quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Game Of Thrones 07×07 – The Dragon and The Wolf

YouTube video

TAMBÉM UM BALANÇO DA TEMPORADA

 

Um episódio final bem cuidado visualmente, com diálogos instigantes, mas com uma trama não mais que boa. Este 7º episódio foi melhor do que os anteriores Eastwatch e Beyond The Wall, mas ficou a quem de outros finais de temporadas. Muito do que vi de fraqueza no episódio pode ser tributado aos eventos ocorridos nos já mencionados 5º e 6º episódios.



Um dos principais eventos do episódio foi o encontro dos três reis (Jon, Daenerys e Cersei). O seguimento em si foi bastante interessante, a começar pelos diálogos entre várias duplas de personagens, com destaque para a conversa entre Brienne (Gwendoline Christie) e o Sandor Clegane (Rory McCann), que ficou satisfeito em saber que Arya (Maisie Willaims) está viva e passa bem – adoro como os roteiristas conseguem humanizar um personagem de forma tão simples. Foram diálogos que remetiam o público a momentos passados de Game Of Thrones – GoT, deixando um gosto bom na boca.

O encontro dos três reis transcorre no Fosso dos Dragões. Cersei (Lena Headey) começa a sequência incrédula; ela e toda a sua corte ficam claramente assustados com o morto vivo; o único que reagiu diferente foi Qyburn (Anton Lesser). O duelo verbal entre os três reis marca muito bem o patamar de evolução psicológica deles. A reação de Jon Snow (Kit Harington) de não aceitar se submeter também à Cersei é tanto uma confirmação da sua honradez, quanto uma tentativa do roteiro de forçar uma relação afetiva entre ele e Daenerys (Emilia Clarke).

O maior diálogo deste episódio foi entre Cersei e Tyrion (Peter Dinklage): família e política temperadas com ressentimento. O mais curioso desse diálogo foi a elipse. Não acompanhamos tudo. Não sabemos o que Tyrion falou para convencer a irmã a dar um (falso?) apoio. Certamente, nesta omissão está a explicação para a cara que Tyrion faz ao ver Dany e Jon indo para a cama, no final do episódio.

Certamente, se a trama do sequestro do White Walker tivesse sido melhor trabalhada nos episódios anteriores, toda esse parte de The Dragon and The Wolf teria tido mais força.

Em Winterfell, tivemos a morte de Mindinho (Aidan Gillen). Fiquei dividido: ele era um dos personagens mais interessantes de GoT, mas seu final não só foi coerente com sua trajetória e também coroou o amadurecimento das irmãs Stark. A cena em si foi muito bem conduzida, com um interessante jogo de câmeras. A sua fraqueza também está no 6º episódio. Na verdade, vejo uma imensa contradição:

No 6º episódio, Arya e Sansa (Sophie Turner) pareciam realmente em guerra, como se estivessem sendo manipuladas por Baelish; já neste 7º, a ação das duas dava a entender que tudo não passou de uma farsa. Ora, quando as duas irmãs discutiram, SOZINHAS, no quarto de Arya, lá no penúltimo episódio, para quem elas estavam fingindo? Para o público? Ora, tivessem as brigada delas transcorrido em público, poderíamos justificar. Da forma como foi feita, fica a impressão de que os roteiristas queriam enganar o público, escondendo o plot twist da morte de Mindinho.

O encontro de Sam (John Bradley) e Bran (Isaac Hempstead Wright) foi a parte mais fraca do episódio. Os roteiristas conduziram o diálogo de maneira burocrática, sem maiores contextos, numa forçação de barra que só se justifica porque era preciso de alguma forma colocar esse plot para andar. Bran insere o tema sem naturalidade, e o roteiro se aproveita do fato de não sabermos até onde vão os poderes do Corvo de Três Olhos como uma muleta de roteiro. Teria sido mais crível se Bran interpelasse Sam de forma direta, perguntando sobre o livro, e, ao explicar o motivo, incluir o flashback do casamento de Rhaegar e Lyanna. Desta forma, o roteiro conseguiria causar impacto em Sam e no público e daria para nós uma dimensão da força dos poderes de Bran. Como foi feito, só deu gás para mais meme tirando sarro das deficiências de GoT.

Sobre Theon Greyjoy (Alfie Allen): gostei de toda a cena. Um evento coerente com o arco narrativo da personagem. O discurso dele fez uma rima visual com outro discurso seu: quando Winterfell está cercada pelos Bolton, Theon faz um discurso pomposo que termina com uma paulada na cabeça. Lá, o físico de Theon transparecia imponência, mas sua alma era pequena. Neste final de temporada, vemos um Theon eunuco, fazendo mais um discurso imponente, mas, recebendo apoio ao final. Uma bela demonstração do crescimento dele. Meu único “porém” com essa cena é que ela poderia ter ocorrido em episódios anteriores, e não no final.

O episódio terminou coroando a temporada com a queda da Muralha pelo fogo azul solto por um Viserion morto-vivo (não, ele não é um dragão de gelo, poha!). Mantendo o nível da temporada, a cena teve um excelente CGI.

BALANÇO DA TEMPORADA

Sim, o último episódio foi bom, especialmente nos aspectos técnicos, mas teve um roteiro mais fraco. Isto traduz esta 7ª temporada: produção de alto nível, com a melhor computação gráfica de toda a série, mas com um roteiro problemático. Esta temporada conseguiu a façanha de produzir um dos melhores episódios da série e um dos piores – The Spoils of War e Beyond The Wall, respectivamente.

Até o 4º episódio, a temporada ia muito bem. Havia problemas de roteiro, mas eles eram compensados pelos momentos bons e pelo valor de produção que a HBO vinha imprimindo aos episódios. Quando os 3 últimos episódio foram exibidos, e pudemos ter a visão completa que os roteiristas pintaram para a temporada, as más escolhas ficaram evidentes e a temporada baixou de nível.

A questão pode ser traduzida, basicamente, em termos de linhas temporais. Ok, GoT nunca foi perfeita em relação à passagem do tempo. Mas a distribuição dos eventos ao longo de uma temporada, ou mesmo dentro de um mesmo episódio, impedia que essa falha da série fosse algo grave.

Nesta 7ª temporada, tivemos dois arcos dramáticos se desenvolvendo em ritmos completamente distintos: os roteiristas optaram por focar nos eventos da guerra pelo trono de ferro nos quatro primeiro episódio, concentrando os eventos envolvendo Jon Snow e o Rei da Noite nos três últimos episódios. A impressão que fica é que os três últimos episódios correram com esses eventos. Isto resultou em tramas mal elaboradas e relações entre personagens construídas de forma boba. O auge dos erros foi o penúltimo episódio, no qual o recurso ao Deus Ex Machina foi vergonhoso.

Mas, como isso pode puxar para baixo episódios tão bons quanto o primeiro ou o quarto? Quando vemos a concentração de eventos nos três últimos episódios, ficamos com a sensação de quem eles poderiam ter sido diluídos em outros, o que resultaria em uma temporada ainda mais dinâmica e, principalmente, sem os problemas temporais, tão notados pelo público.

Isto também daria tempo para as tramas serem mais bem desenvolvidos. É inegável que em muitos episódios a qualidade dos diálogos e das tramas ficou abaixo do padrão ouro estabelecido por GoT. No 5º episódio, tivemos sim muitos diálogos interessantes; mas, em uma revisão, se sobressai a sensação de que a coisa toda poderia ter sido mais bem trabalhada.

Falando assim, até parece que detestei a temporada. Claro que não! Basta ver as resenhas que fizemos aqui pro site. Mas, não podemos fechar os olhos para as falhas que puxaram a qualidade da temporada para baixo, como o mau desenvolvimento do relacionamento de Jon e Daenerys.

A insistência de que o envolvimento do casal tem fundamentos no amor não convence, além de incoerente com a personalidade de Daenerys. Não foi ela quem largou Daario Naharis em nome do poder? E havia bem mais química entre eles do que entre ela e Jon. Ora, seria muito mais interessante se o envolvimento amoroso dos dois tivesse iniciado por questões políticas e, durante essa convivência, o amor surgisse. Esta temporada dá até um fundamento para isso, quando Jon diz para Daenerys que os nortenhos não vão se submeter a uma rainha do sul. Mas, o povo prefere justificar a química dos dois no sangue Targaryen. Poupe-me, isso também não foi bem construídos. Olha, se eu não soubesse que esse era o plano de Titio Martin desde o começo, apostaria que esse plot fora criado para agradar aos fãs.

Enfim, mas já começo a ficar chato. Mesmo com os problemas finais e sem manter o mesmo nível de outras, foi uma temporada muito prazerosa, com grandes momentos, sim. Torcendo para que a temporada final não cometa os mesmos erros e equilibre melhor a relação entre intrigas políticas e batalhas épicas.

E, aí, o que achou dos episódios? E da temporada como um todo? Também acha que os episódios finais enfraqueceram a narrativa? Vamos, comente, compartilhe e curta nossas redes sociais:

Nossa página oficial no Facebook

Página oficial do CinePOP no Facebook

Canal do CinePOP no YouTube

YouTube video

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica | Game Of Thrones 07×07 – The Dragon and The Wolf

YouTube video

TAMBÉM UM BALANÇO DA TEMPORADA

 

Um episódio final bem cuidado visualmente, com diálogos instigantes, mas com uma trama não mais que boa. Este 7º episódio foi melhor do que os anteriores Eastwatch e Beyond The Wall, mas ficou a quem de outros finais de temporadas. Muito do que vi de fraqueza no episódio pode ser tributado aos eventos ocorridos nos já mencionados 5º e 6º episódios.

Um dos principais eventos do episódio foi o encontro dos três reis (Jon, Daenerys e Cersei). O seguimento em si foi bastante interessante, a começar pelos diálogos entre várias duplas de personagens, com destaque para a conversa entre Brienne (Gwendoline Christie) e o Sandor Clegane (Rory McCann), que ficou satisfeito em saber que Arya (Maisie Willaims) está viva e passa bem – adoro como os roteiristas conseguem humanizar um personagem de forma tão simples. Foram diálogos que remetiam o público a momentos passados de Game Of Thrones – GoT, deixando um gosto bom na boca.

O encontro dos três reis transcorre no Fosso dos Dragões. Cersei (Lena Headey) começa a sequência incrédula; ela e toda a sua corte ficam claramente assustados com o morto vivo; o único que reagiu diferente foi Qyburn (Anton Lesser). O duelo verbal entre os três reis marca muito bem o patamar de evolução psicológica deles. A reação de Jon Snow (Kit Harington) de não aceitar se submeter também à Cersei é tanto uma confirmação da sua honradez, quanto uma tentativa do roteiro de forçar uma relação afetiva entre ele e Daenerys (Emilia Clarke).

O maior diálogo deste episódio foi entre Cersei e Tyrion (Peter Dinklage): família e política temperadas com ressentimento. O mais curioso desse diálogo foi a elipse. Não acompanhamos tudo. Não sabemos o que Tyrion falou para convencer a irmã a dar um (falso?) apoio. Certamente, nesta omissão está a explicação para a cara que Tyrion faz ao ver Dany e Jon indo para a cama, no final do episódio.

Certamente, se a trama do sequestro do White Walker tivesse sido melhor trabalhada nos episódios anteriores, toda esse parte de The Dragon and The Wolf teria tido mais força.

Em Winterfell, tivemos a morte de Mindinho (Aidan Gillen). Fiquei dividido: ele era um dos personagens mais interessantes de GoT, mas seu final não só foi coerente com sua trajetória e também coroou o amadurecimento das irmãs Stark. A cena em si foi muito bem conduzida, com um interessante jogo de câmeras. A sua fraqueza também está no 6º episódio. Na verdade, vejo uma imensa contradição:

No 6º episódio, Arya e Sansa (Sophie Turner) pareciam realmente em guerra, como se estivessem sendo manipuladas por Baelish; já neste 7º, a ação das duas dava a entender que tudo não passou de uma farsa. Ora, quando as duas irmãs discutiram, SOZINHAS, no quarto de Arya, lá no penúltimo episódio, para quem elas estavam fingindo? Para o público? Ora, tivessem as brigada delas transcorrido em público, poderíamos justificar. Da forma como foi feita, fica a impressão de que os roteiristas queriam enganar o público, escondendo o plot twist da morte de Mindinho.

O encontro de Sam (John Bradley) e Bran (Isaac Hempstead Wright) foi a parte mais fraca do episódio. Os roteiristas conduziram o diálogo de maneira burocrática, sem maiores contextos, numa forçação de barra que só se justifica porque era preciso de alguma forma colocar esse plot para andar. Bran insere o tema sem naturalidade, e o roteiro se aproveita do fato de não sabermos até onde vão os poderes do Corvo de Três Olhos como uma muleta de roteiro. Teria sido mais crível se Bran interpelasse Sam de forma direta, perguntando sobre o livro, e, ao explicar o motivo, incluir o flashback do casamento de Rhaegar e Lyanna. Desta forma, o roteiro conseguiria causar impacto em Sam e no público e daria para nós uma dimensão da força dos poderes de Bran. Como foi feito, só deu gás para mais meme tirando sarro das deficiências de GoT.

Sobre Theon Greyjoy (Alfie Allen): gostei de toda a cena. Um evento coerente com o arco narrativo da personagem. O discurso dele fez uma rima visual com outro discurso seu: quando Winterfell está cercada pelos Bolton, Theon faz um discurso pomposo que termina com uma paulada na cabeça. Lá, o físico de Theon transparecia imponência, mas sua alma era pequena. Neste final de temporada, vemos um Theon eunuco, fazendo mais um discurso imponente, mas, recebendo apoio ao final. Uma bela demonstração do crescimento dele. Meu único “porém” com essa cena é que ela poderia ter ocorrido em episódios anteriores, e não no final.

O episódio terminou coroando a temporada com a queda da Muralha pelo fogo azul solto por um Viserion morto-vivo (não, ele não é um dragão de gelo, poha!). Mantendo o nível da temporada, a cena teve um excelente CGI.

BALANÇO DA TEMPORADA

Sim, o último episódio foi bom, especialmente nos aspectos técnicos, mas teve um roteiro mais fraco. Isto traduz esta 7ª temporada: produção de alto nível, com a melhor computação gráfica de toda a série, mas com um roteiro problemático. Esta temporada conseguiu a façanha de produzir um dos melhores episódios da série e um dos piores – The Spoils of War e Beyond The Wall, respectivamente.

Até o 4º episódio, a temporada ia muito bem. Havia problemas de roteiro, mas eles eram compensados pelos momentos bons e pelo valor de produção que a HBO vinha imprimindo aos episódios. Quando os 3 últimos episódio foram exibidos, e pudemos ter a visão completa que os roteiristas pintaram para a temporada, as más escolhas ficaram evidentes e a temporada baixou de nível.

A questão pode ser traduzida, basicamente, em termos de linhas temporais. Ok, GoT nunca foi perfeita em relação à passagem do tempo. Mas a distribuição dos eventos ao longo de uma temporada, ou mesmo dentro de um mesmo episódio, impedia que essa falha da série fosse algo grave.

Nesta 7ª temporada, tivemos dois arcos dramáticos se desenvolvendo em ritmos completamente distintos: os roteiristas optaram por focar nos eventos da guerra pelo trono de ferro nos quatro primeiro episódio, concentrando os eventos envolvendo Jon Snow e o Rei da Noite nos três últimos episódios. A impressão que fica é que os três últimos episódios correram com esses eventos. Isto resultou em tramas mal elaboradas e relações entre personagens construídas de forma boba. O auge dos erros foi o penúltimo episódio, no qual o recurso ao Deus Ex Machina foi vergonhoso.

Mas, como isso pode puxar para baixo episódios tão bons quanto o primeiro ou o quarto? Quando vemos a concentração de eventos nos três últimos episódios, ficamos com a sensação de quem eles poderiam ter sido diluídos em outros, o que resultaria em uma temporada ainda mais dinâmica e, principalmente, sem os problemas temporais, tão notados pelo público.

Isto também daria tempo para as tramas serem mais bem desenvolvidos. É inegável que em muitos episódios a qualidade dos diálogos e das tramas ficou abaixo do padrão ouro estabelecido por GoT. No 5º episódio, tivemos sim muitos diálogos interessantes; mas, em uma revisão, se sobressai a sensação de que a coisa toda poderia ter sido mais bem trabalhada.

Falando assim, até parece que detestei a temporada. Claro que não! Basta ver as resenhas que fizemos aqui pro site. Mas, não podemos fechar os olhos para as falhas que puxaram a qualidade da temporada para baixo, como o mau desenvolvimento do relacionamento de Jon e Daenerys.

A insistência de que o envolvimento do casal tem fundamentos no amor não convence, além de incoerente com a personalidade de Daenerys. Não foi ela quem largou Daario Naharis em nome do poder? E havia bem mais química entre eles do que entre ela e Jon. Ora, seria muito mais interessante se o envolvimento amoroso dos dois tivesse iniciado por questões políticas e, durante essa convivência, o amor surgisse. Esta temporada dá até um fundamento para isso, quando Jon diz para Daenerys que os nortenhos não vão se submeter a uma rainha do sul. Mas, o povo prefere justificar a química dos dois no sangue Targaryen. Poupe-me, isso também não foi bem construídos. Olha, se eu não soubesse que esse era o plano de Titio Martin desde o começo, apostaria que esse plot fora criado para agradar aos fãs.

Enfim, mas já começo a ficar chato. Mesmo com os problemas finais e sem manter o mesmo nível de outras, foi uma temporada muito prazerosa, com grandes momentos, sim. Torcendo para que a temporada final não cometa os mesmos erros e equilibre melhor a relação entre intrigas políticas e batalhas épicas.

E, aí, o que achou dos episódios? E da temporada como um todo? Também acha que os episódios finais enfraqueceram a narrativa? Vamos, comente, compartilhe e curta nossas redes sociais:

Nossa página oficial no Facebook

Página oficial do CinePOP no Facebook

Canal do CinePOP no YouTube

YouTube video

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS