O FIFA Fever da nova geração
Acabou de entrar na Netflix a série/ documentário/ propaganda da FIFA para a Copa do Mundo da Rússia. São três episódios que totalizam três horas de documentário sobre a história dos mundiais de futebol.
Todos os três capítulos seguem a mesma estrutura: narração em off sobre vídeos das Copas. O roteiro é dividido em tópicos, como “Top 10”, “Estatísticas” e “Jogos Memoráveis”. Dito isso, a série passa a impressão de ser um grande compilado de vídeos do canal da FIFA no Youtube colocados em ordem para ter tempo de tela.
É um produto indicado exclusivamente para os fãs de Copa do Mundo e do futebol em geral. Qualquer pessoa fora desse nicho vai achar a película cansativa e chata. Na verdade, é bem capaz que os próprios fãs do esporte se sintam assim. Mas convenhamos que o próprio FIFA Fever já era assim.
Para quem não lembra ou nunca assistiu, o FIFA Fever era um filme que vinha de brinde na compra de televisões ou aparelhos de DVD para a Copa de 2006. Na época, a Seleção de Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano era favorita ao título, e o DVD ainda estava sendo introduzido no mercado nacional. Com o alto número de vendas, o filme virou presença quase certa nos lares brasileiros, mesmo que alguns estejam lacrados até hoje.
O grande diferencial dessa obra para as outras – além do material envolvendo a Copa de 2014, é claro – é a presença massiva de outros mundiais realizados pela FIFA, como o futebol feminino, o de areia, futsal, futebol interativo (e-sports) e campeonatos sub-20. Inclusive, é essa abordagem que funciona como propaganda. A série passa as três horas tentando destacar pontos para chamar a atenção do público para essa competições de apelo não tão grande quanto a Copa do Mundo de futebol masculino.
Não deixe de assistir:
Um ponto que incomoda é a abordagem da Copa das Confederações, já tratada como “morta”. Atualmente, há uma discussão dentro da entidade que visa acabar com o torneio e o atual formato do mundial de clubes (não de seleções) para formar um novo Mundial de Clubes, envolvendo 24 times, a cada quatro anos, no lugar da Copa das Confederações. Nenhuma decisão oficial foi tomada até agora, então abordá-la desse jeito no vídeo é um meio quase desonesto de pressionar os votantes.
Para quem pensou que a FIFA fosse tirar essa de letra, a série vem como um balde de água fria. O ritmo é mais arrastado que campeonato de pontos corridos e mais enfadonho que jogador mediano metido a craque. Completamente oposto à emoção de assistir a uma Copa do Mundo, o material vai agradar a quem gosta de estudar futebol, mas para o público em geral servirá como sonífero.