quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Golpes de Vingança – Lançamento da Netflix é Prato Cheio para Fãs de Filmes de Ação

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Uma grande produção do gênero ação busca equilibrar uma boa história com seu argumento, em comunhão com boas cenas de luta e/ou outro tipo de ação, de modo a agradar aos fãs do gênero. Esse é o modelo ideal para esse tipo de filme, embora, na prática, o que acaba acontecendo é que muitas produções ficam se preocupando com apenas um desses aspectos, esquecendo-se do outro, como ocorre em ‘Golpes de Vingança’, lançamento na plataforma da Netflix.



No passado, Kai Jin (Iko Uwais) recebeu um espírito ancestral de mais de 10 mil anos de idade, e agora ele possui como que superpoderes para lutar; junto com seu grande amigo Lu Xin (Lewis Tan), os dois botam ordem no submundo de Bancoc, na Tailândia, com a ajuda do mentor Tommy (Lawrence Kao). Quando os três recebem o pedido de ajuda do Dr. William Pan (Jason Tobin) para buscar Ku Na Qi (Yayaying Rhatha Phongan) e impedi-la de encontrar-se com os cinco líderes da Tríade, os rapazes decidem topar a missão. O que eles não esperavam é perceber que Ku Na Qi e o Dr. Pan são, na verdade, o ying e o yang, o caos e a ordem, e, juntos, estão tentando reestabelecer o primeiro homem da Terra como criação perfeita deles.

Com uma história bem fantasiosa e bem mal explicada para o espectador, ‘Golpes de Vingança’ não é o tipo de filme que você deva ver para ter um entretenimento de engajamento; ele não está preocupado com boas justificativas, mas sim em criar cenas de luta e de ação que façam valer a oportunidade que o espectador está dando à obra – e (apenas) nesse sentido, a produção consegue se fazer valer.

Continuação direta do longa ‘Assassino Wu’, de 2019, esta produção estadunidense gravada na Tailândia abriu mão da lógica em prol das muitas e variadas cenas de luta, e foi mesmo uma boa escolha, uma vez que o roteiro de Cameron Litvack não tem qualquer compromisso com o bom-senso, usando a fantasia como alternativa para justificar as muitas apelações dos personagens e a preguiça do roteiro em construir algo sólido e coerente – por exemplo, quando um dos personagens decide trair o grupo por motivos de “não tenho alternativa”, ou seja, aquela explicação que o roteiro dá quando na verdade quer dizer “alguém precisava fazê-lo para que meu protagonista alcançasse a posição de herói”.

Mas como são as cenas de luta que realmente chamam a atenção em ‘Golpes de Vingança’, estas, sim, valem as uma hora e meia do longa. São muuuuitas, e todas muito bem coreografadas e convincentes no filme de Roel Reiné. Há duas sequências, inclusive, que se destacam: a briga no prédio da reunião, entrecortada por perseguição de carro e luta corporal no terraço, e um plano-sequência perfeito em que a câmera se aproxima e se afasta dos personagens à medida que os golpes são desferidos.

Numa pegada ‘Velozes e Furiosos’ com ‘Lara Croft’ e ‘Cobra Kai, ‘Golpes de Vingança’ é um prato cheio para quem se amarra em filmes com muita técnica de luta e bastante ação, com perseguição de carro em cenários inusitados, mas sem compromisso com a história ou com a lógica. Filme de ação pela ação mesmo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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No passado, Kai Jin (Iko Uwais) recebeu um espírito ancestral de mais de 10 mil anos de idade, e agora ele possui como que superpoderes para lutar; junto com seu grande amigo Lu Xin (Lewis Tan), os dois botam ordem no submundo de Bancoc, na Tailândia, com a ajuda do mentor Tommy (Lawrence Kao). Quando os três recebem o pedido de ajuda do Dr. William Pan (Jason Tobin) para buscar Ku Na Qi (Yayaying Rhatha Phongan) e impedi-la de encontrar-se com os cinco líderes da Tríade, os rapazes decidem topar a missão. O que eles não esperavam é perceber que Ku Na Qi e o Dr. Pan são, na verdade, o ying e o yang, o caos e a ordem, e, juntos, estão tentando reestabelecer o primeiro homem da Terra como criação perfeita deles.

Com uma história bem fantasiosa e bem mal explicada para o espectador, ‘Golpes de Vingança’ não é o tipo de filme que você deva ver para ter um entretenimento de engajamento; ele não está preocupado com boas justificativas, mas sim em criar cenas de luta e de ação que façam valer a oportunidade que o espectador está dando à obra – e (apenas) nesse sentido, a produção consegue se fazer valer.

Continuação direta do longa ‘Assassino Wu’, de 2019, esta produção estadunidense gravada na Tailândia abriu mão da lógica em prol das muitas e variadas cenas de luta, e foi mesmo uma boa escolha, uma vez que o roteiro de Cameron Litvack não tem qualquer compromisso com o bom-senso, usando a fantasia como alternativa para justificar as muitas apelações dos personagens e a preguiça do roteiro em construir algo sólido e coerente – por exemplo, quando um dos personagens decide trair o grupo por motivos de “não tenho alternativa”, ou seja, aquela explicação que o roteiro dá quando na verdade quer dizer “alguém precisava fazê-lo para que meu protagonista alcançasse a posição de herói”.

Mas como são as cenas de luta que realmente chamam a atenção em ‘Golpes de Vingança’, estas, sim, valem as uma hora e meia do longa. São muuuuitas, e todas muito bem coreografadas e convincentes no filme de Roel Reiné. Há duas sequências, inclusive, que se destacam: a briga no prédio da reunião, entrecortada por perseguição de carro e luta corporal no terraço, e um plano-sequência perfeito em que a câmera se aproxima e se afasta dos personagens à medida que os golpes são desferidos.

Numa pegada ‘Velozes e Furiosos’ com ‘Lara Croft’ e ‘Cobra Kai, ‘Golpes de Vingança’ é um prato cheio para quem se amarra em filmes com muita técnica de luta e bastante ação, com perseguição de carro em cenários inusitados, mas sem compromisso com a história ou com a lógica. Filme de ação pela ação mesmo.

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