quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | ‘I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston’ é um ESPETÁCULO

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Em se tratando de Hollywood (e, a bem da verdade, de Brasil também), as cinebiografias musicais têm dado muitíssimo certo com o público (a ver ‘Bohemian Rhapsody’, ‘Elvis’, ‘Rocketman’ e por aí vai). Para abrir a temporada cinematográfica de 2023, uma grande potência chega às salas de cinema com cheirinho de indicações às premiações: o impressionante ‘I Wanna Dance With Somebody – A História de Whitney Houston’.



Uma coisa Nippy (Naomi Ackie) sempre soube: queria cantar. De jovem, fazia parte do coro da igreja e era backing vocal nas apresentações de sua mãe (Tamara Tunie), mas, no fundo, Whitney Houston sempre soube que sua voz podia se expandir muito mais do que estava fazendo. Certo dia, ela conhece Robyn (Nafessa Williams), uma jovem que rapidamente se transforma de melhor amiga à companheira inseparável de Nippy, tornando-se presença fundamental no dia em que o empresário Clive Davis (Stanley Tucci) vê Whitney se apresentar no bar e percebe que a jovem poderá se tornar a maior voz daquela geração. Com pouco mais de vinte anos, Whitney assina contrato com a gravadora, e, em pouquíssimo tempo, se torna um verdadeiro fenômeno mundial, quebrando recordes atrás de recordes, despertando, ao mesmo tempo, todo tipo de interesse nas pessoas que a cercam, desde seu próprio pai (Clarke Peters) a Jermaine Jackson (Jaison Hunter) e Bobby Brown (Ashton Sanders), que mais tarde se tornaria seu marido.

Anthony McCarten assina o roteiro. Caso o nome não lhe soe familiar, Anthony é simplesmente o responsável pelos roteiros dos premiados ‘Bohemian Rhapsody’, ‘A Teoria de Tudo’, ‘Dois Papas’ e ‘O Destino de uma Nação’. Isso significa que não só o cara não dá ponto sem nó, mas que também sabe entregar exatamente o que tanto público quanto crítica querem de um filme. Por outro lado, para quem já viu todas essas produções, pode esperar exatamente a mesma estrutura narrativa: um catártico número musical para encerrar o filme, flashbacks de momentos marcantes na vida da biografada, recriação fidedigna aos figurinos utilizados e muita, muita música, interpretadas com competência por Naomi Ackie, ainda que 95% da voz utilizada no filme seja da própria Whitney.

A principal escolha que o roteiro fez foi se dedicar principalmente à fase de ascensão de Whitney, ao impacto de sua voz na indústria fonográfica e sua importância enquanto legado para pessoas negras. Em outras palavras, o filme de Kasi Lemmons (‘Harriet’) pouco aborda as drogas e a violência doméstica vivida pela cantora. Esses elementos estão no filme, mas colocados como apenas como menção, não como tema principal, e esta foi provavelmente a escolha mais acertada da produção: fazer um filme que mostre quem Whitney foi, sem permitir que a violência de seu marido e as drogas a definisse como pessoa e como artista. Sem apontar muito o dedo para culpados, o filme mostra uma Whitney vulnerável e inocente em um mundo onde todos ao seu redor queriam um pedaço dela, e os inúmeros assédios vividos por ela pelos dois principais homens de sua vida (o pai e o marido) – incluindo assédio moral, financeiro, emocional -, em oposição às duas mulheres de sua vida (a mãe e a namorada), que, embora fossem exigentes, sempre demonstraram apenas querer o bem da cantora e fazê-la alcançar seus objetivos.

Assim, ‘I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston’ é um filme positivo, sensivelmente representativo, emocionante, impactante e, ainda que ficção, bastante real, trazendo detalhes da vida da biografada que muitos desconheciam, construindo uma trajetória de vida inspiradora para as próximas gerações, fazendo com que Whitney seja lembrada para sempre,e acima de tudo, como a incrível potência vocal que foi, para além das pessoas que a cercaram e que destruíram sua carreira.

Com duas horas e meia, certamente a duração do filme pode acabar assustando alguns espectadores (e, vamos lá, dava para fazer com um pouquinho menos), mas a real é que em ‘I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston’ é um espetáculo. Para os fãs, é um deleite aos olhos e aos ouvidos. Para quem não a conhece ou pouco a conheceu, é um ótimo caminho para conhecer a cantora para além de sua fase obscura. Imperdível nas telonas.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Uma coisa Nippy (Naomi Ackie) sempre soube: queria cantar. De jovem, fazia parte do coro da igreja e era backing vocal nas apresentações de sua mãe (Tamara Tunie), mas, no fundo, Whitney Houston sempre soube que sua voz podia se expandir muito mais do que estava fazendo. Certo dia, ela conhece Robyn (Nafessa Williams), uma jovem que rapidamente se transforma de melhor amiga à companheira inseparável de Nippy, tornando-se presença fundamental no dia em que o empresário Clive Davis (Stanley Tucci) vê Whitney se apresentar no bar e percebe que a jovem poderá se tornar a maior voz daquela geração. Com pouco mais de vinte anos, Whitney assina contrato com a gravadora, e, em pouquíssimo tempo, se torna um verdadeiro fenômeno mundial, quebrando recordes atrás de recordes, despertando, ao mesmo tempo, todo tipo de interesse nas pessoas que a cercam, desde seu próprio pai (Clarke Peters) a Jermaine Jackson (Jaison Hunter) e Bobby Brown (Ashton Sanders), que mais tarde se tornaria seu marido.

Anthony McCarten assina o roteiro. Caso o nome não lhe soe familiar, Anthony é simplesmente o responsável pelos roteiros dos premiados ‘Bohemian Rhapsody’, ‘A Teoria de Tudo’, ‘Dois Papas’ e ‘O Destino de uma Nação’. Isso significa que não só o cara não dá ponto sem nó, mas que também sabe entregar exatamente o que tanto público quanto crítica querem de um filme. Por outro lado, para quem já viu todas essas produções, pode esperar exatamente a mesma estrutura narrativa: um catártico número musical para encerrar o filme, flashbacks de momentos marcantes na vida da biografada, recriação fidedigna aos figurinos utilizados e muita, muita música, interpretadas com competência por Naomi Ackie, ainda que 95% da voz utilizada no filme seja da própria Whitney.

A principal escolha que o roteiro fez foi se dedicar principalmente à fase de ascensão de Whitney, ao impacto de sua voz na indústria fonográfica e sua importância enquanto legado para pessoas negras. Em outras palavras, o filme de Kasi Lemmons (‘Harriet’) pouco aborda as drogas e a violência doméstica vivida pela cantora. Esses elementos estão no filme, mas colocados como apenas como menção, não como tema principal, e esta foi provavelmente a escolha mais acertada da produção: fazer um filme que mostre quem Whitney foi, sem permitir que a violência de seu marido e as drogas a definisse como pessoa e como artista. Sem apontar muito o dedo para culpados, o filme mostra uma Whitney vulnerável e inocente em um mundo onde todos ao seu redor queriam um pedaço dela, e os inúmeros assédios vividos por ela pelos dois principais homens de sua vida (o pai e o marido) – incluindo assédio moral, financeiro, emocional -, em oposição às duas mulheres de sua vida (a mãe e a namorada), que, embora fossem exigentes, sempre demonstraram apenas querer o bem da cantora e fazê-la alcançar seus objetivos.

Assim, ‘I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston’ é um filme positivo, sensivelmente representativo, emocionante, impactante e, ainda que ficção, bastante real, trazendo detalhes da vida da biografada que muitos desconheciam, construindo uma trajetória de vida inspiradora para as próximas gerações, fazendo com que Whitney seja lembrada para sempre,e acima de tudo, como a incrível potência vocal que foi, para além das pessoas que a cercaram e que destruíram sua carreira.

Com duas horas e meia, certamente a duração do filme pode acabar assustando alguns espectadores (e, vamos lá, dava para fazer com um pouquinho menos), mas a real é que em ‘I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston’ é um espetáculo. Para os fãs, é um deleite aos olhos e aos ouvidos. Para quem não a conhece ou pouco a conheceu, é um ótimo caminho para conhecer a cantora para além de sua fase obscura. Imperdível nas telonas.

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