Em apenas 10 anos, a Marvel Studios construiu um Universo Cinematográfico invejável criando conexões entre todos os filmes para a culminação de eventos maiores que darão um fim para a história iniciada em ‘Homem de Ferro’ (2008). O desfecho de todas as ações ficaram para ‘Vingadores – Guerra Infinita’ e ‘Vingadores 4’.
Poucos meses depois do final chocante e pesado de ‘Guerra Infinita’, eis que chega aos cinemas o aguardado ‘Homem-Formiga e a Vespa’ – o 20º filme da Marvel Studios.
Por anos, tem se falado que o excesso de filmes de super-heróis estão causando uma “exaustão” no público, mas os número nas bilheterias provam ao contrário: ‘Vingadores – Guerra Infinita’ foi o primeiro filme de super-herói a cruzar os US$ 2 bilhões nas bilheterias.
Para evitar essa exaustão, a Marvel criou um plano genial: criar filmes de gênero e colocar super-heróis neles, fugindo da famosa fórmula batida dos filmes de heróis.
Tivemos um thriller político chamado ‘Capitão América – O Soltado Invernal’, uma ficção científica espacial com ‘Guardiões da Galáxia’, e as comédias ‘Thor – Ragnarok’ e ‘Homem-Formiga e a Vespa’. Uma decisão de mestre criar filmes com gêneros bem diferentes para apresentar seus heróis.
Tendo isso em mente, é fácil categorizar ‘Homem-Formiga e a Vespa’ como uma comédia familiar no estilo ‘Sessão da Tarde’ dos anos 90. E isso é um mega elogio, visto que eles adicionam na mistura super-heróis e muitos, muitos efeitos especiais de última geração.
A trama começa depois dos acontecimentos de ‘Capitão América: Guerra Civil’, com Scott Lang precisando lidar com as consequências de suas escolhas como super-herói e pai. Ainda se esforçando para equilibrar a vida pessoal com suas responsabilidades como Homem-Formiga, ele é procurado por Hope van Dyne e Dr. Hank Pym para uma nova missão urgente. Scott deve vestir o traje mais uma vez e aprender a lutar ao lado da Vespa quando o time se reunir para descobrir segredos do passado.
Sem muitas ligações com os outros filmes do Universo da Marvel (apenas uma grandiosa bem no final), o filme se permite a arriscar como uma comédia de ação e acerta em cheio.
Ao contrário das piadinhas forçadíssimas enfiadas em ‘Thor – Ragnarok’, o humor aqui funciona bastante e nos tira diversas gargalhadas durante a projeção, grande parte vindo do divertido Luis (Michael Peña) – que mais uma vez faz uma narração hilária contando parte da história.
Entre uma cena de humor e outra, temos as grandiosas cenas de ação com efeitos especiais incríveis, transformando ‘Homem-Formiga e a Vespa’ em um dos filmes com mais ação do estúdio. E ação de qualidade, muito bem feitas e coreografadas. Além disso, é lindo ver San Franscisco e toda sua beleza servindo como palco para toda a aventura, fugindo do eixo Nova York e Los Angeles que eles sempre usam nos filmes do gênero.
Paul Rudd e Evangeline Lilly tem uma ótima química em tela, seja nas cenas românticas como nas cenas de ação. Ela, inclusive, dá um show à parte como a Vespa – que agora já se tornou uma das minhas heroínas preferidas com um humor sarcástico.
Michelle Pfeiffer e Michael Douglas também brilham. É incrível a técnica usada para rejuvenescer eles, parece mesmo que estamos assistindo a um filme nos anos 90. É um deleite ver que Hollywood tirou Pfeiffer do ostracismo, e ela está com tudo!
A parte negativa fica por conta da vilã e do roteiro inchado. Após um vilão cheio de camadas como Thanos, fica difícil se empolgar com uma vilã genérica cuja motivação é a velha e batida vingança. Eles poderiam ter trabalhado mais no roteiro para evitar esse clichêzão, e ainda de quebra poderiam dar uma enxugada no filme, que parece um pouco mais longo do que ele deveria ser.
No mais, ‘Homem-Formiga e a Vespa’ é uma divertidíssima comédia, repleta de ação e momentos fofos, que humaniza seus personagens e mostra o que esses super-heróis estão fazendo em suas horas vagas, seja tocando bateria ou brincando com a filha. Até mesmo quem não curte as piadinhas da Marvel, deve rir nesse filme.
Obs: O filme tem duas cenas pós-créditos, uma que deixará os fãs boquiabertos, e outra que serve apenas como mais uma piadinha (que alguns vão achar bem escrota).
Crítica em vídeo: