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Crítica | ‘Homem x Bebê’ – Aquele humor que estávamos com saudade – e que ainda funciona!


Aos 70 anos, e após uma breve participação no longa-metragem Wonka (2023), o ator e comediante britânico Rowan Atkinson, conhecido por seu inesquecível personagem Mr. Bean, volta a uma grande produção, dessa vez em parceria com a NETFLIX. Homem x Bebê, minissérie curtinha de apenas quatro episódios, apresenta eventos dissonantes na vida de um homem ingênuo mas de bom coração que se vê envolvido em uma situação pra lá de inusitada.

Trevor (Rowan Atkinson) é um cara gente boa, mas vive ressentido ao ver os laços familiares se quebrarem após um divórcio tempos atrás, principalmente pela distância que tem da filha, Maddy (Alanah Bloor). No último dia como zelador de uma escola, acaba se deparando com uma situação peculiar: esqueceram um bebê no local. Precisando ir até uma entrevista de emprego que pode mudar sua vida, ele decide levar a criança consigo. Assim, eles chegam até um luxuoso apartamento, onde Trevor tem a missão de cuidar até os donos chegarem. Confusões não faltam durante os dias que passam nesse lugar.



Criado pelo próprio Atkinson em parceria com William Davies, o projeto busca o riso por meio de situações cotidianas ligadas à paternidade – e consegue isso na maior parte do tempo. Adepto do slapstick, um estilo de humor caracterizado por situações levadas ao absurdo – uma influência do cinema mudo –, um dos mais famosos comediantes do planeta consegue desenvolver um personagem carismático e engraçado, navegando por uma narrativa objetiva e linear, que vai direto aos seus pontos.

Longe de ser brilhante, com alguns exageros que podem incomodar pela redundância, mas com um humor que acessa nossa nostalgia, Homem x Bebê nos conquista logo de cara. Impressiona como as situações ilógicas conseguem paralelos com o lado afetivo do cotidiano de muitos de nós. O roteiro é muito simples e super eficiente. Longe de entrar em perguntas como: ‘o que você faria nessa situação?’, o prazer da risada se torna algo frequente – antecipando qualquer indagação e criando um vínculo instantâneo com o público.

Com ações desastradas, expressões faciais marcantes e aquele recheio de comédia escrachada – bem executada -, parece que quatro episódios somente são muito pouco. Fica um gostinho de quero mais! O curioso final aberto abre uma margem gigante para que possamos reencontrar esse mais novo personagem marcante na carreira de um genial artista, que sempre teve o sorriso dos outros como objetivo.

Raphael Camachohttps://guiadocinefilo.blogspot.com.br
Raphael Camacho é um profissional com mais de 20 anos de experiência no mercado cinematográfico. Ao longo de sua trajetória, atuou como programador de salas de cinema, além de ter trabalhado nas áreas de distribuição e marketing de filmes. Paralelamente à sua atuação na indústria, Raphael sempre manteve sua paixão pela escrita, contribuindo com o site Cinepop, onde se consolidou como um dos colaboradores mais antigos e respeitados deste que é um dos portais de cinema mais queridos do Brasil.
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