sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | ‘Garfield – Fora de Casa’ mistura comédia e aventura em animação FOFÍSSIMA

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Criado em junho de 1978, o gato Garfield é um dos maiores fenômenos de todos os tempos das tirinhas de jornais. Fruto da mente criativa do cartunista Jim Davis, o gato laranja conquistou diferentes gerações de fãs com sua preguiça, fome, ironia e paixão irracional por lasanha. Refletindo situações típicas do cotidiano das pessoas, como o cansaço da rotina ou a busca por vantagens, Garfield se consolidou como um dos maiores personagens que já habitaram as tirinhas. Infelizmente, sua vida nos cinemas nunca foi exatamente um sinônimo de sucesso. Com algumas adaptações animadas malsucedidas e dois filmes live action pra lá de questionáveis, o maior hater de segundas-feiras sempre patinou nas telonas.

Agora, em parceria com a Sony, Garfield – Fora de Casa chega para exorcizar esses fantasmas dos filmes passados em uma adaptação que mistura comédia e aventura em uma animação fofíssima.



O longa começa com o próprio Garfield mostrando estar adaptado ao mundo moderno, fazendo a limpa nos aplicativos de entregas de comida. O gato laranja então prepara o público para conhecer não apenas a maior aventura de sua vida, mas também sua história de origem. E nesse ponto o filme é certeiro. Faz algum tempo que viralizou nas redes sociais uma animação que mostrava como o Snoopy e o Charlie Brown, outros ícones das tirinhas, se conheceram. Em Fora de Casa, o longa parece tomar como inspiração esse curta para contar de forma absurdamente engraçada como Jon e o pequeno Garfield se encontraram nesse mundão. Sabe aquela história de que o tutor não escolhe o gato, mas o gato que escolhe um tutor para adotar? O filme leva isso a sério e mostra o gatinho tocando o terror da forma mais inocente possível.

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E chega a ser baixaria o quanto o Bebê Garfield é adorável. É um nível de fofura fora do normal, a ponto dele ser tão bonitinho que o público ri de amor. Sério, não lembro de uma criaturinha animada que seja tão amável – e glutona – quanto esse Garfieldzinho.

Mas o filme não se atém a essa infância da criaturinha adorável, apostando em uma aventura que ainda não havia sido retratada nos cinemas. Fora de Casa se constrói ao redor da relação entre o jovem e preguiçoso Garfield e seu pai, Vic, um gato de rua que abandonou o bebê nas ruas e aparece anos depois em uma situação extrema. O mais legal é ver como os dois personagens são diferentes e precisam interagir até se entenderem e perceberem que há semelhanças que os unem.

Nessa história de pai e filho, a relação é trabalhada conforme eles se metem nas mais diversas confusões, como tentar roubar uma fábrica de leite ou saltar em um trem em movimento. Também existe um conflito moral do próprio Garfield, que mesmo tendo mágoa de Vic, quer provar a ele que não é apenas um gato doméstico, mas sim um felino que domina a malandragem das ruas. O problema é que ele é mesmo um mascote, então vai penar para fazer as coisas típicas dos gatos de rua, como escalar árvores e sempre cair de pé.

Ou seja, o filme aposta em um tipo de humor muito identificável por todos. Isso garante o riso das crianças e a diversão dos adultos, principalmente nos momentos de comédia cotidiana. Qualquer um que tem ou já teve um gatinho em casa vai conseguir identificar situações e piadas que acontecem pelo menos uma vez por dia nos lares desses tutores. Só que o que realmente cativa o público de adulto é perceber como o longa se utiliza da linguagem clássica das tirinhas para fazer graça. Há situações que parecem ter saído diretamente das páginas dos jornais para as telonas. É o mesmo tipo de texto, o mesmo tipo de humor. É realmente fantástico ver uma adaptação tão bem feita da essência do personagem e da mídia que o consagrou.

Há também um investimento forte em referências a Cultura Pop, como o uso de trilhas sonoras de filmes clássicos das telonas, como Missão: Impossível. Garfield – Fora de Casa preserva a tradição ao mesmo tempo que aposta na modernidade para entreter. É muito divertido ver o gato mais preguiçoso das tirinhas chamando um dia sentado no sofá com entrega de comida e aplicativo de streaming na TV de ‘um dia perfeito’.

Os coadjuvantes também são incríveis. Eles são a representação dos maiores estereótipos possíveis dos mascotes, principalmente os cachorrinhos do filme. Com claro destaque para o Oddie, que assume aquele papel de irmãozão do Garfield, sempre ali para ajudá-lo e comprar suas furadas. Sem contar que ele também é fofíssimo. E o longa ainda traz uma trama paralela bem rapidinha do Jon, que sempre rende bons momentos, apesar de não ser o foco.

No original, o elenco traz nomes como Chris Pratt, Samuel L. Jackson e Nicholas Hoult. Porém, animações costumam chegar ao Brasil majoritariamente dubladas, então é bom já dizer que temos mais um trabalho de excelência aqui. Com direção de Bruna Laynes, a dublagem brasileira aposta em Ricardo Rossatto e Raphael Rossatto para interpretarem Vic e Garfield, respectivamente. E como o sobrenome entrega, eles trouxeram pai e filho na vida real para interpretarem pai e filho na animação. Foi uma decisão excelente que reflete em muita química em tela.

Garfield – Fora de Casa é provavelmente a melhor adaptação que o ícone das tirinhas já teve e consegue manter toda a essência do personagem em uma aventura divertidíssima que vai arrancar risadas dos pequenos e encantar os adultos, principalmente os ‘pais de pet’. É aquele filme simples, mas que encontra justamente nessa ação de fazer o simples bem feito o seu maior mérito.

Garfield – Fora de Casa estreia nos cinemas em 1º de maio de 2024.
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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Criado em junho de 1978, o gato Garfield é um dos maiores fenômenos de todos os tempos das tirinhas de jornais. Fruto da mente criativa do cartunista Jim Davis, o gato laranja conquistou diferentes gerações de fãs com sua preguiça, fome, ironia e paixão irracional por lasanha. Refletindo situações típicas do cotidiano das pessoas, como o cansaço da rotina ou a busca por vantagens, Garfield se consolidou como um dos maiores personagens que já habitaram as tirinhas. Infelizmente, sua vida nos cinemas nunca foi exatamente um sinônimo de sucesso. Com algumas adaptações animadas malsucedidas e dois filmes live action pra lá de questionáveis, o maior hater de segundas-feiras sempre patinou nas telonas.

Agora, em parceria com a Sony, Garfield – Fora de Casa chega para exorcizar esses fantasmas dos filmes passados em uma adaptação que mistura comédia e aventura em uma animação fofíssima.

O longa começa com o próprio Garfield mostrando estar adaptado ao mundo moderno, fazendo a limpa nos aplicativos de entregas de comida. O gato laranja então prepara o público para conhecer não apenas a maior aventura de sua vida, mas também sua história de origem. E nesse ponto o filme é certeiro. Faz algum tempo que viralizou nas redes sociais uma animação que mostrava como o Snoopy e o Charlie Brown, outros ícones das tirinhas, se conheceram. Em Fora de Casa, o longa parece tomar como inspiração esse curta para contar de forma absurdamente engraçada como Jon e o pequeno Garfield se encontraram nesse mundão. Sabe aquela história de que o tutor não escolhe o gato, mas o gato que escolhe um tutor para adotar? O filme leva isso a sério e mostra o gatinho tocando o terror da forma mais inocente possível.

E chega a ser baixaria o quanto o Bebê Garfield é adorável. É um nível de fofura fora do normal, a ponto dele ser tão bonitinho que o público ri de amor. Sério, não lembro de uma criaturinha animada que seja tão amável – e glutona – quanto esse Garfieldzinho.

Mas o filme não se atém a essa infância da criaturinha adorável, apostando em uma aventura que ainda não havia sido retratada nos cinemas. Fora de Casa se constrói ao redor da relação entre o jovem e preguiçoso Garfield e seu pai, Vic, um gato de rua que abandonou o bebê nas ruas e aparece anos depois em uma situação extrema. O mais legal é ver como os dois personagens são diferentes e precisam interagir até se entenderem e perceberem que há semelhanças que os unem.

Nessa história de pai e filho, a relação é trabalhada conforme eles se metem nas mais diversas confusões, como tentar roubar uma fábrica de leite ou saltar em um trem em movimento. Também existe um conflito moral do próprio Garfield, que mesmo tendo mágoa de Vic, quer provar a ele que não é apenas um gato doméstico, mas sim um felino que domina a malandragem das ruas. O problema é que ele é mesmo um mascote, então vai penar para fazer as coisas típicas dos gatos de rua, como escalar árvores e sempre cair de pé.

Ou seja, o filme aposta em um tipo de humor muito identificável por todos. Isso garante o riso das crianças e a diversão dos adultos, principalmente nos momentos de comédia cotidiana. Qualquer um que tem ou já teve um gatinho em casa vai conseguir identificar situações e piadas que acontecem pelo menos uma vez por dia nos lares desses tutores. Só que o que realmente cativa o público de adulto é perceber como o longa se utiliza da linguagem clássica das tirinhas para fazer graça. Há situações que parecem ter saído diretamente das páginas dos jornais para as telonas. É o mesmo tipo de texto, o mesmo tipo de humor. É realmente fantástico ver uma adaptação tão bem feita da essência do personagem e da mídia que o consagrou.

Há também um investimento forte em referências a Cultura Pop, como o uso de trilhas sonoras de filmes clássicos das telonas, como Missão: Impossível. Garfield – Fora de Casa preserva a tradição ao mesmo tempo que aposta na modernidade para entreter. É muito divertido ver o gato mais preguiçoso das tirinhas chamando um dia sentado no sofá com entrega de comida e aplicativo de streaming na TV de ‘um dia perfeito’.

Os coadjuvantes também são incríveis. Eles são a representação dos maiores estereótipos possíveis dos mascotes, principalmente os cachorrinhos do filme. Com claro destaque para o Oddie, que assume aquele papel de irmãozão do Garfield, sempre ali para ajudá-lo e comprar suas furadas. Sem contar que ele também é fofíssimo. E o longa ainda traz uma trama paralela bem rapidinha do Jon, que sempre rende bons momentos, apesar de não ser o foco.

No original, o elenco traz nomes como Chris Pratt, Samuel L. Jackson e Nicholas Hoult. Porém, animações costumam chegar ao Brasil majoritariamente dubladas, então é bom já dizer que temos mais um trabalho de excelência aqui. Com direção de Bruna Laynes, a dublagem brasileira aposta em Ricardo Rossatto e Raphael Rossatto para interpretarem Vic e Garfield, respectivamente. E como o sobrenome entrega, eles trouxeram pai e filho na vida real para interpretarem pai e filho na animação. Foi uma decisão excelente que reflete em muita química em tela.

Garfield – Fora de Casa é provavelmente a melhor adaptação que o ícone das tirinhas já teve e consegue manter toda a essência do personagem em uma aventura divertidíssima que vai arrancar risadas dos pequenos e encantar os adultos, principalmente os ‘pais de pet’. É aquele filme simples, mas que encontra justamente nessa ação de fazer o simples bem feito o seu maior mérito.

Garfield – Fora de Casa estreia nos cinemas em 1º de maio de 2024.
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