando de uma nova embarcação, que visa descobrir o que aconteceu de errado com os submarinos destruídos. A terceira subtrama que corre por fora, mostra uma equipe de militares entrando sem ser notada em território russo e descobrindo um golpe de estado, no qual as forças armadas derrubam o presidente com objetivo de incitar uma nova guerra mundial.

Com esta premissa, dá para entender um pouco o motivo da Imagem Filmes planejar um lançamento nos cinemas – já que no Brasil tópicos como a perda da democracia e a volta da ditadura militar estão muito em voga. No entanto, o tema fervoroso não tira o foco desta ser uma produção B, extremamente esquecível devido a seu roteiro reciclado e requentado. Por outro lado, seu valor de produção não pode ser negado, este é um longa competente e bem realizado – mas que traz como assunto exatamente o que era feito lá na década de 1980, sem qualquer insight mais aprofundado. São frases de efeito e situações muito familiares.

Gerard Butler realmente não tem dado sorte, e os roteiros que tem aceitado nada mais são do que empacotados formulaicos. Claramente, este é um trabalho realizado apenas para que os envolvidos descontem um polpudo cheque no fim do dia, sem muito risco ou envolvimento de suas partes. Oldman, por exemplo, nada mais faz do que dar ordens de forma severa – o que deve ter realizado no estilo “dois por um”, sem sair totalmente do modus Winston Churchill. Por falar em personagens ainda incorporados, a certa altura, Butler profere um suntuoso “Raul” ao lado de sua tropa de marujos – remetendo ao Leonidas de 300 e seu poço de testosterona.

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