quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Ghostbusters: Apocalipse de Gelo aquece o coração dos nostálgicos com uma despretensiosa aventura familiar

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Imortalizada pelo tempo e regada por uma infindável coletânea de memórias afetivas que atravessam as décadas, a franquia de Ghostbusters pertence a uma seleta prateleira de clássicos oitentistas que, inevitavelmente, conseguiriam vencer o teste do tempo, se consagrando como um marco sociocultural emblemático. Em 2021, seus quase 40 anos de legado ganharam um fôlego novo com a sequência ‘Mais Além‘. Em 2024, a jornada retomada por Jason Reitman apresenta um novo capítulo pelas mãos de Gil Kenan – onde passado e presente formam um amálgama colorido e divertido que anuncia o futuro da saga dos Caça-Fantasmas para uma outra geração.



No clássico e estreito prédio de tijolos terracota, localizado em uma das esquinas da região nobre de Tribeca, a nova geração de heróis do cotidiano retoma sua corrida contra as manifestações fantasmagóricas que circulam pela amada cidade de Nova York. Agora em uma nova forma, os Ghostbusters são essencialmente estruturado por um pequeno núcleo familiar, conduzido por um Paul Rudd paternal, dócil e cômico. Seu protagonismo é seguido por McKenna Grace, Finn Wolfhard e Carrie Coon, que complementam essa família disfuncional cuja rotina é marcada por mochilas de prótons e capturas insanas de fantasmas pouco assustadores. E a alma da franquia original está ali. Nos detalhes, no design de figurino e de produção, na icônica canção original de Ray Parker Jr. Mas o tempo é outro e as histórias também.

E ainda que Ghostbusters: Apocalipse de Gelo se apegue à memorabília oitentista que fez do longa de 1984 o marco cinematográfico que até hoje é, a verdade é que Kenan visa conduzí-la de maneira um pouco mais independente, ainda que não saiba muito bem como fazê-lo. Mantendo a conexão entre passado e presente bem viva, a produção se compromete a reverenciar os originais, mas tenta consolidar seu próprio humor, seu próprio ritmo narrativo e até mesmo sua própria carga dramática – o que pode ser um pouco confuso para os mais nostálgicos.

Fazendo da trama uma combinação mais delicada entre o drama existencial da jovem Phoebe (McKenna Grace) e a comédia pastelão de um alívio cômico inesperado – vivido pelo vencedor do Oscar Kumail Nanjiani, a nova sequência ainda patina para encontrar seu eixo, mas se salva por saber conduzir muito bem seus personagens. Com um elenco carismático e o apelo afetivo dos protagonistas originais, ‘Apocalipse de Gelo‘ é uma mistura agridoce e imperfeita daquilo que sempre funcionou muito bem nos longas antigos e de uma nova narrativa ainda pouco madura, mas cheia de potencial.

Com um humor leve, suave e bastante familiar, a sequência consegue construir um ambiente cômico ótimo o suficiente para se sustentar até os instantes finais, ainda que nem todas as suas piadas genuinamente funcionem. Se concentrando em construir uma comédia que flerte bem menos com os trocadilhos e duplos sentidos tão presentes no passado, o mais recente capítulo opta por brincar com o bobo – o que provavelmente fará os fãs antigos torcerem o nariz. Mas ainda que a comédia não seja do mesmo nível de sagacidade e perspicácia de outrora, ‘Apocalipse de Gelo‘ não é uma fria e consegue sim aquecer os corações mais apaixonados e dispostos a encarar uma aventura que se preocupe mais em agregar um novo público do que essencialmente reter o antigo.

Ainda assim, Ghostbusters segue sendo aquele mesmo museu de antiguidades irretocáveis e apaixonantes, con Bill Murray, Annie Potts, Dan Aykroyd e Ernie Hudson entregando aquele fan service que tanto esperamos. Tratados na trama como o elo intríseco e o ponto de equilíbrio entre a geração millennial e a geração Z, os veteranos são devidamente honrados em tela, protagonizam momentos que rendem suspiros, ativam memórias afetivas e são fundamentais para o clímax do filme. Mas nos instantes finais, Kenan reitera que possui outros rumos para a franquia, tornando McKenna Grace o pilar de sustentação desse novo futuro que já se anuncia.

E com temáticas familiares um pouco mais densas que tentam permear o humor, a continuação desse clássico oitentista é em suma uma despretenciosa experiência cinematográfica. Com seu viés dramático pouco aprofundado, sendo usado apenas como uma âncora emocional para vincular a audiência mais jovem aos novos personagens, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo funciona mais como uma comédia familiar sem compromisso. Brincando com as nossas memórias através da nostalgia, a produção pode até ser previsível, mas se garante por saber trabalhar bem o riso frouxo. É o Caça-Fantasmas que talvez você espere? Não. Mas ainda assim é uma deliciosa aventura cheia de referências apaixonantes.

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No clássico e estreito prédio de tijolos terracota, localizado em uma das esquinas da região nobre de Tribeca, a nova geração de heróis do cotidiano retoma sua corrida contra as manifestações fantasmagóricas que circulam pela amada cidade de Nova York. Agora em uma nova forma, os Ghostbusters são essencialmente estruturado por um pequeno núcleo familiar, conduzido por um Paul Rudd paternal, dócil e cômico. Seu protagonismo é seguido por McKenna Grace, Finn Wolfhard e Carrie Coon, que complementam essa família disfuncional cuja rotina é marcada por mochilas de prótons e capturas insanas de fantasmas pouco assustadores. E a alma da franquia original está ali. Nos detalhes, no design de figurino e de produção, na icônica canção original de Ray Parker Jr. Mas o tempo é outro e as histórias também.

E ainda que Ghostbusters: Apocalipse de Gelo se apegue à memorabília oitentista que fez do longa de 1984 o marco cinematográfico que até hoje é, a verdade é que Kenan visa conduzí-la de maneira um pouco mais independente, ainda que não saiba muito bem como fazê-lo. Mantendo a conexão entre passado e presente bem viva, a produção se compromete a reverenciar os originais, mas tenta consolidar seu próprio humor, seu próprio ritmo narrativo e até mesmo sua própria carga dramática – o que pode ser um pouco confuso para os mais nostálgicos.

Fazendo da trama uma combinação mais delicada entre o drama existencial da jovem Phoebe (McKenna Grace) e a comédia pastelão de um alívio cômico inesperado – vivido pelo vencedor do Oscar Kumail Nanjiani, a nova sequência ainda patina para encontrar seu eixo, mas se salva por saber conduzir muito bem seus personagens. Com um elenco carismático e o apelo afetivo dos protagonistas originais, ‘Apocalipse de Gelo‘ é uma mistura agridoce e imperfeita daquilo que sempre funcionou muito bem nos longas antigos e de uma nova narrativa ainda pouco madura, mas cheia de potencial.

Com um humor leve, suave e bastante familiar, a sequência consegue construir um ambiente cômico ótimo o suficiente para se sustentar até os instantes finais, ainda que nem todas as suas piadas genuinamente funcionem. Se concentrando em construir uma comédia que flerte bem menos com os trocadilhos e duplos sentidos tão presentes no passado, o mais recente capítulo opta por brincar com o bobo – o que provavelmente fará os fãs antigos torcerem o nariz. Mas ainda que a comédia não seja do mesmo nível de sagacidade e perspicácia de outrora, ‘Apocalipse de Gelo‘ não é uma fria e consegue sim aquecer os corações mais apaixonados e dispostos a encarar uma aventura que se preocupe mais em agregar um novo público do que essencialmente reter o antigo.

Ainda assim, Ghostbusters segue sendo aquele mesmo museu de antiguidades irretocáveis e apaixonantes, con Bill Murray, Annie Potts, Dan Aykroyd e Ernie Hudson entregando aquele fan service que tanto esperamos. Tratados na trama como o elo intríseco e o ponto de equilíbrio entre a geração millennial e a geração Z, os veteranos são devidamente honrados em tela, protagonizam momentos que rendem suspiros, ativam memórias afetivas e são fundamentais para o clímax do filme. Mas nos instantes finais, Kenan reitera que possui outros rumos para a franquia, tornando McKenna Grace o pilar de sustentação desse novo futuro que já se anuncia.

E com temáticas familiares um pouco mais densas que tentam permear o humor, a continuação desse clássico oitentista é em suma uma despretenciosa experiência cinematográfica. Com seu viés dramático pouco aprofundado, sendo usado apenas como uma âncora emocional para vincular a audiência mais jovem aos novos personagens, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo funciona mais como uma comédia familiar sem compromisso. Brincando com as nossas memórias através da nostalgia, a produção pode até ser previsível, mas se garante por saber trabalhar bem o riso frouxo. É o Caça-Fantasmas que talvez você espere? Não. Mas ainda assim é uma deliciosa aventura cheia de referências apaixonantes.

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