sexta-feira, março 29, 2024

Crítica | Homecoming – produção seriada é exemplo de qualidade à la Hollywood

A onda dos canais de streaming e das produções seriadas tem, aos poucos, atraído cada vez mais os famosos atores de Hollywood. Um bom exemplo disso é Sandra Bullock no filme Bird Box, Meryl Streep, que fará uma participação especial em Big Little Lies e a série da qual estarei falando por aqui, Homecoming – que não só tem Julia Roberts como protagonista, mas também assinando a produção executiva.

Criada por Micah Bloomberg (Até o Fim) e Eli Horowitz (The New World), a história traz Heidi (Roberts), que é funcionária do Homecoming, ou seja, uma unidade que ajuda soldados na transição para a vida civil. Anos depois dela iniciar uma nova vida, o Departamento de Defesa questiona sua saída do antigo emprego e ela começa a perceber que existe outra história por trás da que acreditava ser a verdade.

A abordagem escolhida para a trama da série trabalha com duas linhas temporais diferentes sendo uma o ano de 2018 e a outra alguns anos mais à frente. Contudo, não espere visões futurísticas dentro da história abordada, já que a mesma se foca nos contornos de sua narrativa e não se preocupa em apresentar objetos modernizados dando a impressão de alguns anos no futuro. Não que isso faça diferença, pois a forma como o roteiro é conduzido é atraente o suficiente para não deixar o telespectador questionando muito o cenário em si.

Desde o episódio piloto até a season finale, Homecoming prende a atenção com sua história bem escrita, que mescla mistério e drama com um pouco de detalhes mais trabalhados nas famosas ficções científicas. Os dez capítulos, que variam entre 30-35 minutos, mais parecem um filme longo com dramaturgia slow burn – ou seja, que leva seu tempo para se desenvolver – do que uma produção seriada. É de roer as unhas e ficar o tempo todo questionando sobre o que está acontecendo, para onde está indo e em qual momento tudo será desvelado.

A atuação de Roberts justifica todas as indicações que recebeu ao longo das premiações, afinal, a atriz hollywoodiana faz um trabalho memorável e abrilhanta a trama com os detalhes escolhidos para criar sua personagem Heidi Bergman, dando à mesma uma personalidade singular e realística. A química desenvolvida por ela com Stephan James, que interpreta Walter Cruz, também está no ponto certo e o ator entrega uma ótima performance.

No campo masculino também tem Shea Whigham, que é Thomas Carrasco, o funcionário do Departamento de Defesa, que apesar das circunstancias pouco favoráveis insiste no feeling de que existe algo de errado na denúncia que necessita investigar. O antagonista Colin Belfast (Bobby Cannavale) transparece toda sua antipatia desde o piloto e o ranço sentimento só cresce conforme a história se desenvolve. É necessário destacar a participação de Marianne Jean-Baptiste como Gloria Morisseau, que nas poucas cenas que aparece apresenta toda sua maestria de atuação e Dermot Mulroney –  deixando o público nostálgico relembrando O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997).

A direção de todos os episódios quem assina é Sam Esmail (Mr. Robot) e realiza um exemplar trabalho, dando uma aula sobre como conduzir cenas de uma série de TV que mescla os pontos citados acima. É uma verdadeira obra de arte o que Esmail faz e os elementos que escolheu para diferenciar o tempo passado do presente, o que combina perfeitamente com a narrativa da protagonista Heidi. Acompanhando tudo isso está uma trilha sonora de mexer com a percepção e os sentimentos de quem assiste. É um conjunto de elementos que se alinha em pura sintonia.

Homecoming é dessas produções seriadas para conferir imediatamente e se deixar maravilhar pela qualidade digna de uma atriz hollywoodiana como a espetacular Julia Roberts. Preparem-se para ser surpreendidos por um roteiro e direção espetaculares!

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