quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica Home Vídeo | Mãe e Pai – Nicolas Cage é mais uma vez a piada em cena

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Uma mulher para o carro em cima da linha do trem, abre a porta e sai deixando um bebê na cadeirinha do banco de trás. O trem vem e você já sabe o que acontece. Esta é a cena inicial do cômico terror Mom and Dad, estrelado pelos decadentes Nicolas Cage e Selma Blair. O adjetivo não é pejorativo, neste longa o ganhador do Oscar por Despedida em Las Vegas (1996) é uma piada do pai de família classe média, assim como Blair segue em suas decaídas aparições no cinema, longe do reconhecimento conquistado quase duas décadas atrás com Segundas Intenções (1999).

Escrito e dirigido por Brian Taylor, responsável por Adrenalina (2006), o filme não tem a intenção de criar suspense ou levar a sua proposta muito a sério. E esse é um lado positivo da obra, que permite ao espectador um processo catártico e divertido mesmo que com uma pesada temática, afinal se trata de uma narrativa de filicídio e infanticídio.



Após o incidente do início do filme, a família de Nicolas Cage está calmamente tomando café da manhã quando passa a notícia na televisão. A mãe pede para trocar de canal e cada um segue para suas modorrentas atividades diárias, como escola, aula de ginástica e trabalho burocrático no escritório. A empregada e a filha dela permanecem na casa junto com o filho menor poupado das aulas naquele dia.

A caminho da escola, Selma Blair tem uma típica conversa entre mãe e filha adolescente baseada na barreira da diferença de gerações e as frustrações maternas. Ou seja, ela sempre dá tudo aos filhos, mas não recebe nada em troca, nem um pequeno diálogo dentro do carro. Ao ouvir as lamúrias de sua mãe, para dilacerá-la, a rebelde adolescente completa: “eu não tenho culpa se você não tem uma vida”.

De repente, durante as aulas os alunos começam a ser chamados pelos pais para saírem mais cedo das atividade escolares.  Logo, a polícia aparece para impedi-los de chegar perto das crianças, no entanto, ninguém sabe o que está acontecendo até que um deles escapa do cerco policial para os braços dos seus pais e o espetáculo de sacrilégios começa.

Os pais partem para matar os seus filhos das formas mais absurdas e idiotas possíveis. O único objetivo é eliminá-los para sempre e serem felizes sem eles. O filme é focado nas 24 horas em que a adolescente Carly (Anne Winters) e o seu irmão mais novo Josh (Zackary Arthur) tentam sobreviver aos seus pais (Cage e Blair).

Apesar da temática surrealista, o filme mantém o público atento, pois a todo momento o roteiro entrelaça as ações daquele dia com as lembranças entre o marido e a esposa, o pai e o filho, a mãe e a filha. Os flashbacks trazem perspectivas boas e ruim, além de reflexões sobre a eliminação dos filhos não ser tão absurda, porque no fundo, talvez, todos os pais desejem isso.

A abordagem é ousada, mas bem medida e conta com pouca explicação para o fenômeno psicótico, a fim de não menosprezar as sutis motivações. A comédia, no entanto, não deve satisfazer um público conservador, pois até os recém-nascidos correm perigo nesta narrativa.

Com um humor subversivo, a obra diverte e recorda aqueles filmes em que as crianças são sempre mais inteligentes que os adultos e criam várias armadilhas, como Esqueceram de Mim (1990) e O Pestinha (1990). Quando os avós entram em cena atrás do pai da família, as sequências se tornam ainda mais cômicas e pastelão.

Em Mãe e Pai é possível esquecer dos assassinatos, não se importar muito sobre o gatilho para o comportamento insurreto e, pelo menos, garantir algumas risadas. Após 24 horas na vida dessa família, a gente não sabe o que vai acontecer, mas vale pelo questionamento sobre paternidade e maternidade, que eleva o filme para uma obra além do pastiche sanguinário.

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Escrito e dirigido por Brian Taylor, responsável por Adrenalina (2006), o filme não tem a intenção de criar suspense ou levar a sua proposta muito a sério. E esse é um lado positivo da obra, que permite ao espectador um processo catártico e divertido mesmo que com uma pesada temática, afinal se trata de uma narrativa de filicídio e infanticídio.

Após o incidente do início do filme, a família de Nicolas Cage está calmamente tomando café da manhã quando passa a notícia na televisão. A mãe pede para trocar de canal e cada um segue para suas modorrentas atividades diárias, como escola, aula de ginástica e trabalho burocrático no escritório. A empregada e a filha dela permanecem na casa junto com o filho menor poupado das aulas naquele dia.

A caminho da escola, Selma Blair tem uma típica conversa entre mãe e filha adolescente baseada na barreira da diferença de gerações e as frustrações maternas. Ou seja, ela sempre dá tudo aos filhos, mas não recebe nada em troca, nem um pequeno diálogo dentro do carro. Ao ouvir as lamúrias de sua mãe, para dilacerá-la, a rebelde adolescente completa: “eu não tenho culpa se você não tem uma vida”.

De repente, durante as aulas os alunos começam a ser chamados pelos pais para saírem mais cedo das atividade escolares.  Logo, a polícia aparece para impedi-los de chegar perto das crianças, no entanto, ninguém sabe o que está acontecendo até que um deles escapa do cerco policial para os braços dos seus pais e o espetáculo de sacrilégios começa.

Os pais partem para matar os seus filhos das formas mais absurdas e idiotas possíveis. O único objetivo é eliminá-los para sempre e serem felizes sem eles. O filme é focado nas 24 horas em que a adolescente Carly (Anne Winters) e o seu irmão mais novo Josh (Zackary Arthur) tentam sobreviver aos seus pais (Cage e Blair).

Apesar da temática surrealista, o filme mantém o público atento, pois a todo momento o roteiro entrelaça as ações daquele dia com as lembranças entre o marido e a esposa, o pai e o filho, a mãe e a filha. Os flashbacks trazem perspectivas boas e ruim, além de reflexões sobre a eliminação dos filhos não ser tão absurda, porque no fundo, talvez, todos os pais desejem isso.

A abordagem é ousada, mas bem medida e conta com pouca explicação para o fenômeno psicótico, a fim de não menosprezar as sutis motivações. A comédia, no entanto, não deve satisfazer um público conservador, pois até os recém-nascidos correm perigo nesta narrativa.

Com um humor subversivo, a obra diverte e recorda aqueles filmes em que as crianças são sempre mais inteligentes que os adultos e criam várias armadilhas, como Esqueceram de Mim (1990) e O Pestinha (1990). Quando os avós entram em cena atrás do pai da família, as sequências se tornam ainda mais cômicas e pastelão.

Em Mãe e Pai é possível esquecer dos assassinatos, não se importar muito sobre o gatilho para o comportamento insurreto e, pelo menos, garantir algumas risadas. Após 24 horas na vida dessa família, a gente não sabe o que vai acontecer, mas vale pelo questionamento sobre paternidade e maternidade, que eleva o filme para uma obra além do pastiche sanguinário.

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