terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é o filme DEFINITIVO do Cabeça de Teia

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Atenção, caro leitor, essa crítica não contém spoilers. Pode ler sem peso na consciência.

Mas fique ligado! Postaremos a crítica com spoilers neste fim de semana.

Um dos filmes mais aguardados de 2021, quiçá dos últimos 30 anos, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um dos maiores acertos recentes da Sony. Quando foi anunciado, não havia uma expectativa tão grande por conta das críticas mistas de Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), mas o trabalho feito por Jon Watts e Tom Holland neste terceiro capítulo da trilogia é tão bem amarrado que vai fazer até mesmo que odiava o Peter de Holland sair dos cinemas amando o personagem.

Isso se dá porque o filme é uma aventura épica sobre o amadurecimento de seu protagonista, que recebe um baque da vida adulta ao ter sua identidade secreta revelada para o mundo. Desesperado e vendo como suas ações arruinaram a vida de todos os que ele amava, Peter toma um atitude tipicamente juvenil e imatura: ele corre ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para ver se o mago não poderia consertar suas burradas. Só que o pedido sai pior que a encomenda, e o Estranho acaba invocando um feitiço que abala o multiverso e faz com que todos que conhecem Peter Parker venham para essa realidade. Dessa forma, os vilões das franquias de Tobey Maguire e Sam Raimi, e Andrew Garfield e Marc Webb comecem a surgir nessa linha do tempo, completamente perdidos e doidinhos para acabarem com o Homem-Aranha.

E apesar dessa galera toda marcar presença para infernizar a vida do garoto e do mago, é a jornada pessoal de Peter Parker que se sobressai no roteiro. Ao longo dos últimos cinco anos, quando o herói estreou no MCU, diversos fãs reclamaram que esse Parker era muito irresponsável e não se ligava muito à personalidade do herói dos quadrinhos, que é brincalhão, mas está sempre disponível para ajudar.

Então, dessa vez, a equipe criativa prepara quase um reboot não oficial do herói, que vai precisar aprender na marra as responsabilidades que seus poderes carregam. Ele vai entender da forma mais difícil que nem sempre o caminho mais fácil é a saída e que a vida adulta não tem nenhum “senhor Stark” para consertar seus erros. Assim, o garoto vai sofrer tudo que ele não sofreu nos filmes anteriores, até porque vai precisar enfrentar nada menos que cinco vilões de uma só vez, enquanto tenta impedir que eles sofram com seus destinos já vistos em suas respectivas franquias.

Assim, o garoto precisará se tornar um homem (aranha) se quiser manter seus amigos e entes queridos vivos das ameaças interdimensionais que vão assolá-lo. E tendo ou não outros Homens-Aranha, a graça do filme é justamente o Peter de Tom Holland compreendendo que a vida não é o glamour dos Vingadores, as viagens pra Europa ou dar rolé por aí com seus heróis. Quando é hora da vida bater, ela vai bater firme, sem se importar com quem você é ou que você faz.

E antes de começar a falar dos vilões, vale fazer uma observação interessante. O filme tira uma ceninha para explicar o porquê do Doutor Estranho não ter aparecido em WandaVision, que tem até mesmo alguns feitiços reaproveitados aqui.

Sobre os vilões, que dádiva é poder voltar a ver o genial Willem Dafoe dar vida ao insano Duende Verde. O personagem já era fantástico na trilogia de Sam Raimi, mas agora, com mais cenas sem o capacete, podemos ver todo o trabalho brilhante de Dafoe com o vilão. Ele usa suas expressões faciais para trazer uma loucura deliciosamente angustiante, que faz dele um coadjuvante de luxo. É como se a Marvel tivesse achado o seu Coringa e tivesse dado liberdade total para o ator fazer o que quisesse com ele. E ele faz. Da mesma forma, acompanhar mais uma vez Alfred Molina como o Doutor Octopus acerta diretamente na nostalgia de revê-lo no papel que o imortalizou para a minha geração.

Quem também ganha uma nova roupagem, mais próxima das HQs, mas menos pateta, é o Electro de Jamie Foxx. Ele ganha uma nova interpretação de seu personagem, que fica bem mais interessante e ameaçador do que na franquia anterior. E, sim, ele entra em cena com dubstep ao fundo. Nem tudo é perfeito.

Brincadeiras à parte, não há do que reclamar dos vilões aqui, exceto talvez pelo Homem-Areia, cuja motivação é “eu não confio em ninguém”. Mas até mesmo isso consegue ficar aceitável diante do grande final, no qual os cinco se unem para descer a porrada no herói, que penava lutando contra um malfeitor e agora vai ter que encarar cinco superpoderosos de uma vez só.

Falando em luta, os golpes do herói e as habilidades do vilão são explorados com muita vontade em coreografias que exprimem o máximos de seus respectivos poderes. O Homem-Aranha se locomove com suas teias e usa elas para aplicar golpes combinados, tipo os famosos “combos” de videogame. Da mesma forma, os vilões se unem para ataques coordenados que são possíveis por conta do avanço do CGI, que está irretocável. Se nos filmes anteriores o uniforme do Cabeça de Teia parecia um pijama de computação gráfica, as várias versões que ele utiliza ao longo do filme (sim, ele usa uns três ou quatro trajes diferentes) estão perfeitas.

Com esse jeitão de reboot, o terceiro filme solo da saga de Peter Parker no Universo Cinematográfico Marvel indica o caminho que o herói seguirá daqui para frente, já que uma nova trilogia já foi encomendada pela Sony e provavelmente acompanhará o garoto em seus primeiros anos de vida adulta, culminando em uma sonhada liderança dos Vingadores ao lado do Capitão América (Anthony Mackie). E se antes o distanciamento dos quadrinhos era uma crítica recorrente, tudo indica que o herói agora terá muito mais de suas raízes das HQs o acompanhando nas telonas.

É o trabalho da vida de Jon Watts, que superou suas limitações mostradas nos projetos anteriores para trazer “simplesmente” o filme definitivo do Homem-Aranha. A entrega de Tom Holland também enche os olhos, porque é nítido que ele se doou ao máximo para que esse filme pudesse ser essa obra-prima dos filmes com heróis. E conseguiu seu objetivo.

Nota: 10.0

Obs: o filme tem DUAS cenas pós-créditos que vão agradar bastante e trazer pistas não apenas do futuro do herói, mas também do MCU.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa estreia em 16 de dezembro de 2021.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Isso se dá porque o filme é uma aventura épica sobre o amadurecimento de seu protagonista, que recebe um baque da vida adulta ao ter sua identidade secreta revelada para o mundo. Desesperado e vendo como suas ações arruinaram a vida de todos os que ele amava, Peter toma um atitude tipicamente juvenil e imatura: ele corre ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para ver se o mago não poderia consertar suas burradas. Só que o pedido sai pior que a encomenda, e o Estranho acaba invocando um feitiço que abala o multiverso e faz com que todos que conhecem Peter Parker venham para essa realidade. Dessa forma, os vilões das franquias de Tobey Maguire e Sam Raimi, e Andrew Garfield e Marc Webb comecem a surgir nessa linha do tempo, completamente perdidos e doidinhos para acabarem com o Homem-Aranha.

E apesar dessa galera toda marcar presença para infernizar a vida do garoto e do mago, é a jornada pessoal de Peter Parker que se sobressai no roteiro. Ao longo dos últimos cinco anos, quando o herói estreou no MCU, diversos fãs reclamaram que esse Parker era muito irresponsável e não se ligava muito à personalidade do herói dos quadrinhos, que é brincalhão, mas está sempre disponível para ajudar.

Então, dessa vez, a equipe criativa prepara quase um reboot não oficial do herói, que vai precisar aprender na marra as responsabilidades que seus poderes carregam. Ele vai entender da forma mais difícil que nem sempre o caminho mais fácil é a saída e que a vida adulta não tem nenhum “senhor Stark” para consertar seus erros. Assim, o garoto vai sofrer tudo que ele não sofreu nos filmes anteriores, até porque vai precisar enfrentar nada menos que cinco vilões de uma só vez, enquanto tenta impedir que eles sofram com seus destinos já vistos em suas respectivas franquias.

Assim, o garoto precisará se tornar um homem (aranha) se quiser manter seus amigos e entes queridos vivos das ameaças interdimensionais que vão assolá-lo. E tendo ou não outros Homens-Aranha, a graça do filme é justamente o Peter de Tom Holland compreendendo que a vida não é o glamour dos Vingadores, as viagens pra Europa ou dar rolé por aí com seus heróis. Quando é hora da vida bater, ela vai bater firme, sem se importar com quem você é ou que você faz.

E antes de começar a falar dos vilões, vale fazer uma observação interessante. O filme tira uma ceninha para explicar o porquê do Doutor Estranho não ter aparecido em WandaVision, que tem até mesmo alguns feitiços reaproveitados aqui.

Sobre os vilões, que dádiva é poder voltar a ver o genial Willem Dafoe dar vida ao insano Duende Verde. O personagem já era fantástico na trilogia de Sam Raimi, mas agora, com mais cenas sem o capacete, podemos ver todo o trabalho brilhante de Dafoe com o vilão. Ele usa suas expressões faciais para trazer uma loucura deliciosamente angustiante, que faz dele um coadjuvante de luxo. É como se a Marvel tivesse achado o seu Coringa e tivesse dado liberdade total para o ator fazer o que quisesse com ele. E ele faz. Da mesma forma, acompanhar mais uma vez Alfred Molina como o Doutor Octopus acerta diretamente na nostalgia de revê-lo no papel que o imortalizou para a minha geração.

Quem também ganha uma nova roupagem, mais próxima das HQs, mas menos pateta, é o Electro de Jamie Foxx. Ele ganha uma nova interpretação de seu personagem, que fica bem mais interessante e ameaçador do que na franquia anterior. E, sim, ele entra em cena com dubstep ao fundo. Nem tudo é perfeito.

Brincadeiras à parte, não há do que reclamar dos vilões aqui, exceto talvez pelo Homem-Areia, cuja motivação é “eu não confio em ninguém”. Mas até mesmo isso consegue ficar aceitável diante do grande final, no qual os cinco se unem para descer a porrada no herói, que penava lutando contra um malfeitor e agora vai ter que encarar cinco superpoderosos de uma vez só.

Falando em luta, os golpes do herói e as habilidades do vilão são explorados com muita vontade em coreografias que exprimem o máximos de seus respectivos poderes. O Homem-Aranha se locomove com suas teias e usa elas para aplicar golpes combinados, tipo os famosos “combos” de videogame. Da mesma forma, os vilões se unem para ataques coordenados que são possíveis por conta do avanço do CGI, que está irretocável. Se nos filmes anteriores o uniforme do Cabeça de Teia parecia um pijama de computação gráfica, as várias versões que ele utiliza ao longo do filme (sim, ele usa uns três ou quatro trajes diferentes) estão perfeitas.

Com esse jeitão de reboot, o terceiro filme solo da saga de Peter Parker no Universo Cinematográfico Marvel indica o caminho que o herói seguirá daqui para frente, já que uma nova trilogia já foi encomendada pela Sony e provavelmente acompanhará o garoto em seus primeiros anos de vida adulta, culminando em uma sonhada liderança dos Vingadores ao lado do Capitão América (Anthony Mackie). E se antes o distanciamento dos quadrinhos era uma crítica recorrente, tudo indica que o herói agora terá muito mais de suas raízes das HQs o acompanhando nas telonas.

É o trabalho da vida de Jon Watts, que superou suas limitações mostradas nos projetos anteriores para trazer “simplesmente” o filme definitivo do Homem-Aranha. A entrega de Tom Holland também enche os olhos, porque é nítido que ele se doou ao máximo para que esse filme pudesse ser essa obra-prima dos filmes com heróis. E conseguiu seu objetivo.

Nota: 10.0

Obs: o filme tem DUAS cenas pós-créditos que vão agradar bastante e trazer pistas não apenas do futuro do herói, mas também do MCU.

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