Tragédias geológicas na ficção, os ‘famosos filmes catástrofes’ costumam fazer bastante sucesso. Esse é o caso da minissérie norueguesa de quatro episódios Inferno em La Palma, que logo nos dias de estreia na Netflix chegou ao top 10 da plataforma, derrubando inclusive o primeiro lugar da aguardada série sobre Ayrton Senna. Investindo em uma teoria bem na linha do achismo, com subtramas que vão desde estudiosos do ramo, políticos, até às escolhas de uma família de férias num lugar paradisíaco, o projeto completa as peças desse tabuleiro de sobrevivência se lançando aos clichês.
Na trama conhecemos um grupo de pessoas que estão na hora e lugar errado quando o despertar de um erupção vulcânica vira uma questão de curto tempo em La Palma, que faz parte do arquipélago das ilhas canárias. Pra piorar, a possibilidade de um Tsunami se torna iminente. Assim somos guiados por uma família em total crise, uma jovem pesquisadora da região e outros personagens que precisarão fazer escolhas em um curto período.
Com um piloto pouco explicativo e nada empolgante, a minissérie de quatro episódios começa a decolar a partir do meio do segundo episódio onde fica óbvio o ponto de interseção entre a catástrofe e mundo real: focar nos dilemas familiares. Dentro desse contexto, um casamento em crise e a afirmação da sexualidade se tornam duas peças que percorrem os dramas de uma família. Com capítulos longos que batem na redundância, a narrativa segue na linha do trivial, navegando entre as possibilidades no sobreviver e o desenvolvimento de subtramas.
Tentando decifrar as estratégias para tudo que vemos em cena – nem indo muito a fundo na questão física das reais possibilidades dessa catástrofe realmente acontecer – percebemos um objetivo no discurso: Quando deixa de ser ciência e se torna o real, o que pessoas comuns fariam? Seguindo essa pergunta, a desconstrução dos personagens caminham de forma emotiva que alcançam rapidamente a inconsequência.
As cenas de ação são muito bem feitas, empolgam quem curte filmes do gênero. Um exercício interessante é ir de coração aberto, sem pensar nas reais possibilidades do que realmente é possível. É mentira pra todos os lados mas faz parte do entretenimento cinematográfico dos ‘filmes catástrofes‘.
Inferno em La Palma não desvenda cientificamente as interrogações sobre vulcões e tsunamis, não é essa a proposta. Aqui, o dramalhão toma conta com personagens e conflitos em uma situação onde tem tudo a perder. Simples e objetivo mas com tantos clichês quem pode causar o desinteresse.